Capítulo 6 1️⃣

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O coração dispara quando vejo o carro familiar. O veículo da Sarah para não muito longe da alfaiataria, exatamente onde estou.

Se antes meus dedos tremiam um pouco de nervosismo, agora todo o meu corpo está tomado por tremores.

A última vez que vi Sarah foi quando ela me ajudou a fugir, escapando do Impetuoso. O plano era bom. Tudo estava perfeito. Eu até entrei na van certa, e o veículo começou a se mover.

Mas depois... tudo aconteceu da maneira que só poderia acontecer comigo. Foi acidental. Eu absolutamente não planejei. Apenas um movimento desajeitado...

— Sarah! — eu chamo, quando a garota está muito perto de mim.

Minha voz treme, estou terrivelmente nervosa. E se ela não quiser falar comigo depois de tudo que aconteceu? Ela arriscou tanto, e eu... Eu simplesmente desapareci. Evaporei. Como se tivesse caído através da terra. E de repente, estou de volta em seu caminho. E de novo com problemas.

A garota diminui os passos. Ela levanta os olhos do celular. Olha para mim, franzindo o cenho.

— Não tenho dinheiro — ela responde e passa por mim.

Apenas agora percebo que ela simplesmente não me reconheceu. Em minha roupa. Eu fiz tudo para que não pudesse ser reconhecida. E funcionou. A garota nem mesmo piscou. Ela me tomou por uma pedinte local.

— Sarah — eu digo um pouco mais alto, seguindo a garota. 

Ela diminui novamente os passos. Vira-se lentamente. Olha desta vez mais atentamente. Examina-me com os olhos. Franze a testa. Dá um passo na minha direção.

— Não acredito! — Ela exclama, uma mistura de surpresa e incredulidade em sua voz. — Jade?

Eu mordo o lábio e, jogando as mãos para trás, começo a desenrolar o cachecol. Se eu não mostrar a ela, ela não vai acreditar.

— Meu Deus, é mesmo você — a garota abre os olhos. Não dá para esconder a surpresa dela. — Quem diria, eu definitivamente não esperava encontrar você.

— Surpresa, — murmuro suavemente e sorrio levemente. Meu corpo ainda treme de frio e ansiedade.

— Vamos, entre, você está tremendo de frio — ela aponta para a alfaiataria. Eu apenas concordo com a cabeça. Sim, seria bom se aquecer. E também conversar sem atrair atenção. Testemunhas, com certeza, não são necessárias para mim.

— Elizabeth, faça dois chás, por favor — Sarah se dirige à garota que nos recebeu na entrada.

Enquanto isso, continuo a tirar minhas roupas.

— Meu Deus, como você se enrolou toda — Sarah ri suavemente, o que alivia um pouco a tensão em mim. Ela concordou em falar comigo, então não é tão ruim assim. Ela não está tão brava comigo como eu pensava.

— Eu não queria que me reconhecessem — me viro para a garota. Tudo dentro de mim está tremendo. Estou terrivelmente nervosa.

— Já ouviu que o Impetuoso foi solto, certo? — Sarah acerta em cheio. Ela não enrola.

— Ouvi, — concordo com um aceno de cabeça. — estava me escondendo dele.

— Então, não esteve com ele? — Sarah se senta em uma cadeira, olhando fixamente para mim. Eu mordo os lábios e espero até que a garota coloque as xícaras de chá na mesa e saia do local.

Não sei para onde entramos. Parece um pequeno escritório. Bem pequeno mesmo. Provavelmente, Sarah tem uma boa reputação aqui, se permitem esse tipo de coisa.

— Eu pensei que você estivesse com os capangas dele há muito tempo, para ser sincera. Desapareceu, nem uma palavra sua...

— Lembro muito pouco daquela noite, — é vergonhoso contar a verdade, então não estou mentindo, apenas embelezando. — Lembro-me de entrar na van, de como estávamos dirigindo, e depois tive um lapso de memória, e uma mulher desconhecida me traz de volta à consciência. Eu perdi a memória por alguns dias. Bati muito forte a cabeça. Até agora não lembro direito daquela noite.

Sarah franze a testa, me examina com o olhar. Não sei se ela acredita ou não.

— E onde você esteve todo esse tempo? Você sabe que reviraram toda a cidade. Estavam te procurando. O Impetuoso está muito bravo...

Com suas palavras, tudo dentro de mim congela. As pernas começam a tremer, e eu caio na cadeira de frente para ela.

— Tive sorte de encontrar pessoas que me abrigaram.

— Então, está tudo bem com você? Você tem proteção. Por que arriscar e vir aqui? — Ela olha atentamente nos meus olhos. E eu respiro fundo. Como explicar tudo a ela da maneira certa para que ela concorde em ajudar? E se ela se recusar? O pânico me envolve novamente, como uma onda de tsunami.

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