Caminho pela cidade, apertando nas mãos o maldito papel. Não preciso dele, memorizei o valor. Monstruosamente grande.
Começo a tremer só de pensar em como conseguir essa quantia. Vou ter que trabalhar muitos anos para juntar algo assim. Nada de comer, nada de beber, apenas economizar.
E ninguém vai me dar um empréstimo para suborno. Para eu tirar minha irmã e depois pagar a dívida lentamente. A ideia de quanto tempo a Kate terá que passar no abrigo me machuca profundamente.
Mas não sei a quem pedir ajuda...
A menos que seja ao James... Afinal, ele ofereceu ajuda, estava disposto a me emprestar dinheiro. Dificilmente ele estava pensando em uma quantia tão grande, mas ele vem de uma boa família. Pelo menos parte do dinheiro ele poderia me emprestar.
Meu corpo se contrai com a ideia de dever algo ao James. Não quero me envolver em nenhum tipo de relacionamento com ele.
Já tive um bandido na minha vida. Foi o suficiente.
Será que já não existem homens decentes?
Oh! Meu Deus! Claro, eu preciso pedir ajuda ao Victor. Ao homem que a vovó Mary tão insistentemente tentou me apresentar. Ele parece ter algum negócio, pode ter economias.
Vou pedir com um recibo, prometendo devolver cada centavo. Mas duvido que um empresário de uma pequena cidade tenha uma quantia tão grande guardada.
Mordo o lábio. Minha pele fica dormente de frio, estou vagando por horas. Não sinto nada. Apenas pondero sobre diferentes opções.
Droga! Como pude me enrolar assim?
Sarah me salvou do Impetuoso. Ela prometeu ajudar com minha irmã nessa situação. Ela se orientaria rapidamente. E eu... Me perdi.
Não tenho o telefone da Sarah, não sei como contatá-la. Havia apenas uma opção. Insana.
Ir para a prisão onde está o Erik. Ele é namorado da Sarah. E pior inimigo do Impetuoso. Eu não conheço um outro jeito de entrar em contato com Sarah.
— Oh, desculpe!
Duas garotas que estavam distraídas a rir se esbarram em mim. Pedem desculpas, correm para longe, segurando sacolas de marca.
Eu as observo. A cabeça se esvazia. Nenhum pensamento.
E então uma lâmpada se acende.
Sacolas! Roupas! Por que não pensei nisso imediatamente? Claro!
Sarah e eu vinhamos a esta cidade. Eu precisava visitar minha irmã, e ela queria comprar algumas roupas para o namorado. Ela disse que aqui fazem camisas sob medida.
Eu sei o nome da alfaiataria. Sarah me disse. Eu posso lembrar, se tentar. Eu forço minha memória, revivo todas as nossas conversas.
Me sinto como uma tola por não ter pensado nisso antes. Esta é a maneira mais confiável de comunicação.
Provavelmente, se tudo estivesse ruim, eu teria recuperado essas lembranças. Mas quando a vovó Mary me encontrou... Eu estava mal, mal conseguia lembrar meu próprio nome.
E então, quando me recuperei, a vida gradualmente se ajeitou. Me ajudaram com moradia e trabalho, eu me estabeleci na nova cidade.
E agora, a necessidade me fez lembrar.
Eu verifico alguns nomes na internet, até encontrar o correto. Rapidamente traço um caminho, quase correndo até a alfaiataria.
Agora, o principal é obter o número de telefone.
— Não. — A costureira destroça todas as minhas esperanças quando descrevo a situação. — Não fornecemos informações pessoais.
— Eu realmente preciso! — Grito, apertando a borda do balcão. — Ela é minha amiga, perdi todos os contatos. Isso é uma questão de vida ou morte.
— Dados pessoais...
— Por favor. Isso envolve uma criança pequena. Minha irmãzinha. Você entende? Eu realmente preciso encontrar a Sarah.
Eu olho para a mulher com esperança. Nem tento esconder meu desespero ao pedir o impossível.
— Não posso. — A costureira diz firmemente. — Não posso fornecer nenhum número de telefone. Nem dizer que Sarah prometeu passar em uma hora.
— Obrigada! Muito obrigada!
— Vá, saia daqui, eu não disse nada a você.
Eu aceno repetidamente com a cabeça. Não consigo acreditar em minha sorte. Pelo menos uma vez na vida as coisas estão se saindo bem. Apenas uma hora é bobagem.
Nesse tempo, eu me acalmarei. Pensarei em como contar tudo para Sarah, pedir ajuda.
Eu me sinto estranha. De alguma forma, me acostumei a me virar sozinha, desde a infância. Quando os pais bebiam, eu tinha que sobreviver de alguma forma e cuidar da minha irmã.
Mas ultimamente, tenho dependido de todos. Tenho usado a ajuda dos outros.
Preciso ligar para Alice, contar tudo para minha melhor amiga.
— Escuto, — uma voz seca ecoa no alto-falante. — Fale.
— Sou eu, — pressiono o telefone com força. — Jade.
— Você não deveria me ligar no celular! Não pode ser assim, nós combinamos.
— Está tudo bem, pedi um celular a uma pessoa que estava a passar por aqui.
— Você tem certeza de que é seguro? Bem. Conte-me como foi tudo.
Eu tento resumir para Alice tudo o que aconteceu. Só não falo sobre o Impetuoso, senão ela surta.
Eu mesma não sei como estou me segurando. Não consigo acreditar que ele não me notou. Hoje é o dia mais sortudo da minha vida, tenho certeza.
Com a minha sorte, eu teria escorregado, caído no chão e quebrado alguma coisa no processo. E teria chamado a atenção do homem.
Mas tudo correu perfeitamente.
— Jade! — grita minha amiga quando eu conto sobre a alfaiataria. Eu te avisei para não se envolver com a Sarah. Uma vez ela já te levou em uma van estranha, e tudo terminou mal.
— Bem, a culpa é minha.
— Por favor, me ouça. Nós vamos pensar em algo. O que você acha? Eu também conheço a Kate, gosto dela. Vamos descobrir onde podemos encontrar o dinheiro. Eu irei até sua mãe.
— Isso é inútil. Ela gasta todo o dinheiro imediatamente.
Algumas joias podem ter ficado. Eletrônicos. Eu ainda tenho um pouco de economia.
Os olhos começam a lacrimejar. Como eu gosto da Alice! Ela é a melhor amiga do mundo, com certeza. Quantas vezes ela me tirou de apuros. Ela fazia de tudo por mim.
Alice é como uma irmã para mim. Eu não tenho ninguém mais próximo do que ela e Kate. Então eu realmente tento ouvir seus conselhos.
— Ok, concordo — eu digo. — Eu não vou.
Eu tento, mas nem sempre consigo. Então, depois de me despedir da Alice, eu vou para a alfaiataria. Eu preciso de ajuda.
E vou juntar a quantia necessária de qualquer maneira.
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A única para o Impetuoso
AksiyonParece que esqueceste a quem pertences. Chase cobre-me com a sua sombra. Aquele mesmo homem que me queimou até às cinzas, mas para ele não foi o bastante. - Eu... não esqueci... Preciso de ajuda... - Se estiveres comigo, ninguém te magoará. Diz-me...