Não Entrem Naquele Avião! | Mamonas Assassinas

o crush famoso e a modelo

Ainda atordoada com a realidade do ano de 1996, Fernanda subitamente trombou com um homem apressado enquanto se aproximava do aeroporto. Ao erguer o olhar, reconheceu imediatamente o rosto marcante de Bento, o guitarrista dos Mamonas Assassinas. O choque tomou conta de ambos, e por um breve momento, o tempo pareceu congelar.

– Desculpe, eu... – começou Fernanda, interrompendo-se ao perceber que estava diante de um dos ídolos que admirava apenas por meio de registros históricos.

Bento, surpreso, sorriu para Fernanda. A conexão entre eles já parecia transcender as barreiras do tempo. O sorriso de Bento, embora surpreso, era acolhedor. Fernanda, ainda perplexa, tentou retomar a compostura.

– Desculpe, eu... não queria atrapalhar. – gaguejou ela.

Bento, com uma expressão curiosa, respondeu:

– Sem problemas, mocinha. Acontece. Mas você está bem?

A troca de olhares entre Fernanda e Bento era carregada de emoções complexas, como se o destino tivesse tecido um encontro entre os dois.

– BORA, FLOR JAPONESA, VAI SE ATRASAR! – MEU DEUS, era literalmente o Júlio gritando dentro de uma Brasília Amarela, acompanhado pelos outros integrantes, Samuel, Sérgio e Dinho!

– Olha, eu até pediria seu número, mas tenho que ir, sabe? – o homem de olhos puxados sorriu, despedindo-se.

Fernanda, ainda processando o surreal encontro, acenou para Bento enquanto ele se afastava. A presença vibrante dos Mamonas naquele momento a fazia questionar se estava sonhando ou se, realmente, algo mais extraordinário estava acontecendo.

Enquanto Fernanda observava Bento e os outros Mamonas se afastarem, ela notou uma mulher se aproximando, também apressada. Ao se aproximar, a mulher a cumprimentou com um sorriso caloroso.

– Oi! Você é nova por aqui? Não me lembro de ter te visto antes.

Fernanda, ainda aturdida com a situação, respondeu:

– Sim, acabei de chegar... de um lugar meio... distante. Sou a Fernanda. – riu, meio sem graça.

A mulher estendeu a mão e se apresentou:

– Prazer, sou a Valéria, a namorada do Dinho. E você, o que achou da movimentação com os meninos da banda?

– Ah, é incrível! Eu sou fã deles, mas nunca pensei que teria a chance de vê-los assim, tão de perto. Isso é... surreal. – Valéria riu, compreendendo a emoção de Fernanda.

– Bem-vinda ao mundo dos Mamonas, então! Se precisar de alguma coisa ou quiser conhecer melhor a cidade, é só falar. Estou aqui para ajudar.

Fernanda agradeceu e, juntas, seguiram pelo aeroporto, envolvidas pela atmosfera única daquele momento em que o passado e o presente se entrelaçavam de maneira inusitada.

– Queria te fazer uma pergunta, Valéria.

– Pode fazer! E por favor, pode me chamar só de Val.

– Se alguém te dissesse que veio do futuro, você acreditaria?

Valéria arqueou as sobrancelhas, intrigada, e respondeu:

– Bom, isso seria meio maluco, não acha? Mas por que está perguntando isso? Aconteceu alguma coisa?

Fernanda hesitou por um momento antes de responder.

– É só que... algo muito estranho aconteceu comigo hoje. Eu estava em 2024, e de repente, me vi aqui, em 1996. É difícil de explicar, mas é como se eu tivesse voltado no tempo.

Val ficou surpresa, mas depois soltou uma risada leve.

– Ah, entendi! Deve ser algum tipo de pegadinha ou algo do tipo, né? Mas admito que seria uma história e tanto!

Fernanda assentiu, mas a incerteza pairava em sua expressão, enquanto Val continuava curiosa sobre a peculiar experiência de Fernanda.

– Mas então, você é modelo, não é? – Fernanda perguntou, notando o sorriso que surgiu no rosto de Valéria.

– Sim, sou modelo. Trabalho com algumas agências aqui em São Paulo. – Valéria respondeu, ainda sorrindo.

Fernanda, apesar de toda a confusão temporal, achou a leveza da resposta de Valéria reconfortante.

– Incrível! Você e o Dinho formam um belo casal. – Fernanda comentou, tentando desviar um pouco do assunto intrigante que a trouxe até ali. Valéria riu, agradecendo o elogio, enquanto as duas continuavam a conversa.