criando lembranças

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Nos dias seguintes, Bento e Fernanda desfrutaram de momentos especiais juntos. Passearam pelas ruas de Guarulhos, explorando cantinhos charmosos da cidade e compartilhando risadas e conversas animadas. Também dedicaram algumas tardes à música, tocando e cantando juntos as músicas que amavam.

Em um dia ensolarado, decidiram fazer um passeio até o Parque Estadual da Cantareira, onde caminharam por trilhas cercadas pela exuberante natureza. Sentiram a brisa fresca enquanto admiravam as vistas panorâmicas das montanhas.

Em outro dia, Bento e Fernanda acordaram com uma energia renovada, cheios de expectativas e planos para o dia. Decidiram visitar o Museu de Arte de São Paulo (MASP), onde apreciaram obras de renomados artistas brasileiros e internacionais. Perderam-se nas cores vibrantes das telas e nas formas intrigantes das esculturas, absorvendo a riqueza cultural que o museu oferecia.

À noite, jantaram em um restaurante romântico, brindando ao amor que os unia e aos momentos inesquecíveis que estavam vivendo juntos. Enquanto observavam as luzes da cidade, sentiram-se gratos pela magia da vida e pela conexão especial que compartilhavam.

No primeiro dia de março, Bento e Fernanda acordaram com uma sensação de antecipação no ar, mas para Fernanda, havia também um leve peso no coração. Enquanto se arrumavam, flashes da tragédia iminente cruzavam sua mente, uma sombra silenciosa em meio à luz do dia.

– Fernanda, o que acha de irmos até a Serra da Cantareira hoje? O dia está perfeito para uma aventura ao ar livre. – sugeriu Bento, animado.

– Adoraria! Será uma ótima forma de aproveitar nosso tempo juntos antes do show dos Mamonas no show de amanhã. – respondeu Fernanda, tentando afastar os pensamentos sombrios.

Caminharam pelas trilhas sinuosas da Serra da Cantareira, absorvendo a tranquilidade da natureza ao seu redor. Mesmo diante da beleza serena da paisagem, Fernanda não conseguia evitar uma sensação de melancolia que a assombrava.

Ao entardecer, sentaram-se em um mirante, observando o pôr do sol pintar o céu com tons dourados e alaranjados. Enquanto o sol se punha lentamente, um nó se formava na garganta de Fernanda, lembrando-a da efemeridade da vida e dos momentos preciosos que compartilhavam.

– Foi um dia maravilhoso, Bentinho. Obrigada por compartilhar esses momentos comigo. – disse Fernanda, tentando disfarçar a tristeza que a invadia.

– O prazer foi todo meu, Fernanda. Não há lugar onde prefira estar do que ao seu lado. – respondeu Bento, envolvendo-a em um abraço caloroso, sem perceber completamente a luta silenciosa que Fernanda travava consigo mesma.

No dia seguinte, enquanto se preparavam para a viagem até Brasília, uma sensação de apreensão pairava no ar, misturada com a excitação da celebração que se aproximava.

Os Mamonas, já acomodados no avião, trocavam olhares preocupados enquanto Valéria os observava atentamente. Dinho franziu a testa.

– Cadê a Nanda? Ela não ia conosco? –  questionou, olhando em volta.

Valéria, notando a ausência de Fernanda, levantou-se rapidamente, sua expressão também carregada de preocupação.

– Verdade, ela não está aqui. Onde será que ela está? – murmurou, olhando em volta.

Os outros membros da banda, igualmente intrigados, começaram a se perguntar onde Fernanda poderia estar. Preocupação e incerteza pairavam no ar enquanto eles tentavam entender o que havia acontecido com a jovem que se tornara tão próxima deles nos últimos dias. Bento, apesar da preocupação, tentava manter uma faísca de esperança. Ele segurou firme a mão de Valéria e dos outros membros da banda.

– Vamos acreditar que ela está bem, que apenas teve algum contratempo. –  disse ele com voz firme, embora sua expressão mostrasse o peso da preocupação. – Fernanda é forte e inteligente, tenho certeza de que ela vai dar um jeito de nos encontrar.

– Mas o Dinho e a Valéria não tinham deixado ela dormir na casa deles? Vocês não acordaram ela quando vieram? – questionou Júlio.

Valéria olhou para Dinho, ambos compartilhando a mesma preocupação.

– Sim, ela estava na nossa casa. – confirmou Valéria. – Mas quando saímos, ela ainda estava dormindo. Não quisemos acordá-la, achamos que seria melhor deixá-la descansar.

– Ela disse que tinha o despertador, então... – disse Dinho.

Bento respirou fundo, lutando para controlar a raiva que começava a surgir.

– Ela disse que tinha o despertador? E vocês não acharam importante acordá-la? Ela está sozinha em uma cidade estranha, e vocês simplesmente a deixaram dormir? – seu tom era carregado de frustração e preocupação ao mesmo tempo.

Valéria se aproximou, notando a tensão no ar.

– Nós não imaginávamos que ela fosse dormir demais. Ela estava tão animada ontem à noite... – ela parecia igualmente preocupada.

Bento respirou fundo novamente, tentando acalmar os nervos.

– Tudo bem, vamos encontrar uma solução. Precisamos descobrir onde ela está. – ele olhou ao redor, pensando rapidamente em um plano. – Vamos ligar para ela e ver se atende.


Sérgio franziu a testa.

– E se ela estiver com o celular desligado?

Samuel assentiu, acrescentando:

– Precisamos ligar para a Aninha, talvez ela possa estar com ela.

Júlio pegou o telefone, digitando o número de Aninha com pressa.

– Vou ligar para ela agora mesmo. Espero que ela saiba alguma coisa.

Não Entrem Naquele Avião! | Mamonas AssassinasOnde histórias criam vida. Descubra agora