já era...

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Júlio esperou ansiosamente enquanto o telefone chamava. Finalmente, Aninha atendeu do outro lado da linha.

– Alô? – sua voz soou preocupada.

– Aninha, aqui é o Júlio. Você sabe onde está a Fernanda? – Júlio perguntou rapidamente, esperando por uma resposta que aliviasse suas preocupações.

Aninha ficou em silêncio por um momento, parecendo refletir sobre a situação.

– Júlio, eu... Eu realmente não sei. Ela não está aqui. Eu pensei que ela já tivesse ido com vocês para o aeroporto. – respondeu ela, sua voz carregada de preocupação.

Fernanda acordou subitamente, percebendo que o despertador não havia tocado. Ela olhou para o relógio alarmada e viu que estava extremamente atrasada. Com o coração acelerado, levantou-se num pulo da cama, vestindo-se às pressas e pegando suas coisas em desespero.

Desesperada, Fernanda correu pelas ruas, tentando chegar ao aeroporto o mais rápido possível. Seu coração batia forte no peito enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela sentia um aperto no peito só de pensar na possibilidade de não conseguir impedir o acidente.

Ao chegar ao aeroporto, a respiração ofegante, Fernanda correu até o balcão de embarque, mas era tarde demais. O voo dos Mamonas Assassinas já havia partido.

– Não! Por favor, me deixem embarcar, é uma emergência! – ela implorou para o funcionário, mas foi em vão. O avião já havia decolado.

Fernanda se sentou em um banco próximo, sentindo-se impotente e culpada. Ela sabia que não poderia desistir. A única coisa que podia fazer agora era esperar o próximo vôo e rezar para que tudo desse certo.

Fernanda tirou o celular do bolso e discou o número de Aninha com mãos trêmulas. Enquanto esperava que a ligação fosse atendida, sua mente estava a mil por hora, repleta de preocupações e ansiedade pelo que poderia acontecer.

Finalmente, após alguns toques, a ligação foi atendida.

– Aninha, precisamos conversar... É uma emergência. – disse Fernanda, sua voz embargada pela angústia.

Aninha chegou ao aeroporto às pressas, seu coração batendo descompassado enquanto buscava por Fernanda entre a multidão. Seus olhos percorriam cada rosto, cada movimento, em busca da amiga que precisava desesperadamente alcançar.

– O que aconteceu, Fernanda? Por que você não está no avião?

Fernanda olhou para Aninha com os olhos marejados, lutando para controlar a emoção que ameaçava transbordar a qualquer momento.

– Eu não consegui, Aninha... – murmurou, sua voz tremendo com a carga de frustração e medo. – Eu não consegui embarcar a tempo.

Fernanda respirou fundo antes de falar, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair a qualquer momento.

– Eu sei, Aninha... Eu sei que o Sérgio tem tido crises de choro sem explicações, que o Júlio sonhou com o avião caindo, eu sei... E isso me assusta mais do que posso expressar em palavras. Acho que tudo isso está acontecendo porque... Porque algo terrível vai acontecer, e eu... Eu não consegui ir com eles, Aninha.

Aninha abraçou Fernanda com ternura, sentindo o coração apertado diante da angústia da amiga.

– Nós vamos dar um jeito, Nanda. Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para evitar que algo de ruim aconteça, o que quer que seja. Eu prometo. Mas agora precisamos nos manter calmas e pensar com clareza. Temos que encontrar uma maneira de chegar até eles antes que seja tarde demais.

– Quando é o próximo vôo daqui até Brasília? – perguntou Fernanda.

– Será apenas amanhã, não dá tempo para chegarmos no show...

– Então, precisamos pensar em outra alternativa. Talvez possamos alugar um carro e seguir até lá o mais rápido possível. Não podemos desistir.

– São quase 13 horas daqui até lá. E agora já são 9 da manhã, não vamos chegar a tempo...

– Precisamos tentar, Aninha. Não podemos deixar que nada aconteça com eles. Podemos ir o mais rápido possível e torcer para que consigamos chegar a tempo.

– Você tem carteira de motorista, Fernanda? Vamos para minha casa, rápido, o meu pai deixa você dirigir se tiver a habilitação.

Fernanda assentiu rapidamente.

– Sim, tenho. Vamos logo, não temos tempo a perder.

Não Entrem Naquele Avião! | Mamonas AssassinasOnde histórias criam vida. Descubra agora