Mais um dia exaustivo de trabalho, e essa era a definição precisa para Fernanda após daquela quinta-feira maluca. Tirou a chave do portão de sua casa, destravou-o e adentrou. Em seguida, enfrentou mais uma fechadura antes de finalmente se jogar no sofá. Acomodou-se da maneira habitual, pegou sua caixa de som, conectou ao Spotify e começou a ouvir Mamonas Assassinas. Eles eram os únicos capazes de trazer animação ao seu cotidiano.
– Queria que soubessem o quanto sou grata por suas músicas animadas. – disse Fernanda, levantando-se e dirigindo-se até a cozinha. Abriu a geladeira, pegou uma bisnaguinha remanescente do café do dia anterior, espalhou um pouco de Nutella e começou a comer enquanto "Cabeça de Bagre II" tocava.
Quando eu repeti a quinta série, êh
Tirava E, D, de vez em quando um C
Mais de dez minutos se passaram-se
Cê, cê, cê-cererê-cê-cêEram cerca de 19h47 quando Fernanda dirigiu-se ao banheiro de casa, optando por uma ducha fria. Em poucos minutos, já estava vestida com sua camisola. Ao entrar em seu quarto, seu olhar fixou-se diretamente no pôster dos Mamonas Assassinas, e lágrimas surgiram em seus olhos.
– Como posso sentir tanta saudade de vocês, quando nem sequer os conheci? – Fernanda estendeu lentamente o braço em direção ao pôster dos cinco jovens sorridentes quando, de repente, uma luz branca forte e brilhante surgiu.
A luz branca envolveu Fernanda de maneira surpreendente, transportando-a para um lugar desconhecido. Quando recuperou a visão, percebeu que não estava mais em seu quarto. Encontrava-se em uma paisagem peculiar, onde elementos dos anos 90 e do presente se mesclavam de forma surreal. Ela se viu em Guarulhos! No entanto, como isso era possível, já que ela morava em Porto Alegre?
Ao observar seu próprio corpo, Fernanda teve um sobressalto. Não estava mais usando sua camisola, mas sim uma calça jeans larga, uma camiseta branca simples e um coturno de cano alto. Sem que Fernanda percebesse, uma senhora esbarrou nela numa esquina das ruas paulistanas.
– Mil perdões, senhorita! – a mulher mais velha disse.
– Não tem problema! Eu que me desculpo. – a senhora sorriu para ela e continuou seu caminho. – Ei, espera! – a mulher se virou novamente.
– Sim?
– Em que dia e ano estamos?
– 02 de fevereiro de 1996.
Fernanda não podia acreditar.
Percebendo a resposta da mulher, Fernanda sentiu um arrepio percorrer sua espinha. O choque da revelação começou a se instalar, enquanto ela tentava compreender a impossibilidade da situação. 1996? Mas ela pertencia a 2024.
Intrigada, Fernanda começou a percorrer as ruas de Guarulhos da década de 90, maravilhada com os detalhes que a transportaram no tempo. No entanto, o pensamento persistente em sua mente era como e por que ela estava ali, em um tempo que para ela já era passado.Enquanto caminhava pelas ruas nem um pouco familiares de Guarulhos, Fernanda se deparou com um quiosque de jornal exibindo manchetes da época. Entre elas, uma que a deixou atônita: "Mamonas: humor, para esquentar o rock". Seus olhos se arregalaram diante da surpreendente constatação de que os Mamonas Assassinas estavam ainda vivos e fazendo sucesso naquela época.
A realidade do salto temporal começou a se solidificar diante de Fernanda, deixando-a chocada com a certeza de que estava, de fato, em 1996. Decidida a compreender esse enigma, ela seguiu um impulso e dirigiu-se à direção do aeroporto, onde uma série de perguntas continuava a surgir em sua mente. O que estava destinado a acontecer? Como sua presença ali poderia impactar o curso dos eventos naquela época? O mistério do salto temporal tornava-se cada vez mais intrigante.
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Não Entrem Naquele Avião! | Mamonas Assassinas
FanfictionFernanda Furtado, uma jovem jornalista de 25 anos em 2024, é misteriosamente teletransportada para fevereiro de 1996 através do gigantesco pôster de sua banda favorita dos anos 90, Mamonas Assassinas. Agora, com a oportunidade de alterar o destino t...