Torturado no lugar dele

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caro leitor, a música indicada pra ouvir enquanto lê esse capítulo é "Dynasty - MIIA"

Pulava de prédio em prédio, de telhado em telhado até o endereço que ele passou por Bill no bilhete. A rua e o número ficavam ecoando em um loop fodido na minha cabeça. Sentia meu corpo tremer e só não cai porque quem estava no comando agora era o Venom.

Ele enfiava as garras no concreto dos prédios para se segurar e isso arrancava muitos olhares amedrontados de quem estava nos prédios e nas ruas.

Meu coração batia mais rápido do que eu achei que fosse possível.

Minha respiração estava acelerada de um jeito que doía.

Não saber se Bill está bem... se está... vivo... estava acabando comigo. Não sei o que vai ser de mim se o Bill morrer, ele é parte de mim e eu sou parte dele, não vou conseguir sem ele.

"A gente ta chegando?" podia sentir a raiva emanando da sua voz.

Tom: Vira a direita. – ele arranhou o prédio e então pulou para o chão, o que causou o acidente de alguns carros que tentaram desviar da criatura estranha e repentina na rua. Gritos foram ouvidos e então Venom deixou o externo do meu corpo.

Estava parado na frente de uma igreja enorme. Era aqui.

Pessoas me olhavam horrorizadas por verem que aquela criatura se transformou num homem comum.

Eu tinha que levantar a cabeça para ver a ponta da igreja, tendo meus olhos batendo num sino gigante – espero que ele não toque porque sei que o barulho vai ser alto o suficiente pra abalar o Venom, e eu iria precisar dele mais do que nunca nesse momento.

A medida que eu chegava cada vez mais perto da porta, as pessoas se afastavam com medo. Uns se protegiam e outros protegiam as suas crianças. Mas eu estava ali pra proteger o meu irmão.

Abri a porta e fechei quando passei por ela, estava tudo limpo demais.

As cadeiras gigantes não haviam sido tocadas, estavam perfeitamente alinhadas e sem poeira alguma.

O lugar estava escuro, além de uma única luz que iluminava o altar.

Fui até uma das paredes, não fui pelo centro, atravessando a igreja vazia na parte escura até ver que havia um corpo deitado na mesa de mármore onde o padre costuma ficar.

Era uma noiva.

Cheguei cada vez mais perto e pude ver que havia sangue respingado em sua roupa. Seu braço estava caído ao lado do corpo, eu estava quase perto o suficiente para ver seu rosto quando uma porta é aberta e em fração de segundos eu procuro um lugar para me esconder. Ao ver uma cortina vermelho vinho me esgueirei ali e deixei apenas metade do rosto para fora para ver o que iria acontecer.

Um homem de terno saiu de uma sala e foi até o corpo com flores nas mãos e metade do rosto com sangue. Ele sorriu ao ver o corpo e ajeitou o braço da mulher deitada.

- Meu amor... vou fazer ele pagar por isso. Eu prometo. Nem que eu tenha que desmembrar cada pedaço da família dele diante de seus olhos... – ele tocava o rosto da mulher e eu ouvi um grito familiar.

Senti o corpo gelar quando identifiquei.

Era Bill.

"Ele ta vivo!"

- Som agradável, não é docinho? Trouxe ele no lugar do irmãozinho que fez isso com você. Vou vingar você. Me perdoa por demorar em fazer isso.

VENOM • TOM KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora