Nosso destino

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A moto estava batendo quase 120KM/hr (quilômetros por hora) e meu coração acompanhava a velocidade. Carnificina estava logo atrás de mim, as vezes o via bem do meu lado se pendurando nos prédios e correndo para me pegar mas sempre que o via perto, eu acelerava.

Não podia deixar que ele me pegasse agora.

Não podia morrer agora.

Eu tinha que chegar na igreja e me esconder. Precisava dar tempo para Bill chegar e tinha que esconder a moto para que ele a achasse para buscar a gasolina.

Ouvia gritos de todos os lados com a galera se assustando com o monstro que corria atrás de mim e olhava desesperado para o retrovisor para procurá-lo. Ele estava ficando cada vez mais perto.

A rua estava muito movimentada então haviam muitos carros, consequentemente muito trânsito. Ainda bem que eu to de moto se eu tava era no céu.

Eu espero, né.

Estava chegando no bairro da igreja quando vejo o próximo sinal ficar vermelho e senti o corpo arrepiar. Eu não poderia passar porque poderia bater em outra moto ou em algum carro mas também não poderia parar porque meu corpo seria partido ao meio.

Acho que prefiro a primeira opção, nela eu ainda tenho chance de sair vivo.

Segurei mais forte no guidão e acelerei, rezava pra todos os deuses que existiam pra me deixar vivo para que eu pudesse encontrar com o Venom de novo e salvar a nossa família. Fui chegando cada vez mais perto da bolinha vermelha brilhante e vi que os carros já tinham começado a andar, era agora ou nunca.

Eu precisava passar.

A moto roncou alto e eu senti algo me cortar nas costas enquanto ouvia os carros que ficavam atrás de mim quebrando, ele devia estar colado em mim e tentava ficar longe da minha visão, onde nem os retrovisores pegavam.

Uma ardência tomou minha pele e apertei mais o guidão, minha mão já estava com os nós dos dedos brancos de tão forte que eu segurava aquilo. Misericórdia.

Era um cruzamento, então se eu acabasse batendo provavelmente morreria porque estava sem capacete e o impacto me pegaria de lado. Eu precisava que a sorte estivesse do meu lado pelo menos por agora. A imagem deles não saia da minha cabeça e eu comecei a sentir a garganta doer e os olhos arderem.

Buzinas soaram e uma caminhonete quase passou por cima de mim mas tenho certeza que ele não veio atrás de mim graças ao que já estava atrás de mim. Daria trabalho demais pra ele, com certeza.

Mais buzinas soaram e eu vi pelo retrovisor que Carnificina tinha se incomodado com isso, quando deu socos na própria cabeça – como se o som alto fincasse seu cérebro – e lutava pra continuar correndo para tentar me pegar. Gale devia estar brigando muito com ele agora por ter diminuído a velocidade.

O próximo sinal estava verde e aquilo tinha me tranquilizado um pouco já que não teria que quase morrer de novo.

Olhei para o retrovisor para procurar por ele mas só vi as linhas vermelhas escorrendo em minhas costas. Era por isso que minha pele estava ardendo, ele tinha me cortado.

Sua unha deve ter esbarrado em mim quando ele tentou me agarrar.

Assim que virei a rua já conseguia ver o meu destino, mesmo ainda estando longe, e lá estava rodeado de gente. Alguns curiosos e outros eram policiais. Cerca de quinze carros de polícia estavam estacionados no local. Merda.

Não sabia se tinha alguém lá dentro ou quantos tinham. Meu objetivo era destruir o lugar só com três pessoas nele mas agora eu não sabia o que ia fazer já que não tinha ideia de quantos tinham lá dentro.

VENOM • TOM KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora