CAPÍTULO 03

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CAPÍTULO 03

Hael disfarçou um pouco o seu sorriso ao perceber que a mulher o olhava com admiração. Ele sabia que era bonito, mas não dava muita importância para isso. Ele não a deixou perceber que sentiu o olhar dela no seu traseiro enquanto selava o cavalo. Aquilo era bem ousado da parte da garota, e pela experiência dele, aquela mocinha não tinha nada de inocente como uma dama da alta sociedade poderia ter.

Ele nem poderia julgá-la, já que deu uma breve analisada nela também na delegacia. Era uma mulher muito bonita, um pouco magra devido às regras de onde vivia, mas nada que ele não apreciasse.

Discretamente sem que ela percebesse reparou no vestido comportado que ela usava, os cabelos dourados estavam presos em um coque e alguns fios caiam por seu rosto delicado, os olhos claros tinham um brilho intenso, o nariz arrebitado e os lábios carnudos.

Realmente ela era bonita.

Observando as duas malas na mão dela ergueu uma sobrancelha. Não era possível que aquela moça achasse que iria com ele?

— Para que isso?

— Aqui está o seu dinheiro — ela o informou entregando a mala para ele.

Hael pegou a mala e a abriu no chão, observando o seu dinheiro ele deu um sorriso, pela sua rápida análise no dinheiro ali continha a metade do que pediu, a mocinha parecia ser de palavra e inteligente o suficiente para saber que se ela mentisse poderia estar em perigo.

E o que tinha ali daria para pagar o seu bando, com o fim das férias, chamaria os rapazes de volta.

Ele fechou a mala e a amarrou em segurança com uma corda na sela do cavalo.

— Não vai conferir? — Ela perguntou.

— Já conferi — retrucou secamente.

Um pouco da sua franja caiu sobre o seu olho, ele jogou seu cabelo liso para trás, ouvindo um ofego suave vindo da garota, ele voltou a observá-la.

— Você não me respondeu sobre a outra mala.

— Está aqui é a minha, eu vou com você.

Dessa vez, Hael riu, seu palpite estava correto. — Como é?

— Eu vou com o senhor, assim eu tenho uma garantia que não vai me passar a perna.

Ele levantou uma sobrancelha.

— Essa foi uma das coisas mais absurdas que já ouvi até agora, a senhorita está sendo imprudente — ele cruzou os braços com o olhar compenetrante —, me pagou para procurar o seu pai e não levar você junto.

— Então eu lhe pago mais quando voltarmos, qual é seu preço?

— Isso está fora de questão — disse pegando nas rédeas do seu cavalo, pronto para sair.

Ela segurou na outra ponta da rédeas e não o deixou seguir.

— Não interessa, eu disse que pagarei, eu vou com o senhor, preciso ver meu pai com meus próprios olhos.

Fechando os olhos com força, Hael contou até vinte.

— Senhorita Portman — começou tentando soar o máximo gentil que conseguia — eu não tenho como protegê-la e não faz ideia do quanto é perigoso onde vou.

— Eu sei e mesmo assim quero ir. — Ela o desafiou batendo o pé. — Se não me deixar ir, eu seguirei o senhor.

— Ah é? Como? — perguntou divertido.

— Vou dar o meu jeito, estou falando sério senhor Walker.

Oh mulher teimosa!

— Isso não é brincadeira, vou encarar o deserto, tem feras por lá.

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