✧ MOTHER ARCADE, killugon

.05 | homoeróticos por obrigação e os benefícios do período fértil

— Isso aqui precisa de um selo parental advisory.

O comentário de Alluka fez com que Gon perdesse o autocontrole e começasse a rir sem parar, causando também um escape do profissionalismo de Killua quando ele encostou sua testa na do moreno para fugir da lente da câmera de Pouf por ter aberto um sorriso. Não era uma fala infundada; haviam tido a brilhante ideia de colocar Freecss sentado em uma cadeira de costas para a câmera com Killua em seu colo como se fosse morder seu pescoço e pode-se dizer que Gon nunca tinha rezado tanto para não quebrar o personagem.

— Garota, eu vou te expulsar do set. — ameaçou o albino, levantando do colo do namorado e puxando o vestido para baixo. Aquelas fendas deviam ser ilegais, mas para questões práticas da estética do novo álbum, casavam perfeitamente. — Pouf, ninguém tá conseguindo focar mais com essas poses. Podemos fazer uma pausa?

— Quinze minutos.

— Mais do que o suficiente. — Killua virou de costas para Gon e tirou o cabelo do caminho, mostrando seu zíper que insistia em descer. — Fecha pra mim?

— Se fosse um trabalho meu, esse zíper não descia.

Killua soltou uma risada baixa, agradecendo com um carinho leve no ombro dele antes de buscar uma garrafinha de água perto de onde Zushi, Alluka e Kurapika se apoiavam, que era bem abaixo do ar-condicionado para não cozinharem no calor que estava fazendo aquele dia. A capacidade da Zoldyck de falar algo besta em um segundo e logo depois estar discutindo com alguém seriamente sobre como o baixo era extremamente importante para qualquer cenário musical era impressionante.

— Mal dá pra ouvir o seu baixo a maior parte do tempo.

— Então você deve estar com os ouvidos enfiados no rabo quando escuta nossos álbuns, Kurapika. — ela cruzou os braços, irritada. — O baixo é tipo a alma da música, o batimento cardíaco. Tente tirar minhas linhas de boy to POP! e ela fica completamente sem rumo.

— Ela tá certa, na verdade. Como baterista tenho que admitir que sigo mais o ritmo que a All marca do que a partitura.

Ela assumiu uma expressão convencida, quase como se quisesse dizer "eu avisei" enquanto Kurapika continuava teimando que não era tão importante assim. Obviamente ele sabia que era, mas ver Alluka irritada e tratando de algo sem ironia era um acontecimento que somente seu amor incondicional pelo baixo poderia trazer; nem mesmo seu irmão gostava de brincar remotamente que poderiam tirá-la da banda para cortar custos com algo que ninguém ouve, e se qualquer TechKid que se preze fosse questionado sobre a importância não só da integrante mas também do instrumento era certo que a defenderiam com unhas e dentes. Aquela era provavelmente a única piada que a Zoldyck não tolerava nem sob pena de morte e que poderia facilmente a fazer virar gente em instantes, ou seja, um completo milagre.

Gon surgiu por trás de Killua sem fazer nenhum som, assustando-lhe ao ponto dele ameaçar soltar um grito.

— Você que tá com a boca escorrendo sangue e eu que te assusto?

— Vai se fuder. — Killua ofereceu sua garrafinha para ele, tirando as presas postiças provisoriamente quando viu-se com as mãos livres e gastando alguns segundos observando o rosto do namorado. Sua cor de pele e seus olhos foram realçados por uma sombra escura e delineado forte que de alguma forma aparecia claramente mesmo com a pálpebra única da qual Hisoka tanto reclamava na hora de fazer as maquiagens, além de terem mantido suas olheiras naturais por pedido dele. — Você ficou tão bonito com essa maquiagem. Por que usa lápis de olho tão pouco?

— Sou completamente desprovido de habilidade em aplicar lápis de olho, Kil. — ele abriu um sorriso amável, bebendo um pouco mais da garrafinha do vocalista e levantando uma sobrancelha com ares de dúvida quando Killua colocou a mão no seu pescoço após engolir a água e o analisou atentamente como se quisesse confirmar alguma coisa. — O que foi?