Capítulo Sete

235 26 3
                                    

Quando saí do consultório, mirei as duas mulheres que estavam na frente do Namjoon, que conversava alegremente com elas.

Não demorei muito para reconhece-las. Suas duas primas.

Uma delas é Eun, a tal garota que me detesta por causa da sua paixãozinha de criança.

— Oi — Namjoon me cumprimentou assim que percebeu que eu me aproximava.

— Olá — cumprimentei ele e as duas mulheres.

Jina respondeu educadamente, já a Eun mal mexeu a boca para falar oi.

Fiquei alguns minutos ouvindo a conversa dos três.

Muitas mãos encostando nos braços alheios. De Jina eu até poderia acreditar que era sem maldade, mas já a Eun...

E ela parecia estar adorando.

Eu não sabia se continuava ali assistindo aquele teatro, ou se entrava no carro.

E o Namjoon provavelmente percebeu a minha inquietação, já que se despediu das duas, e me chamou para irmos embora.

— Como foi a consulta? — puxou papo.

— Frustrante — coloquei o cinto e apoiei braço na janela.

— Por que? — questionou.

— Nenhum avanço.

A minha resposta foi curta, e foi o encerramento daquele simples diálogo.

Eu sentia a carranca no meu rosto. E os meus pensamentos estavam a mil.

Fiquei estressada. Será que era a TPM se aproximando?

Quando chegamos em casa, ambos continuamos em silêncio e eu fui direto para o meu quarto.

O Namjoon me seguiu e parou na porta, apoiando os braços no batente.

— O que houve? — perguntou. — Não me diga que não foi nada, eu conheço você.

— Foi a consulta — respondi largando a bolsa na cama.

— Parece que foi comigo — continuou. — Você mal me respondeu no carro e ficou em silêncio até agora. O que foi que eu fiz?

Ele estava estranhando, e também parecia um pouco chateado.

— Eu já disse, desde o começo, se eu fizer algo, me fala. Eu tento não ser invasivo com você, respeito seu espaço, suas escolhas. Estou te apoiando e tomando conta de tudo para que fique o mais confortável possível. Eu só te peço para me dizer quando algo acontecer.

— Eu não sei... — sentei na cama. — Fiquei assim depois que vi as suas primas — passei a mão no rosto, frustrada.

— Não pode ser ciúme.

— Não é! — neguei.

Na verdade, eu não tinha certeza.

— Não gostei da Eun, desde a festa. E odeio ser tratada com indiferença quando eu estou sendo educada — rolei os olhos. — Tudo pela paixão patética dela por você. Que ridículo!

— É ridículo mesmo — concordou. — Mas o que eu tenho a ver com isso, jagiya? Foi comigo que você ficou estranha.

Eu fiquei quieta.

— Me parece ser ciúme — disse em um tom brincalhão.

— Namjoon!

— Ok ok — deu risada. — Estou brincando, só queria descontrair.

— Desculpe ficar estranha com você.

— Eu realmente não fiz nada? — ergueu as sobrancelhas.

— Não — neguei. — Eu só agi feito uma criança. Desculpa.

— Não se desculpe — pediu. — Só me fala quando acontecer algo. Independente do motivo. É sério.

— Vou falar. Prometo.

Ele sorriu ladino, e continuou onde estava. Parecia esperar por algo mais.

Eu suspirei alto e me rendi.

— Achei desrespeitoso a Eun agir daquela forma — fui direta. — Ela estava tentando se passar por que eu perdi a memória ou ela sempre é assim?

— Assim como?

— Espalhafatosa, encostando, dando em cima descaradamente.

— Sim, ela é sempre assim.

— Na minha frente? — exclamei. — E você nunca cortou?

— Acho que ela realmente está se passando pelo fato da sua memória.

— Não quer dizer que eu não me incomode. Não é como se eu estivesse sentindo ciúmes agora. Só fico pensando, o que eu acharia se fosse alguns meses atrás? — questionei. — Eu com certeza ficaria pirada em ver a prima do meu marido dando em cima dele.

Ele balançou a cabeça afirmando.

— Vou falar com ela — garantiu.

— Nem se estressa com isso, Namjoon — pedi. — Não vale a pena, e ainda vou ficar como se fosse surtada.

— Eu posso exigir respeito pela minha esposa — insistiu. — Com ou sem memória sobre nós, você merece respeito.

Eu assenti.

— Agora podemos falar sobre qual vai ser o nosso jantar? — mudou radicalmente de assunto e eu dei risada.

RememberOnde histórias criam vida. Descubra agora