Eu estava sentada no sofá quando ele chegou. Estava mexendo na minha pulseira, enquanto alguma série qualquer passava na televisão.
— Oi — proferiu baixo.
— Oi — respondi.
Ele desviou o olhar para a mesa de centro, onde estavam os papéis do divórcio.
— Você assinou? — perguntou.
— Não.
— Por que? — questionou, sentando no sofá.
— Por que você saiu assim? — ignorei a sua pergunta.
— Queria dar um tempo para você — encolheu os ombros. — E eu precisava do meu tempo também.
Encarei o seu rosto. Vendo o seu semblante triste e cansado.
— Por que você não assinou os papéis? — perguntou novamente.
— Eu fiquei preocupada com você, sabia? — fugi da pergunta mais uma vez. — Você sumiu, Namjoon.
— Eu guardei os meus sentimentos por muito tempo — justificou. — Eu precisava de um tempo sozinho, queria pensar. Mas o meu celular realmente estragou.
— Por que você esteve guardando esses sentimen
— Por não ser nada do seu interesse — encolheu os ombros. — Fui guardando cada coisinha, e sinceramente, eu já estou quase explodindo.
— Conversa comigo, Namjoon — eu pedi.
— Você não vai gostar de ouvir. São as coisas que você já sabe, eu amo a pessoa que não recorda de absolutamente nada do que vivemos, e não sente por mim nem 1% do que eu sinto por ela. Eu acumulei inúmeras frustrações ao longo desses meses, tentando pensar no melhor. Achar que algum dia a sua memória iria voltar, ou que você pelo menos pudesse se apaixonar por mim novamente.
Mais uma vez ele conseguiu me deixar calada, sem palavras para respondê-lo.
— Mas não é possível se apaixonar pela mesma pessoa, ainda mais nessas circunstâncias.
— Você nunca leu romances ou assistiu filmes? — tentei forçar um sorriso, mas foi só uma tentativa.
— Eu deveria me basear em romances para a minha vida real? — ergueu as sobrancelhas. — Eu tenho que ser realista, SunHee.
— Você está soando tão frio — deixei escapar.
— Estou tentando voltar para a realidade.
Eu engoli em seco.
— Eu estou ficando na casa dos meus pais por enquanto. Vou procurar algum lugar para mim e volto para buscar todas as minhas coisas — mudou o rumo.
— A casa é sua.
— A casa é nossa — me corrigiu. — É tanto sua quanto minha. E eu quero que você fique aqui.
— Eu não quero que você vá embora.
— Por que você não assinou os papéis? — proferiu aquela pergunta mais uma vez.
— Você não tem que ir... — ele me interrompeu.
— SunHee! — chamou a minha atenção. — Me responda, e para de mudar o assunto. Por que você não assinou os papéis?
— Eu não quero que você saía daqui — desviei o olhar para a minha pulseira. — Não quero me separar de você.
— Nós nem temos um relacionamento — seu tom de voz diminuiu.
Eu levantei.
— E por isso eu não posso sentir a sua falta? — questionei. — Não quero que você se mude, não quero ficar longe de você e muito menos ficar de mal.
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Remember
RomanceApós um acidente de carro, além de machucados espalhados pelo corpo, SunHee também sofre com a perda da memória. Existe esperanças quando ela sequer se lembra da pessoa com quem divide um anel no dedo?