Capítulo Onze

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Eu estava sentada no sofá quando ele chegou. Estava mexendo na minha pulseira, enquanto alguma série qualquer passava na televisão.

— Oi — proferiu baixo.

— Oi — respondi.

Ele desviou o olhar para a mesa de centro, onde estavam os papéis do divórcio.

— Você assinou? — perguntou.

— Não.

— Por que? — questionou, sentando no sofá.

— Por que você saiu assim? — ignorei a sua pergunta.

— Queria dar um tempo para você — encolheu os ombros. — E eu precisava do meu tempo também.

Encarei o seu rosto. Vendo o seu semblante triste e cansado.

— Por que você não assinou os papéis? — perguntou novamente.

— Eu fiquei preocupada com você, sabia? — fugi da pergunta mais uma vez. — Você sumiu, Namjoon.

— Eu guardei os meus sentimentos por muito tempo — justificou. — Eu precisava de um tempo sozinho, queria pensar. Mas o meu celular realmente estragou.

— Por que você esteve guardando esses sentimen

— Por não ser nada do seu interesse — encolheu os ombros. — Fui guardando cada coisinha, e sinceramente, eu já estou quase explodindo.

— Conversa comigo, Namjoon — eu pedi.

— Você não vai gostar de ouvir. São as coisas que você já sabe, eu amo a pessoa que não recorda de absolutamente nada do que vivemos, e não sente por mim nem 1% do que eu sinto por ela. Eu acumulei inúmeras frustrações ao longo desses meses, tentando pensar no melhor. Achar que algum dia a sua memória iria voltar, ou que você pelo menos pudesse se apaixonar por mim novamente.

Mais uma vez ele conseguiu me deixar calada, sem palavras para respondê-lo.

— Mas não é possível se apaixonar pela mesma pessoa, ainda mais nessas circunstâncias.

— Você nunca leu romances ou assistiu filmes? — tentei forçar um sorriso, mas foi só uma tentativa.

— Eu deveria me basear em romances para a minha vida real? — ergueu as sobrancelhas. — Eu tenho que ser realista, SunHee.

— Você está soando tão frio — deixei escapar.

— Estou tentando voltar para a realidade.

Eu engoli em seco.

— Eu estou ficando na casa dos meus pais por enquanto. Vou procurar algum lugar para mim e volto para buscar todas as minhas coisas — mudou o rumo.

— A casa é sua.

— A casa é nossa — me corrigiu. — É tanto sua quanto minha. E eu quero que você fique aqui.

— Eu não quero que você vá embora.

— Por que você não assinou os papéis? — proferiu aquela pergunta mais uma vez.

— Você não tem que ir... — ele me interrompeu.

— SunHee! — chamou a minha atenção. — Me responda, e para de mudar o assunto. Por que você não assinou os papéis?

— Eu não quero que você saía daqui — desviei o olhar para a minha pulseira. — Não quero me separar de você.

— Nós nem temos um relacionamento — seu tom de voz diminuiu.

Eu levantei.

— E por isso eu não posso sentir a sua falta? — questionei. — Não quero que você se mude, não quero ficar longe de você e muito menos ficar de mal.

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