Capítulo Dez

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Eu estava desolada.

O Namjoon foi para o seu quarto, mas minutos depois ele estava saindo, com uma mochila de roupas.

Fiz inúmeros questionamentos, mas ele se foi mesmo assim.

Fiquei sozinha com os meus pensamentos.

Ele estava chateado, e com razão.

Eu agi de forma ingrata e disse coisas para lhe magoar.

Mas parecia mais do que isso.
A sua mágoa parecia vir de muito antes do que aquele momento.

Talvez eu tenha magoado ele todos os dias dos últimos meses. Até sem notar.

Eu liguei e mandei várias mensagens. Nenhuma resposta.

As ligações iam direto para a caixa postal.

Me senti perdida ao ficar sozinha naquela casa. E senti a falta dele.

No dia seguinte eu precisei ir trabalhar.

Me senti uma péssima professora ao passar um trabalho qualquer para os meus alunos. Qualquer coisa para eles ficarem entretidos, ou pelos menos fingindo fazer.

Estava com a cabeça nas nuvens, e não conseguiria oferecer uma aula melhor a eles.

Quando voltei para a casa, fiquei na esperança de ele voltar. Mas não aconteceu.

Eu fiquei com a sua aliança o tempo todo desde que ele saiu de casa.

Nas primeiras horas eu nem percebi.
Mas para ir trabalhar eu a coloquei em uma das minhas pulseiras e usei.

Não sabia ao certo o que aquilo significava. O que eu estava fazendo?

Mais um dia se passou quando eu tive algo vindo do Namjoon, mas fiquei sem chão ao abrir o envelope e ver do que se tratava.

Ele havia me enviado os papéis do divórcio.

Então era isso mesmo?

Ele some por dois dias e a única coisa que me manda são os papéis do divórcio?

Foi aí que eu chorei.

Voltei a ligar sem parar para ele.
E por último liguei para a sua mãe.

Ela que atendeu e me deu notícias dele.

Tentei disfarçar a minha voz de choro ao conversar com ela.
E suspirei de alívio quando finalmente pude ouvir a voz do rapaz do outro lado da linha.

— Por que não me atendeu? — eu perguntei após ouvir o seu "alô". — Por que ficou dois dias sem me dar notícia? Eu fiquei preocupada, sabia? E por que esses papéis?

— Vai parecer mentira, devido às circunstâncias... mas o meu celular estragou. Ainda não consegui ver para arrumar ou comprar outro.

— Mas de procurar um advogado para conseguir os papéis do divórcio conseguiu — minha voz soou magoada.

— É o melhor, você sabe — ele respondeu. — E é o que você quer e merece.

— Venha aqui, vamos conversar.

— Não sei — suspirou baixinho. — Acho melhor não.

— Por favor — eu pedi, com a minha voz voltando a ficar embargada. — Você não pode simplesmente sumir assim! Me desculpe por aquela briga estúpida.

— Você tinha razão. Não tem que se desculpar.

— Não, eu não tinha razão — neguei. — Por favor, Namjoon. Vem para casa.

— Sunhee...

— Eu vou mesmo precisar implorar mais uma vez? — minha voz saiu baixa.

Ele deixou um suspiro pesado escapar.

— Estou indo.

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