Capítulo cinco

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Alguém bate à porta

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Alguém bate à porta.

Estou terminando de enfiar o essencial na minha bolsa de mão, quando ela range, se abrindo antes mesmo que eu possa dizer algo. É apenas o tempo que eu levo para olhar por cima do ombro, e encontrá-lo em Aaron, de pé no batente.

Posso sentir os músculos do meu rosto se contraírem, inconscientemente, com a visão do meu pai. Ele não deveria estar aqui. E algo na sua postura retraída sente isso, pois ele desvia o olhar de mim duas vezes, até finalmente exercer voz, sem graça.

— Você está... linda.

— Obrigada — sou curta e grossa, voltando ao meu afazer anterior, me forçando a ficar completamente alheia à sua presença.

Ele sabe que ferrou tudo, e acha que me elogiar vai surtir algum efeito?

Eu não sei quando vou voltar a olhá-lo da mesma maneira. Ou se, quiçá, isso voltará a acontecer um dia. Aaron ultrapassou uma linha irreversível em nossa relação.

A pessoa que, supostamente, deveria me proteger, acabou de jogar-me aos leões.

Como posso perdoá-lo?

— Querida...

Respiro fundo.

— O que mais você quer comigo? — me viro para ele, impaciente. — Não acha que já ferrou com o suficiente?

O mesmo engole a seco, nitidamente.

— Soube que foi ao prédio do Styles hoje.

Quero rir de sua ousadia.

— Não acho que isso seja mais da sua conta.

Ele fica cabisbaixo diante do meu corte brusco.

— E eu não te culpo por isso. O que você está fazendo por nós...

— Por mim. O que estou fazendo é por mim — saliento a última parte, para ficar bem claro, porque as palavras de Harry de mais cedo ainda brincam com a minha mente. Família é seu ponto fraco. — Eu te disse, Aaron. Eu te disse o preço que você pagaria pelo que estou fazendo.

Ele não diz nada. Na verdade, não há mais nada a ser dito. Termino de encher minha bolsa, a fechando.

— Agora, se você não se importa, eu preciso ir.

Quando saio do edifício, uma limousine preta está ao meu aguardo, tal como o porteiro havia notificado Nana. Um homem uniformizado, que presumo ser o motorista, segura a porta para mim, gentilmente — ainda que este seja o seu trabalho. Eu aceno com a cabeça, em um gesto de agradecimento, e ele o me retribui com outro. Quando me acomodo no banco de couro e a porta ao meu lado é batida, meus olhos caem no outro corpo sentado à poltrona na minha frente. Ele está com um smoking preto bem cortado, e parece pronto para uma gala. Seu cabelo está armado com gel, sofisticado, e no rosto, Harry me oferece um sorriso de canto, quase inexistente, conforme varre seus olhos esverdeados pela minha roupa sem a menor discrição.

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