Summer tinha um plano.
Depois de quatro anos fora, ela voltaria para Nova Iorque, preparada para assumir os negócios da família. E isso quase acontece... senão fosse pelo pequeno detalhe de que as finanças para seu pai não vão bem há algum tempo. C...
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— Ok, ok. Agora o que todos nós queremos saber é... como os pombinhos se conheceram?
Estamos em uma pequena rodinha de conversa quando a pergunta surge de Gemma. Eu e Harry lado a lado, com os pares de olhos focados em não perder um movimento sequer nosso. É difícil não me sentir como um animal enjaulado em um zoológico; somos a atração principal da festa.
— Nós, bom...
— Tenho certeza de que não foi em um desfile — o comentário veio de Mike, que riu da sua própria piadinha, é claro. Com o pouco tempo em que eu estava ali, conclui que esse era o seu encargo na família: as piadas desagradáveis. Todo mundo tem o seu, e esse era o dele.
— Essa foi boa, tio — Harry apontou a taça na sua direção, rindo sem vontade nenhuma. — É verdade, não nos conhecemos em um desfile. É uma boa história — ele arranha a garganta, começando: — Nos conhecemos em uma festa, afinal, temos um círculo social bem parecido. Eu me lembro de ter visto ela na varanda da casa, sozinha, e me aproximei. Eu nunca desperdiço uma boa chance, é claro — piscou um dos olhos, galanteador, e todos riram. Eu quis revirar os olhos. — Foi quando eu percebi que ela estava com frio, e ofereci o meu terno.
— Tão cavalheiro, meu filho! — Anne soprou, encantada.
Claro, eu pensei, Harry estava se colocando bem na fita.
— Mas eu recusei — minha voz cortante atrai a atenção de todos, e Harry me encara confuso, levemente alarmado pela minha continuação que não estava dentro do plano. O que eu poderia fazer? Poderia vomitar a qualquer momento se continuasse a ouvir Harry se gabando daquele jeito, então resolvi adicionar algumas leves mudanças no enredo. — Como Harry disse, nós já nos conhecíamos de vista. E eu já sabia da sua fama... bom, como posso dizer? De conquistador. Não estava disposta a ceder tão facilmente assim.
— É verdade, mas você acabou aceitando no fim das contas, lembra, meu amor? — Harry insistiu, soltando um risinho de nervoso ao mesmo tempo em que apertava de leve a minha cintura, num claro alerta de "pare o que você está fazendo agora".
— Sim, aceitei, mas só porque você acabou esbarrando champanhe no meu vestido, meu amor — complementei, encarando-o com um sorriso triunfante. Todos fizeram sons de surpresa. Pelo visto, eu os estava envolvendo bastante na história. Não iria parar agora, que estava ficando divertido. — Tão desastrado! Mas acreditem, eu não fiquei irritada, fiquei encantada, porque isso significava que ele estava nervoso.
— Harry nervoso com mulheres? Essa é nova! — Paul, o marido de Gemma, brincou, causando um alvoroço de risadas.
— Talvez porque, antes disso acontecer, você tenha me confidenciado que eu era o cara mais atraente da festa — Harry tomou as rédeas, e eu o encarei, assustada. Mas o que?! — Eu sei, pessoal, eu sei. Mas os tempos são outros, certo? As mulheres estão ficando com mais atitude, dizendo o que do que gostam e o que não gostam. É normal.
