Capítulo sete

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O dia amanheceu agitado

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O dia amanheceu agitado. Eu estava de pé desde as 8h, resolvendo todos os últimos detalhes da festa, no Davison's. Ele foi o primeiro hotel que nossa família construiu, em 1974, pelo meu avô Christopher Davison. Ele fica na oitava avenida, na altura da rua 23. Consequentemente, é a sede oficial da Davison's Group, onde tudo acontece.

Há dois dias, meu "relacionamento" com Harry veio a público, assim como o anúncio do fechamento de uma das nossas unidades do hotel, no Hamptons. Aparentemente, deixaram "vazar" para os tabloides, o que só reforçou mais os comentários. O assunto do momento, então, se transformou nos "maus bocados que a Davison's Group pode estar passando". E é claro que isso não pegou nada bem para os investidores, que fizeram mil questionamentos ao meu pai sobre o andamento da empresa. Era nossa segunda unidade, mas não deixava de ser custosa, levando em consideração que a cidade só fica em alta no verão. Era um grande elefante branco, precisava admitir, apesar de todas as minhas melhores memórias de verão terem sido lá. Uma parte de mim ficou despedaçada — e a outra, com raiva. Tudo isso estava acontecendo por causa do Aaron, este, é claro, que teve que voltar a mentir. Mas, para afogar todos esses boatos, eu juntei o útil ao agradável: sugeri que déssemos uma pequena festa em comemoração ao aniversário de 50 anos de história do hotel, nesta noite.

Afinal, não há nada como entupir nossos convidados com champanhe caro para mostrar que está tudo bem. Pelo menos, é o que vai acontecer, agora que Harry e eu temos um trato bem específico. Ele será nosso investidor secreto durante o tempo em que permanecermos "juntos", e vamos nos reerguer novamente. É apenas nisso que eu quero me focar em trabalhar, porque todo esse patrimônio é tudo para mim. Sempre foi o meu sonho chegar até aqui, prestes a ser a próxima CEO — e primeira mulher — de tudo isso. E eu pretendo fazer tudo diferente do meu pai. Talvez, um dia, até consiga recuperar o hotel em Hamptons.

— Srta. Davison, onde eu coloco isso? — o entregador para na minha frente, com as caixas brancas empilhadas no carrinho de carga.

— Direto para a cozinha, por favor — aponto para trás, e ele segue na mesma direção, confirmando com a cabeça. Volto-me ao meu celular, conferindo novamente a lista de convidados antes de confirmar para a assessoria. Deslizo o dedo para cima, lentamente, parando no seu nome.

Harry Styles, Style's Company.

Nós não nos víamos desde nosso encontro nada "agradável", no prédio da sua companhia. Não era como se isso precisasse acontecer, eu sei — apenas quando as câmeras e pessoas importantes estavam entre nós. Mas só de pensar que terei que ficar ao seu lado, encenando como da última vez, me sinto ficar tensa. Não é nada agradável fingir gostar da sua companhia, ou contar aos outros como, supostamente, nos conhecemos. A história falsa, eu quero dizer. Além disso, eu diria que é até um pouco... difícil. Porque ele é, literalmente, a junção de tudo o que mais detesto em um homem.

Presunçoso, arrogante, cínico e... lindo.

Essa última parte, claro, é totalmente embaçada por causa da personalidade detestável.

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