23_ O que é porra?

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Alana

Depois de alguns dias eu sou liberada, porém eu tenho que ir ao hospital todos os dias.

- Bom, ela terá que vim aqui todos os dias. - O médico explica. - Assim que tivermos notícias de um coração novo avisaremos vocês.

- Claro, doutor.

Nos despedimos do médico que é bem simpático.

- Filha, tem uma pessoa te esperando lá fora.

- Quem?

- O seu amigo, Henrique. - Sorrio.

Assim que saímos de dentro do hospital, como minha mãe disse, Henrique está aqui fora me esperando.

Vou até ele e o abraço.

- Obrigada por se importar comigo.

- Eu me importo de verdade com você, gatinha. - Ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Acho que estou atrapalhando o casal aí, né. - Minha mãe zoa e eu a olho feio.

- Não tem casal nenhum aqui. - Falo séria.

Depois disso minha mãe vai para a casa e eu vou a uma pracinha com o Henrique.

Como sempre, torrei o dinheiro dele com sorvete.

Após tomarmos sorvete, nós vamos ao balanço onde há algumas crianças brincando.

- Você vai me empurrar, tá bom?

- Tá bom. - O Ken falso ri.

Eu me sento no balanço e Henrique começa a me empurrar devagar.

Uma sensação muito boa, um vento muito bom batendo em meu rosto.

- Vocês namoram? - Uma menininha nos pergunta de repente.

Com o impacto da pergunta, meus olhos se arregalam e eu caio do balanço para o gramado.

- Ai, porra! - Xingo.

Tá doendooo!

- Você se machucou? - Henrique pergunta preocupado.

Eu nego com a cabeça.

- O que é porra? - A mesma menininha me pergunta e eu arregalo os olhos outra vez.

E agora, o que eu falo? Não vou falar que é o esperm...

- Heim? O que é porra? - A menina pergunta novamente e vejo Henrique se segurando para não rir.

- Não pode falar porra, caralho!

Coloco minhas mãos na boca ao perceber que falei outro palavrão.

- Porra, caralho! Caralho, porra! - A menina fala alto.

- Não acredito que você ensinou a criança falar palavrão, Alana! - Henrique ri.

- Cala a boca, cópia do Ken!

- É mesmo, ele parece com o namorado da Barbie. - Diz a menininha. - E você a Barbie, por isso achei que vocês namoravam. - Sinto minhas bochechas queimando.

Porque as crianças são desse jeito?

(...)

É de manhã cedinho e eu estou pesquisando no meu notebook algum tratamento rápido para fibrose cística. Eu me sinto cada vez mais derrotada por essa bactéria de merda...

- Filha, eu já vou ir trabalhar. - Avisa minha mãe, porém ela percebe que eu estou triste quase chorando. - Filha, você já ouviu falar em esperança? - Ela passa as mãos em meus cabelos.

- Eu perdi ela quando meu melhor amigo morreu.

- E se ele estiver vivo? Afinal, ele foi transferido para outra cidade para conseguir sobreviver.

- Ele teria me ligado se estivesse vivo...

- Esperança, Alana. Não perca ela.

(...)

Narradora

Alguns dias atrás...

- Preciso que saía para mim poder arrumar tudo... - Fala a médica para a mãe do Alex que chora desesperada.

Rose assenti com a cabeça fazendo o que a médica pediu.

A doutora caminha até o Alex tocando no moreno.

- Me perdoe por não ter conseguido te ajudar... - Ela se sente culpada.

Porém...

- O c-coração! - A doutora diz com os olhos arregalados. - M-MÉDICOS, AGORA!

(...)

Alex apenas se lembra de ver médicos ao seu redor. Ele estava paralisado, perguntando a si mesmo várias vezes se estava vivo ou morto.

- Ele realmente está vivo. - A médica fala feliz para a mãe do moreno. - Foi um grande milagre.

A mãe do garoto cheia de felicidade não pensou duas vezes antes de abraçar a médica.

- Obrigada! - Ela diz entre lágrimas felizes.

- Porém o Alex terá que ter outro coração. - A médica explica. - Mas infelizmente o coração que ele precisa está em outra cidade. E a cirurgia é arriscada, precisa da sua confirmação para ser feita.

- P-preciso ver meu filho!

(...)

- Eu estou tão, mais tão feliz, meu filho!

- Eu também, mãe. - Alex sorri pequeno. - Eu te amo muito.

- Eu também te amo, meu bebê!

Eles sorriem um para o outro. Aquele momento feliz entre mãe e filho.

- Mãe... posso fazer uma pergunta?

- Pode sim.

- A Alana está aqui?

- Não. Ela foi embora já tem um tempo...

- Ela acha que eu estou morto, né?

- Meu filho, vocês vão se ver logo, logo...

- Eu sei do transplante. - Alex diz sério. - Não vou falar com a Alana.

- P-porque?

- Porque a cirurgia é arriscada. Eu posso morrer, e não quero ela sofrendo tanto... ela é especial pra mim, mãe...
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Continua...

Sete Dias Para Te Amar Onde histórias criam vida. Descubra agora