Carol
~mesmo dia~Fui no ct conversar sobre a vaga com o Daniel, e graças a Deus a urgência era tanta que eu fui contratada.
Eu to feliz pra caramba, só queria correr e abraçar meu irmão quando eu vi ele lá, mas ainda estava bem chateada com ele.Fiquei esperando o Veiga pra irmos embora, meu irmão já tinha saído pra pegar os filhos, Veiga me disse que ele desconfiado sobre nós dois, mas ele não sabe nem da missa a metade, e eu Veiga somos só amigos.
O tempo de São Paulo é muito maluco, mesmo tempo que está um sol, do nada vira chuva, e foi isso que aconteceu durante o caminho pra casa, e esse tempo faz a gente ficar pensativa né?
Poxa
Queria tanto que o Zé entendesse que eu não sou mais uma menininha que é intocável, eu quero construir minha vida, minha carreira e minha família, o caminho até a casa do Veiga estava sendo silenciosa, apenas o barulho da chuva caindo no carro, eu percebia que vira e mexe ele me olhava de canto de olho.
Chegamos e a chuva parecia piorar, trovões e raios me faziam arrepiar, meu maior pavor é esses barulhos de chuva, entramos no elevador em silêncio, e juro, tinha uma nó na minha garganta, eu só queria chorar.
— Como foi lá com o Daniel? Deu certo? - Veiga disse fechando a porta.
Ele me olhava com um olhar curioso, mas ao mesmo tempo preocupado.
— Rapha...e-eu passei - não consegui segurar o choro, não mesmo, meu olhos estavam embaçados, não conseguia mantê-los abertos, mas senti uma pressão gostosa, era o Veiga, me abraçando, e ali eu desabei mais ainda.
— Ei pequena, calma, isso não é bom? Você agora vai ter suas coisinhas, com o seu dinheiro e seu mérito - ele diz ainda me abraçando, deslizando uma mão pelas minhas costas e a outra enfiada no meu cabelo, enquanto a chuva forte caía la fora.
— É ótimo, mas eu queria que o Zé ficasse feliz sabe? Ele vai odiar essa notícia, agora eu não sei se posso aceitar e ficar aqui, ou voltar pra Curitiba de volta - eu disse meio abafado, já que estava com a cara enfiada no peito dele.
Inclusive, que esse homem é cheiroso é sacanagem.
— Amanhã eu tento falar com ele, mas ele vai saber que você tá ficando aqui em casa, e eu realmente não ligo dele saber, a gente é amigos, ele vai entender, e olha, levanta essa cabeça, vai tomar um banho e vamos jantar e assistir algo, já que esse tempo tá propício pra isso - ele diz me soltando do abraço.
Eu estava mais calma, mas não queria ter me soltado daquele abraço.
Ah qual é?
Ele parece aquelas geladeiras gigantes de duas portas, com os ombros largos, que eu encaixava certinho ali, fora o perfume, vou ter que elogiar.— Rapha, seu perfume é muito bom, sério
- disse e ele me olhou abrindo um sorriso.Meu Deus, esse sorriso, ainda não sei como ele não namora, deve cair um monte de mulher em cima dele, eu cairia também.
— Obrigada linda, vai tomar banho que eu vou preparar nossa janta - ele disse e eu senti minhas bochechas queimarem com o elogio.
Coisa de menina adolescente né?
Subi rapidinho pra tomar banho, peguei minha toalha e fui pro banho.
Não deu 1 minuto que liguei o chuveiro.
