Veiga
13-14/01São Paulo é uma coisa ótima, mas o tempo olha, é imprevisível.
Fiquei muito feliz que a Carol conseguiu o trabalho lá no CT, mas fiquei triste também por que ela caiu no choro, falando do irmão dela.
O meu Deus.
Ela foi tomar banho, e eu fui fazer nosso jantar, quando do nada acabou a luz, e escutei um grito.
— VEIGAAAAAAAAAAAAA - o grito ecoou pelo apartamento, e pela altura, o prédio todo escutou também.
Subi correndo achando que tinha acontecido alguma coisa, ela tava tomando banho e acabou a luz.Entreguei a toalha pra ela e fiquei sentado esperando ela sair do banheiro, e quando ela saiu pediu pra virar pra não ver ela nua.
Aí eu virei né, e porra, tem um espelho que ela colocou na escrivaninha, eu pude ver quase tudo, já que ele estava de costa pra mim, meu Deus, que vista, fiquei ali apreciando, só sai do transe quando ela me cutucou, aí sim eu virei pra ela, e ela percebeu que o espelho estava ali.Eu posso jurar que vi o rosto dela corar.
Eu não sei o que passou na minha cabeça mas só deixei ir no automático, fui chegando mais perto dela, senti meu coração acelerar, nossas respirações estavam próximas demais, a gente ia se beijar, se não fosse meu celular tocando.
Droga.
E se a gente se beijasse? Que clima iria ficar?
Descemos e jantamos, depois jogamos um joguinho de perguntas.
— Não vai ficar pequena, não vai - disse após ela falar que não queria que ficasse um clima chato entre a gente.
Realmente, eu não queria que ficasse um clima chato, até porque a companhia dela está me fazendo muito bem mesmo, não quero perder isso.
⏳
Acordei, e graças a Deus a luz havia voltado, senti um cheiro de café recém passado, e desci pra cozinha.
— Não tá queimando nada hoje né? Pra onde vai arrumada assim? - perguntei pra Carol que estava toda arrumada, pra onde ela vai?
— Hoje não jogador, ué, vou pro trabalho, mas antes vou ter que passar num lugar antes. - ela respondeu dando um gole no café.
— Tudo isso pra ir ver aqueles moleques? - Ergui uma sobrancelha .
Sério mesmo, precisava de tudo isso? não pô, toda bonitona assim, os moleques vai cair babando.— Não entendi, tô feia? Ai meu Deus - ela disse se olhando.
— Não, não tem como você ficar feia, tá bonita até de mais - disse simples, mas acho que não foi tão simples, já que ela me olhou assustada.
— Ah pronto, além de um irmão protetor, meu amigo vai ser igual ele? - ela disse pondo as mãos na cintura.
Que gracinha que ela fica assim.
— Ei, me respeita, falando nele, vou conversar com ele hoje, inclusive beijo, não quero me atrasar - disse dando um beijo na testa dela.
Ih. Eu tô me estranhando um pouco.
Cheguei no CT, e já dei de cara com o Zé.
Espero que ele não teste os novos golpes de box em mim.— Ô Zé, queria falar contigo, tem como? - disse dando uma corridinha até ele.
— Claro pô, senta aí, é sobre o que? - sentamos nas cadeiras do refeitório.
— Sua irmã - ele me olhou com os olhos arregalados.
— Não é nada disso, a gente não tá tendo nada, ela tá lá em casas esses dias, depois daquela briga na sua casa, ela não queria que você soubesse, por que tava com medo da sua reação, ontem ela veio aqui falar com o Daniel, e ela foi contratada.— Sério isso? - ele disse passando as mãos na barba.
— Muito sério Zé, ontem depois que a gente saiu daqui, ela foi o caminho todo em silêncio, beleza, aí chegamos lá em casa, eu quando perguntei pra ela, irmão, ela desabou, ela chorou igual criança, olha eu sei que não tenho muita propriedade pra falar isso, mas pô, pensa bem Zé, ela não é mais uma menininha de 15 anos, ela é mulher adulta, e daqui a pouco, ela tá chegando aí. - finalizei
— Não tô acreditando que tô recebendo conselho seu, mas irmão, agradeço de verdade que você veio falar comigo, eu confio em ti Veiga, assim que ela chegar, vou tentar falar com ela, prometo não brigar.
Mas e vocês dois? Só amizade mesmo? - perguntou meio desconfiado.— Irmão, chega abraçando ela já, depois vocês conversam, mano, só amizade mesmo, só tu tá sabendo que ela tá lá em casa, a gente tá virando amigos mesmo - disse.
Mas não contei a parte que queria beijar ela né.
Não sou tão maluco assim.— Irmão, vou me arrepender de dizer isso, mas pior que vocês combinam - ele disse passando a mão no rosto e chacoalhando a cabeça.
— Para de viajar mano - dei uma risada nasalada.
—Ela chegou - apontei com o queixo pra o e ela estava, ela entrou e me olhou e pedi pra ela esperar, e logo olhou pro Zé que estava se levantando da cadeira.Ela parou, e o Zé foi correndo na direção dela, a abraçou, ela retribuiu o abraço, ela me olhou com um sorriso lindo nos lábios.
— Obrigada jogador - ela disse sem som, mas o suficiente pra mim devolver o sorriso que ela me deu.
Os meninos chegaram e fomos tomar café.
— Bora uma baladinha hoje? - Zé disse
— Bora - Carol respondeu
— Com certeza - o menino disse.
— Vai tio Veiga? - Endrick disse
— Não sei, acho que não. - sorri, não sou muito fã de balada, ainda mais estando solteiro, não gosto da ideia de sair em páginas de fofocas mesmo sem ter ficado com ninguém, e depois da Bruna também, não sai mais pra balada.
— Ah mano, pelo amor de Deus, depois que a Santana meteu o pé na sua bunda tu nunca mais fez nada - piquerez disse.
— Infelizmente vou ter que concordar com o mula - Weverton disse.
— Vamo cara, para de ser cadelinha de ex, vamos comemorar a chegada da nossa nova integrante - Dudu disse.
Porra, agora eles pegaram pesado, eu olhei pra Carol que tava fazendo cara de cachorro que caiu da mudança junto com o Endrick.
— Tá bom, tá bom, eu vou, e eu não sou cadelinha de ex - disse dando uma piscada.
Todo mundo soltou uma gargalhada,
