X - Sem segredos

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Adam estacionou o carro em frente à casa de Eli, e o silêncio tomou conta do ambiente, ambos olhavam fixamente para a rua a sua frente, sentindo a brisa suave em seus rostos.

Com dúvida, Eli finalmente resolve quebrar aquele pequeno momento de silêncio

- Eli: Adam, muito obrigada pela carona. Sério, eu poderia ter voltado de ônibus.

Adam sorriu, seus olhos refletindo a luz da lua.

- Adam: Não precisa agradecer. Foi um prazer te acompanhar. E, além do mais, que tipo de cara eu seria se te deixasse vir de outra cidade sozinha e desprotegida?

Eli riu, enrubescendo levemente.

- Eli: Você é gentil Adam. Mas eu garanto, não sou uma donzela em perigo.

- Adam: Eu sei. Mas isso não significa que precise fazer tudo só.

Os dois ficaram em pé do lado de fora do carro, encostados na traseira do carro, olhando para a lua brilhante acima deles. O vento estava forte, as árvores criavam um ambiente sereno.

- Adam: Alguém já disse que você é como a lua?

- Eli: Não. Mas porque a pergunta?

Adam percebeu a oportunidade e decidiu arriscar.

- Adam: Sabe, minha mãe costumava dizer que a lua guarda segredos. Dizem que no seu brilho, as almas encontram conforto e coragem para compartilhar aquilo que mantêm escondido.

Eli olhou para Adam, intrigada.

- Eli: Segredos? Você acredita nisso?

- Adam: Às vezes, sim. Acho que a lua tem uma maneira de nos conectar com nossas verdades mais profundas. Você tem algum segredo, Eli?

Eli hesitou por um momento, olhando para a lua como se buscasse respostas.

- Eli: Todos tem segredos. Eu não seria diferente.

Adam assentiu, e o silêncio entre eles se tornou mais intenso.

- Eli: Sabe, Adam, eu tenho uma longa história de vida, tenho apenas 17 anos, mas já vive e passei por muitas coisas, coisas que desejo superar e deixar para trás. Eu sei que me acha interessante pelo fato de eu ser misteriosa e intensa, mas você está errado.

Adam a estudou por um momento, seus olhos cor de mel fixos nos dela.

- Adam: Vejo alguém diferente. Alguém que não se encaixa totalmente na própria vida. O que eu vejo em você Eli, não é nada errado. Pelo contrário...

Eli olhou para baixo por um instante, uma mistura de emoções passando por seus olhos.

- Adam: Às vezes, precisamos encarar nossos segredos para seguir em frente. E, quem sabe, a lua pode nos ajudar nisso.

Eli sorriu, ela via bondade nas palavras de Adam, mesmo sabendo que não poderia confiar, ou se abrir ou até mesmo se deixar levar por aquele momento.

- Eli: Obrigada pela carona Adam.

Eli se afastou do carro e foi em direção a porta de casa, ela podia sentir os olhos de Adam queimarem suas costas, ele a observava, e isso a deixava sem foco, ela abriu a porta e antes de entrar olhou para trás uma última vez. Adam sorriu de lado, como fazia todas as vezes em que Eli o encarava de longe.

Eli adentrou a casa, fechando a porta suavemente atrás de si. A sala estava iluminada pela luz suave de um abajur, e o aroma reconfortante de chá flutuava pelo ambiente. Sua avó, Rosalind, estava sentada em uma poltrona, envolta em uma manta, com uma xícara de chá fumegante em mãos. Seus olhos cansados fixaram-se em Eli assim que ela entrou.

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