XV - Mentiras em um Livro

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Quando Max abriu a boca para falar, Eli agiu por instinto. Ela pegou o livro mais próximo da estante e o pressionou contra o rosto, escondendo-o atrás das páginas enquanto desviava o olhar. Ela se perguntava internamente se ele tinha a reconhecido, ou a confundido com outra pessoa. Bom, talvez ele a confundisse com outra pessoa, afinal, ele não tinha mencionado seu nome.

Mas então, as palavras de Max cortaram o silêncio da biblioteca.

- Max: Elise?

O nome dela ressoou pelo corredor, ecoando em sua mente como um alarme. Eli engoliu em seco, ela pressionou mais o livro contra seu rosto e fez um movimento negativo com a mão que estava livre.

- Eli: no se de que estas hablando...Mi nombre es....Samanta, soy...nueva aquí. Debes estar confundiéndome, nunca te he visto en mi vida.

Sua voz saiu um pouco trêmula, mas ela tentou manter a calma. Ela esperava que Max acreditasse em sua mentira improvisada, pelo menos tempo suficiente para que ela pudesse escapar daquele encontro constrangedor.

Eli se sentiu uma idiota quando Max arqueou as sobrancelhas com desdém. Sua tentativa de se passar por outra pessoa claramente não tinha convencido ninguém. Ela respirou fundo, tentando manter a compostura enquanto ele se aproximava.

Max deu passos largos em direção a ela, e Eli instintivamente abaixou ainda mais a cabeça, segurando o livro contra o rosto. Ele era imponente, ocupando o espaço à sua frente como uma parede ou um armário de duas portas. Ele então pegou o livro de suas mãos e fez uma observação sarcástica sobre o conteúdo.

- Max: Samanta? Você gosta de pé de porco?

Ele mostrou o livro que Eli estava segurando, revelando que era sobre receitas de pé de porco. Eli sentiu o calor subir ao rosto, envergonhada por ter sido pega em sua tentativa de disfarce. Ela engoliu em seco antes de responder, tentando encontrar as palavras certas para explicar aquela situação estranha e constrangedora.

- Max: Você fala francês, espanhol...Fala mais alguma língua? (Eli se dando por vencida concordou ainda olhando para o lado oposto.

- Eli: Também falo mandarim, coreano e um pouco de russo...

Max tentou ver seu rosto e notou um pouco da sua vergonha devido aquela situação, ele deu um largo sorriso e soltou uma gargalhada gostosa na direção de Eli.

- Max: Você é uma caixa de surpresas, como sabe tantos idiomas?

Eli finalmente virou seu rosto para o olhar, ele estava levemente encostado na estante olhando pra ela com um sorriso, ele tinha uma pinta do lado do olho e seu cabelo estava um pouco bagunçado....estava lindo.

- Eli: É um Robby (deu um sorriso amarelo) Foi bom te ver...

Eli se virou para sair da biblioteca, ela teria que esperar o Adam terminar a sua entrevista, mas poderia ser em outro lugar.

Max segura seu braço a impedindo de continuar.

- Max: Você não me disse ainda porque está aqui.

- Eli: Eu vim... participar...de uma das entrevistas ué, é isso. ( Eli sorriu descaradamente)

- Max: Cacete! Você mente ridiculamente mal, sabia? (Sorriu)

- Eli: Olha só, está morando comigo a menos de 24h, que direito tem de se meter na minha vida e falar dessa forma comigo? (Se soltou de sua mão) Não me toque, tá legal?

Max a olhou com os olhos cerrados, e respirou lentamente enquanto a olhava com desdém.

- Max: Você tem razão. Você não me conhece o suficiente pra me contar sobre sua vida.

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