Eu era mais uma órfã recrutada pelo Vaticano para fazer parte dos Iscariotes. Isso aconteceu quando ainda era uma criança, e foi nessa época que o conheci.
Ele era um paladino, meu professor, um padre, no entanto, isso não parecia ser errado.
— Padre! Padre!– Gritei e corri em sua direção assim que o vi passando pela porta.
— Criança, não corra por aí, vai acabar se machucando. Onde estão os outros?– Ele perguntou enquanto sorria. Mesmo que fosse alto e tivesse um físico assustador, isso não me amedrontava, pelo contrário, só fazia com que o admirasse mais.
— Padre!– Escuto os outros vindo e me agarro na perna do paladino.
— Solte o professor, Kyoko– Enrico diz assim que se aproximava. Mostro a língua para ele e o seguro mais forte ainda.
— Não, você está com ciúmes de eu ter chegado primeiro– Heinkel e Yumiko chegaram logo em seguida.
— Você é tão infantil.
— Parem de brigar agora. Vocês devem ser unidos e amáveis uns com os outros– Concordo e solto a perna do loiro.
Continuamos a conversar e a brincar envolta do padre, até que resolvo mostrar algo.
— Padre Anderson– Chamo a sua atenção— Olha só o que eu aprendi a fazer.
Pego uma flor que já estava murcha e a coloco entre as minha palmas. Me concentro o máximo que consigo, mas nada acontece. Tento durante mais alguns minutos, só que nada acontecia.
— Você está cada vez mais entranha...– Maxwell disse com deboche.
— Cala boca! Eu consigo!– Tento mais uma vez e finalmente acontece. Um pequeno brilho dourado ilumina as minhas mãos e faz com que a flor volte a ter uma cor viva e brilhante, como se tivesse acabado de desabrochar.
Entrego a flor para o paladino que parecia chocado.
— Viu? eu disse que conseguia!– Digo para Enrico que me olhava surpreso.
Heinkel e Yumiko começaram a perguntar como consegui fazer isso, e me pediam para ensina-las também. Mesmo que não quisesse admitir, o garoto de olhos violetas também estava curioso.
— Kyoko...– Escuto a voz do padre e me viro animada. Será que ele gostou? Talvez ele tenha adorado e diga que se apaixonou por mim.
Mas seu rosto não demonstrava isso, na verdade, não transmitia nada. Seu olhar estava sombrio e ele parecia sério.
— A quanto tempo faz isso?
— E-Eu não sei... só me lembro de ter caído e essa luz apareceu, e curou o meu machucado.
— E onde foi que você caiu?
— Foi na frente do altar para o Arcanjo Miguel.
Sua expressão suavizou e ele colocou a mão sobre a minha cabeça.
— Deus te escolheu, Kyoko. Você é uma criança abençoada!– Seu sorriso faz com que meu peito de encha de alegria e felicidade.
Começo a pular de um lado para o outro e meus amigos seguem o meu exemplo. Foi uma tarde animada e feliz, até mesmo Maxwell parecia está se divertindo.
Dado o momento, decido fazer algo que quero a muito tempo. Durante as missas, os padres falaram de uma coisa que me interessou muito.
— Padre! Padre!– Chamo ele e estendo os meus braços. Ele me levanta e sorri— Posso pedir algo?
— Claro, o que você deseja?
— Por favor, no futuro quando eu crescer, se case comigo!– Digo com todo o fôlego dos meus pulmões.
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Imagines Rascunhos
RandomTrechos de histórias que eu pensei durante os meus picos de criatividade e que não consegui fazer uma história completa porque não achei um bom desenvolvimento