- Humm...
Resmungo sentindo a Luz do sol no meu rosto. Devo ter esquecido de fechar a cortina antes de dormir.
- Espera, no meu quarto não tem janela!- Em um movimento brusco, me levanto e tento olhar a minha volta, no entanto, a queda da minha pressão me faz parar por breves segundos.
Eu estava no meio de uma floresta. Como cheguei aqui? A última coisa que me lembro é de ter ido para cama exausta após um dia intenso.
- Será que tem alguma cidade por perto?- Começo a andar pela mata, tomando o máximo de cuidado para não pisar em um bicho, ou planta venenosa.
Ando pelo que parecem horas, mas não encontro nenhum sinal de vida. Meus pés já estavam doendo e minha garganta estava seca.
- Preciso de água e comida, caso contrário irei morrer de insolação- Pelo que parece ser um sinal do destino, posso escutar o som de uma correnteza não muito distante e isso foi uma injeção de ânimo.
Saio em disparada, tentando alcançar o rio o mais rápido possível. O rio era grande e a água era cristalina.
Me ajoelho na borda do rio e pego a água com as mãos e começo a beber de forma desesperada. Também uso a água para limpar o meu rosto e tento organizar os meus pensamentos.
Não parece que fui sequestrada, afinal, quem abandonaria alguém dessa forma no meio do nada sem prende-la antes? Também não parece uma pegadinha.
- Droga!- Em um pico de raiva, começo a passar a mão pelo meu cabelo e a puxa-lo- Nada tá dando certo hoje!
Acabo agarrando algo quente e fofo no meio do meu acesso de raiva.
- Espera...- Passo a mão e noto que eram um par de orelhas bem grandes e felpudas. Um animal estava na minha cabeça até agora e eu não notei? Estou pior do que eu pensava.
Na intenção de tirar o animal da minha cabeça, acabo puxando as orelhas e sinto uma dor aguda.
- Aí!!!
Grito e imediatamente solto as orelhas. Foi como se eu tivesse puxado as minhas próprias orelhas. Tentando entender o que tinha acontecido, engatinho até a água para ver o meu reflexo.
Assim que vejo meu reflexo, quase desmaio. Ao invés de orelhas normais, duas grandes orelhas fofas com uma coloração de areia estavam no topo da minha cabeça.
Meus olhos tinham uma espécie de delineado preto que destacava o meu olhar e para terminar, uma cauda cheia, que só reparei agora, balançando bem atrás de mim.
- Ok, ok! Isso é um pesadelo e só tem um jeito de resolver isso- Belisco com força o meu braço, mas só tenho a confirmação de que isso não era um sonho- Isso não é possível!
Me jogo na grama e observo o céu azul sem nuvens.
'Se isso não é um sonho, como tudo isso pode estar acontecendo?'.
De alguma forma, eu conseguia ouvir os peixes nadando no rio e pequenos roedores correndo. Isso me lembrou que ainda não havia comido nada.
Determinada, me levanto e volto para dentro da mata. Primeiro iria resolver o problema da comida, e depois vou encontrar um jeito de ir embora.
Pego um pedaço de galho e uma pedra. Com movimentos precisos, começo a criar a ponta da minha lança.
'Imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer enquanto eu estivesse no exército, no entanto, ganhar orelhas e cauda não estavam nas minhas considerações'.
Com a nova lança em mãos, retiro minhas botas, cinto, calça e entro na água. Tento ficar o mais imóvel possível para atrair os peixes e após algumas tentativas desajeitadas, finalmente consigo pegar uma porção de peixes.
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Imagines Rascunhos
AléatoireTrechos de histórias que eu pensei durante os meus picos de criatividade e que não consegui fazer uma história completa porque não achei um bom desenvolvimento