Penteio meu cabelo e peguei a jaqueta que estava no cabide. Era sexta-feira à noite e o orfanato permite que fiquemos até mais tarde na rua.
Haveria um festival na cidade e seria o momento perfeito para me distrair. Combinei de me encontrar com as minhas colegas de quarto daqui a duas horas para assistir um filme ao ar livre em um telão na praça.
Pegando meu celular, saio do quarto e ando pelos corredores em direção a saída. A maioria estava fora e o restante estava fazendo sei lá o que.
Não converso com ninguém daqui, mesmo que eu tenha vivido a minha vida toda aqui.
Quando ponho meus pés na rua, uma brisa fria me atinge e faz com que algumas mechas do meu cabelo flutuem. Era outono, o clima já estava começando a esfriar.
Ando pelas ruas da cidade, tomando um tempo para observar os arredores. Essa é uma cidade antiga, e boa parte dos prédios ainda são de mais de um século atrás.
'O jantar chegou mais cedo do que o esperado...'. Penso notando algo me seguindo.
De relance, posso ver um homem uma esquina um pouco mais distante. Esse tipo de evento é perfeito para encontrar pessoas como ele.
Essa foi uma semana corrida e não tive tempo de me alimentar direito. Sendo meia vampira, preciso me alimentar frequentemente com sangue.
Não consegui sair muito para a cidade, então tive que me contentar com o sangue de lebres e pássaros, no entanto, nem mesmo 100 desses animais se comparam ao sangue humano.
Posso sentir as minhas presas aumentando e um véu vermelho cobre a minha visão. O som da pulsação do meu perseguidor enche os meus ouvidos e quase entro em êxtase só de imaginar o gostos.
Mudo a minha trajetória e começo a caminhar para um lugar mais afastado e escuro.
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O observo se aproximar e fechar a saída do beco. Uma das melhores partes é deixá-los pensar que estão no comando da situação, só para depois inverter o jogo e fazê-los tremer com a promessa de morte iminente.
??: Ei, gracinha! Não fique assutada. Prometo não ser rude, contanto que você me obedeça e faça o que eu pedir- Dou um risada silenciosa. Ele se aproxima ao ponto de estar a alguns centímetros de mim- Não precisa tremer...
Antes que ele prosseguisse com as baboseiras, avanço sem me controlar mais. Seguro seus ombros e o puxo para baixo.
Minhas presas rasgam e perfuram a pele o pescoço do miserável, fazendo com que ele gritasse de dor e o sangue fluísse diretamente para a minha garganta. Dou longos goles e sinto uma sensação de satisfação me tomar.
O homem tenta se debater e se soltar, mas o prendo no lugar e aperto seus braços sem muita delicadeza. Devido ao meu torpo, acabei apertando de mais e pude sentir os ossos se esfarelando sob meus dedos.
Escolhi esse beco propositalmente, já que por ser longe de onde estão as atrações, ninguém o ouviria. O corpo do meu "perseguidor" começou a ficar mole e os batimentos começaram a diminuir consideravelmente. Minha refeição estava chegando ao fim.
- Não vou dividir o meu jantar com você, sugiro que vá até a multidão- Comento para a pessoa que estava na entrada do beco. Era o mesmo homem de olhos cinza de alguns dias atrás.
Ele não faz nada, apenas fica parado no mesmo lugar olhando eu acabar com a vida do miserável. Suspiro de satisfação depois de sugar a última gota de sangue e deixo o corpo cair no chão.
??: Satisfeita? Espero não ter lhe apressado- Olho para a figura alta enquanto limpo os vestígios de sangue com o dorso da mão. Um sorriso provocativo estava presente em seu rosto.
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Imagines Rascunhos
RandomTrechos de histórias que eu pensei durante os meus picos de criatividade e que não consegui fazer uma história completa porque não achei um bom desenvolvimento