feelings | miles fairchild

Dezoito

Miles

Ela estava deitada sob o meu peito, ela dormia tranquilamente e eu acariciava seus cachos vagarosamente e sinceramente, eu nunca pensei em viver isso. Era como um sonho, e eu não queria acordar.

A garota que eu afastei de mim a vida toda para protege-la agora era minha namorada, e estava tudo dando fudidamente certo, e era estranho porque na minha cabeça era para as merdas que acontecem comigo se voltarem contra ela, e esse era o meu maior medo.

Olhei para o seu rosto e seus olhos estavam inchados de chorar, e eu so queria entender o porque dela ter chegado assim de repente.

Mas eu não questionei, apenas a acalmei, oque deu certo.

Ela se remexeu em meu colo e abriu os olhos, olhou pela janela e viu que ja havia amanhecido.

—miles? —ela sussurou meu nome e eu acariciei sua cintura em resposta. —eu dormi tanto assim?

—dormiu.

—minha mãe não veio me procurar?

—não. Ela não sabe que voce esta aqui?

—longa história...—suspirou. —obrigada por ter me deixado ficar.

—sabe que não precisa agradecer.

—mesmo assim.

—quer me contar oque houve?

Ela ficou calada por alguns segundos e depois respirou fundo.

—quint...

—oque tem ele? —perguntei sentindo meu corpo ficar rígido.

—ele disse 'pra minha mãe que você era um drogado, e ela disse que não queria mais saber do nosso namoro. Eu fiquei com tanto medo de te perder, e so soube sair correndo.

—qual é a dessa cara!? —disse ja totalmente emputecido. —fica tranquila, ninguém irá nos separar.

Quint, deus queira que eu esteja errado sobre você e que tudo isso seja fruto da minha cabeça pertubada, mas eu juro que se ele estiver pensando em zalia com outra intenção, eu o mataria da pior forma possível.

—mamãe deve estar tão puta comigo. —ela disse chateada. —mas eu fiquei com medo, miles...

Não disse nada, apenas acariciei a cabeça da garota, que parecia mais pensativa que o normal. Zalia se aconchegou em meus braços e meu nariz foi ate o seu cabelo, sentindo o cheiro de framboesa que o mesmo exalava, ela era tão cheirosa.

—eu preciso ir. —ela exclamou e eu assenti.

Zalia se levantou do meu colo e sentou na cama, ouvi um suspiro vindo da mesma e a garota se levantou indo até a porta.

—zalia.

Ela virou seu rosto para mim.

—se estiver acontecendo alguma coisa, é melhor me contar.

—não esta acontecendo nada, esta tudo bem. —ela suspirou e abriu a porta, saindo do meu quarto rapidamente.

Levei minhas mãos até o rosto e respirei fundo, pensando em como iria descobrir oque ela estava escondendo de mim.

Zalia

Cheguei em casa e vi minha mãe sentada em uma cadeira de costas para mim, ela parecia séria e eu engoli em seco antes de ir em sua direção.

—mãe...—disse me aproximando e me sentando em sua frente. —desculpa....

Ela ficou quieta e me encarou no fundo dos olhos e eu não conseguia distinguir oque ela estava sentindo naquele momento.

—eu juro que o miles nunca me influenciaria a usar drogas..ele até parou de usar, você não pode fazer com que eu termine com ele, porfavor.

—oque você fez ontem so mostra o quanto ele é influenciável, zalia. —ela disse me encarando e parecia furiosa.

—isso não quer dizer nada! O quint sim é influenciável, apenas com uma frase ele conseguiu fazer com que você desacreditasse de mim, mãe. —falei em um tom mais alto e ela arregalou minimamente os olhos.

—não levante a voz 'pra mim, zalia!.

—você nunca nem brigou comigo, porquê está fazendo isso agora? Eu não dei motivos suficientes.

—ter saido de casa aquela hora da noite foi sim motivo suficiente, zalia!

—não, não foi. Você sabe porque eu fiz isso. Miles esta me fazendo tão bem e eu não quero que nada tire ele de mim.

—ele é mais importante que a sua mãe, zalia!?

—do que esta falando!? Mamãe, não distorce as coisas.

—você é a minha filha, eu sei o melhor 'pra você.

—tem certeza? Então onde você estava quando o papai se foi?

Disse sentindo um peso enorme sair das minhas costas. A realidade é que eu sempre fui sozinha, mas quando papai estava aqui era diferente, ele era próximo e sempre me ajudava em tudo que era possível, quando ele se foi, eu percebi que precisava dele mais do que tudo, mas ja era tarde.

—não fale assim.. —ela suspirou com os olhos marejados.

—mas é a verdade, mãe. —engoli seco.

Ela suspirou fundo e se levantou da mesa de uma vez, me fazendo a encarar.

—traga o miles para jantar. Eu vou te dar apenas uma chance.

Ela disse e saiu da cozinha.