trinta e um

210 17 5
                                    

Miles

Uma sensação estranha queimou meu peito. Acordei rapidamente com minha respiração ofegante e olhei para o lado, vi zalia dormindo como um bebe e aquilo me confortou de certa forma.

Me aconcheguei do lado da garota, a puxando contra o meu corpo e enrolando meus braços em sua cintura, enfiei minha cabeça na curvatura de seu pescoço e fechei os olhos, sentindo o cheiro doce de seu perfume em minhas narinas.

Estava tão confortante. Eu a amo tanto que chegava a doer, eu sangraria por ela, cortaria todo meu corpo e nadaria em um lago de alcool, jogaria sal em minha ferida mais profunda, eu faria loucuras por ela. E no dia que eu não ouvisse mais a batida de seu coração, o meu também parará.

Esse conforto rapidamente acabou quando a ouvi gritando, abri os olhos e me afastei rapidamente, a cama estava inundada de sangue, olhei para minha camiseta e também estava vermelha com o líquido, levantei rapidamente da cama e sai correndo até o lado que ela estava virada. Lágrimas de sangue desciam de seu rosto e havia uma faca amolada enfiada em sua barriga.

—ZALIA? NÃO! —gritei, desesperadamente, sentindo meu peito arder.

—n-nao me deixa....mo-morrer.. —a garota murmurou fraca, apoiei minha mão na faca em sua barriga e a puxei de uma vez , a fazendo recurgitar mais sangue para fora, ao ver aquela cena, senti meu peito queimar completamente e meu coração se despedaçar. Lágrimas começaram a descer pelo meu rosto, e eu rasguei minha camisa e a coloquei em seu sangramento.

não adianta...

Uma voz foi ouvida, virei para o canto e vi uma silhueta parada do lado da janela, por estar escuro, nao consegui enxergar quem era.

—porfavor, fica comigo...—tentei ignorar aquilo e continue pressionando o ferimento de zalia, tentando não me desesperar.

voce perdeu...

A voz grave ecoou novamente, peguei minha lanterna que estava na escrivaninha do lado da cama e a liguei, apontando na direção da sombra e arregalei meus olhos quando vi quint ali em minha frente.

—zalia...—olhei para garota novamente, sua respiração havia parado. Senti meu corpo amolecer por um completo e uma fraqueza me invadir.

voce. Per. Deu.

Ele disse gargalhando, peguei a faca que estava em minha mão e avancei para cima dele, mas a faca não o atingiu, era como se ele fosse apenas uma alma.

—EU VOU MATAR VOCÊ! —me virei, mas não gi quint ali.

—não se eu fizer isso antes.

A voz foi ouvida atrás de mim, me virei novamente e dei de cara com ele ali.

oque ira fazer? Nada! Sem ela, voce não É NADA!

VOCE PRECISA ACORDAR!

a voz da minha mãe ecoou sobre o lugar, olhei ao redor e não a encontrei, olhei para quint e o mesmo me encarava fixamente com um sorriso filho da puta no rosto.

ACORDA! ACORDA, VOCE PRECISA ABRIR OS OLHOS.

senti meu peito arder, olhei para o mesmo e uma faca estava cravada no mesmo. Meu corpo se enfraqueceu e eu apaguei, meu corpo simplesmente perdeu as forças e comecei a cair.

Foi então, que eu abri os olhos, me sentei rapidamente na cama, com a respiração ofegante, olhei para o lado e vi zalia com falta de ar.

—zalia? —perguntei e me levantei da cama, rodeando a mesma, olhei para o rosto da garota e ela estava branca, pálida e com muita falta de ar. —PORRA! —puxei a mesma para sentar e me sentei na cama, puxei a garota para o meu colo e a envolvi em meu peito. —você precisa se acalmar, zalia!

A garota se virou para mim, se sentando no meu colo de frente para mim. Enfiou sua cabeça na curvatura do meu pescoço e eu senti suas lágrimas me molharem. Enrolei neus braços em volta de sua cintura, a abraçando fortmente enquanto sentia seu coração acelerado sobre o meu peito.

—e-eu...—a garota tentava juntar as palavras, mas a sua voz não saia, era falha. —eu...eu...n-nao consigo mais viver assim...com medo. —um soluço saiu, e eu a abracei mais forte. —eu so quero saber miles...saber se minha mãe esta bem. —sua respiração ficou mais regulada e eu fiquei mais aliviado.

—ei. —levantei sua cabeça para me olhar. Seus olhos estavam marejados, e as lágrimas ainda corriam pelas suas bochechas. Encostei nossas testas e beijei cada canto em que suas lágrimas desciam. —eu estou aqui. —murmurei. —você não tem que viver com medo, eu sempre vou te proteger.

A garota descansou sua cabeça em meu ombro e eu senti sua respiração cada vez relaxar mais, e fui me acalmando.

—eu te amo. —ela disse beijando a curvatura do meu pescoço.

—eu também amo você, ruiva.

Minutos depois, senti sua respiração ficar mais pesada, olhei para a mesma e a vi dormir, oque me fez relaxar.

Me deitei na cama, com cuidado para não acordá-la, e a arrumei na cama, grudando nossos corpos.

Foi bizarramente estranho essa porra de sono. Foi como se estivesse sido real, como se quint realmente estivesse no meu quarto. E isso estava acontecendo a bastante tempo, por isso eu estava me drogando e estava meio distante de zalia. As merdas que aconteciam comigo antes estão voltando a acontecer, e eu estou preocupado.

Essas porras estavam parecendo mais um aviso do que um sonho, e eu preciso descobrir o paradeiro de quint o mais rápido possível.

feelings | miles fairchildOnde histórias criam vida. Descubra agora