Miwa acordou desnorteada, em cima de uma cama. Muito macia e confortável por sinal. Ao olhar ao redor, viu vários quadros e até mesmo uma certificação médica nas paredes do lugar, viu algumas fotos de pessoas, e uma bandeira pirata, bem perto da acima da cabeceira da cama. Ela se sentou, o cabelo curto estava bagunçado e na frente de seu rosto, então, arrumou seus cabelos com os próprios dedos, os jogando para trás.
Estava confusa, a única coisa que lembrava — com pouca nitidez — era que tinha sido levada por um estranho para uma sala de cirurgia, e tomou um remédio, depois disso, nada mais fazia sentido. Sua cabeça doía levemente, as lembranças estavam bagunçadas demais, se pensasse demais doeria mais, então resolveu deixar de lado. Ao tentar se levantar, algo chamou sua atenção, uma pequena e redonda janela, e o que viu além dela, a assustou. Quando chegou bem perto, os pés descalços pisando no chão frio demais para madeira, olhou pela pequena janela e percebeu o que a deixou mais apavorada. Estava de baixo d'água. Literalmente. Podia ver cardumes de peixes nadando bem em sua frente e quase teve um treco ali mesmo. Como caralhos tinha ido parar ali?
A porta de abriu lentamente, e uma cabeça peluda e com orelhas de urso entrou, espiando a escuridão do quarto. A ruiva instantaneamente se escondeu atrás de uma grande cadeira que tinha ali, ficando atenta a qualquer ataque, mas o que o urso fez lhe surpreendeu.
Ele gritou.
Como aquilo falava?
— Capitão! Ela sumiu! — deixou a porta quase escancarada e saiu correndo, gritando como um maluco.
Miwa não esperou um minuto a mais, antes que alguém voltasse. O plano era encontrar suas coisas e se esconder no que quer que a coisa onde estava fosse, e no momento em que submergisse, fugiria sem olhar para trás. Assim que atravessou a porta, correu descalça pelo corredor de pouca luz, isso ajudava para que se escondesse nos cantos mais escuros, mas sua fuga não durou muito. Pois enquanto corria, olhou para trás, e não notou o que tinha mais a frente e bateu em algo duro e torneado. Era o peito de alguém.
De repente, todo o corredor ficou claro demais para o gosto de Akagami, que cobriu os olhos com as mãos, pela luz tão forte repentinamente.
— Desculpe... — a voz do homem era rouca, aveludada e sensual. Um arrepio cruzou a espinha de Miwa, ao olhá-lo. — Você acabou de acordar, a luz deve tê-la incomodado, senhorita.
Ao se acostumar com a iluminação, o fuzilou com os olhos, pronta para brigar, mas paralisou. Tinha diversas tatuagens pelo corpo e as que mais lhe chamaram a atenção, foram as que possuía nas mãos. A mão direita segurava a espada pelo cume, por cima do ombro, a outra, estava parcialmente dentro do bolso da calça jeans, deixando as costas da mãos que possuíam as tatuagens — e veias bem salientes — à mostra. Eram do estilo tribal, um tipo de desenho muito atraente.
— Quem... Quem é você? — percebeu que o encarava demais, então, perguntou. — Por que estou aqui?
Law a observou bem, notou cada detalhe do rosto delicado e adorável, desde a pintinha que tinha na bochecha direita, ao lado do nariz aos fios vermelho vibrante, curtos e ondulados, emoldurando o rosto bonito. Os olhos, oh, olhos dela... Eram os mais encantadores que já tinha visto em toda a sua vida, eram tão vívidos, tão brilhantes, tão azuis quanto o céu ao meio-dia. E ainda assim, tão profundos e enigmáticos, parecendo conter diversos segredos e problemas, como o mar. Ela gritava problema. Bem, não que isso fosse realmente um problema.
— Já tinha me apresentado antes, mas me chamo Tralfagar Law. Sou o capitão desta tripulação. — respondeu-a calmamente. — E você está aqui porque simplesmente desmaiou e demorou cerca de dois dias para acordar.
— E então, você me sequestrou? — a voz de repente se tornou mais baixa, rouca. Soou quase ameaçadora. — Onde estamos?
— Temo que já saiba, mas estamos na Grand Line.
— Isso eu já sei! Em que rota estamos?
— Na mesma, a quarta.
— Ah, deus. — pôs as duas mãos na cabeça, bagunçando os próprios cabelos, os deixando ainda mais desarrumados do que já estavam. — Eu quero ir embora.
— Sinto que não saiba, mas... — se aproximou dela, que deu vários passos para trás, até sentir a parede gélida de ferro em suas costas. — Estamos muito longe da próxima ilha, então não tem como você simplesmente ir embora.
Ela bufou, desviando o olhar dos olhos de corça dele, era um olhar frio e sério, mas intenso e firme. Quando a enorme mão dele se aproximou de seu rosto, ela o encarou imediatamente, seus olhos ficando de um rosa tão forte que Law ficou um pouquinho surpreso. Ela era uma usuária de um fruto diabo. Tinha total certeza daquilo agora.
Ao que sua mão tocou sua bochecha, tirando as mechas de cabelo vermelho de seu rosto, as colocando atrás da orelha dela, assim tendo total visão da expressão e da beleza dela.
— Sua... Voz. Ela é muito bela.
Akagami o encarava, com um feição de desconfiança e talvez, um pouco de raiva. Ele não sabia ao certo, pois a profundidade de sentimentos contidos no olhar dela era uma incógnita.
— Quem pensa que é? Estava me espionando? — ela perguntou, na defensiva. Parecia que iria atacá-lo a qualquer momento.
— Não, apenas segui a voz majestosa e angelical que chegou até meus ouvidos enquanto caminhava pela montanha. — respondeu-a com sinceridade, não mentia.
E Miwa viu que era verdade apenas por analisá-lo. A ruiva suspirou, jogando mais uma vez os cabelos vermelhos para trás, olhando nos olhos escuros de Tralfagar mais uma vez. O coração dela batia como um tambor no peito, nunca imaginaria que alguém estaria por aquelas áreas, se soubesse, não teria aberto a boca e ficaria quietinha, assim, não estaria naquela situação ridícula.
— Tá, certo. Eu quero ir embora!
— Já disse que não tem como você ir embora! Eu fiz um teste, você é usuária de Fruto do Diabo, não pode simplesmente sair nadando!
— Você não tem uma canoa, um barquinho? — seus olhos brilharam em uma ínfima esperança de que pudesse sair, seu instinto dizia que não seria algo bom ficar ali.
Realmente não seria, porque não queria ficar em outra tripulação, sentia que estava traindo seu melhor amigo. Os planos eram sair de Nebrasca e ver a possível próxima ilha em que Luffy estaria para ir até ele, e enfim, cumprindo a promessa de quando eram crianças. Akagami estava desgostosa da ideia de ficar ali, com aquele bando esquisito. Bom, não que ela própria fosse normal.
— Não. — a disse, curto e direto. — Não temos.
— O quê?! Mas e de acontecer alguma coisa com o submarino? Como vão fugir?!
— Simples assim, não acontecerá nada com o submarino. — ele exalavam confiança e imponência, mostrando a certeza daquilo que falava. Por alguns segundos, Miwa se viu presa no olhar dele.
Mas logo a raiva borbulhou dentro de si e ela começou a deixar diversos socos fortes demais para o gosto de Law, que fez uma careta pela dor, segurando os pulsos dela e a pressionando contra a parede, erguendo os braços dela na altura da cabeça, colocando um de seus joelhos entre os dela. Os rostos dos dois estavam perigosamente próximos, o que fez com que Miwa prendesse a respiração sem nem perceber, conseguia sentir a respiração quente dele contra seu rosto, suas bochechas ficaram automaticamente vermelhas como seu cabelo.
— Escuta aqui, menina, as coisas não acontecem do jeito que você quer. — começou, a voz era tão fria quando gelo, seus olhos estavam da mesmíssima forma. — Então pare com esse surto seu, nada lhe acontecerá enquanto estiver conosco para a próxima ilha. Serão apenas mais sete dias, não pode confiar em nós por apenas sete dias?
Quando Akagami finalmente permitiu que o oxigênio entrasse em seus pulmões, ela piscou várias vezes e pensou e repensou no assunto. Por fim, decidiu ficar por apenas sete dias.
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Vermelho Vibrante. | Tralfagar Law.
Fanfiction| SEGUNDO LIVRO DA SÉRIE "A linha entre o Amor e o Caos". +18, HAVERÁ conteúdo adulto. | "Depois da morte de Corazon, Law viveu por apenas um motivo: sua vingança contra Doflamingo. Passou anos de sua vida planejando o que faria, porém, no meio do...