Continuar o legado

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Milhares e milhares de anos se passaram após aquele incidente com os criadores da terra, e como qualquer tipo de vida a terra evoluiu e com o tempo Sanza Luminary e Moi Solstice foram sendo esquecidos cada vez mais, até chegar um ponto em que apenas suas crias e famílias leais a seus antigos governos sabiam sobre suas existências. Mas o governo do mundo não foi abandonado, pelas sombras as três entidades continuaram com seus propósitos de governas no lugar de seus criadores. Para não formar uma confusão foi criado entre eles uma hierarquia, na qual Destino como o mais velho e mais poderoso se tornou o líder, e por conseguinte era responsável em supervisionar os trabalhos de suas irmãs para ter certeza que o mundo continuava em equilíbrio. Além de que como Magia foi aprisionada e exilada por amaldiçoar seus próprios criadores, Destino teve que ocupar o cargo que antes era de sua irmã mais nova para continuar com as benções de magia sobre alguns indivíduos, assim como Sanza havia falado que era justo dividir seu poder com pessoas que mereciam.

Depois de tanto tempo Destino sentia que já estava mais do que na hora de continuar com o legada dos deuses solar e lunar, já tinha tudo pronto para que esses series especiais pudessem renascer e se amarem como Sanza e Moi deveriam ter se amado quando tiveram a chance. Destino ainda se culpava por não poder ter ajudado seus criadores, além de ser triste ver um amor tão verdadeiro quanto o deles não poder se realizar apenas por um sentimento tão repulsivo quanto a inveja que Magia sentia apenas por não ser tão poderosa. Mas assim como prometeu Destino não permitiria que os seres que o criou sofressem, eles seriam verdadeiramente felizes e faria questão de realizar aquele desejo. Foi com esse pensamento que Destino convocou uma reunião com suas irmãs Vida e Morte para poderem discutir sobre o legado de seus criadores.

Faziam muito tempo que eles não se juntavam apenas para ter uma simples conversa, já que cada um era responsável por um trabalho que não poderia ser levado com descaço então tinham que dar o melhor para continuar com o equilíbrio que Sanza e Moi lutaram para construir. Os três estavam excitados por aquela reunião, não apenas por poderem ver seus irmãos, mas sim por saberem em seus íntimos do motivo daquela conversa tão importante que precisaria da junção das três entidades primordiais. Estava na hora de continuar com o legado do sol e da lua depois de tanto tempo.

Eles se encontrariam no mesmo plano astral onde foram criados, lá se tornou uma sede para caso tivessem que se juntarem como naquela mesma situação. O local não tinha uma forma exata, sua definição perfeita era um espaço que se modificava dependendo do compromisso que era ordenado, sem o único ponto que se mantinha igual era três gigantes tronos específicos para cada entidade que ficavam bem no centro do local. Esses tronos foram o último presente deixado por Sanza e Moi, por isso eles emanavam um grande poder magico que aos olhos mortais eram grandiosos e ao mesmo tempo atroz. Para aquela situação o plano astral foi transformado em um grande pergolado de madeira num estilo medieval e envolta tinha um grandioso jardim com as mais variadas cores.

O primeira a chegar no local foi Destino, que era o mais excitado por aquela conversa, mas como líder não poderia demonstrar aquela fraqueza, então assumiu sua usual máscara de seriedade. Logo em seguida chegou sua segunda irmão, a Morte, que como sempre trazia um ar de frieza e desprezo por todos, mas para os íntimos ela era uma das mais carinhosas e que se preocupava com o bem-estar de seus irmãos, com um simples acenar de cabeça na direção de Destino Morte se senta em seu trono e permanece em silencio. A última a chegar foi Vida, e como sempre esbanjava um lindo e sorridente sorriso que encantava qualquer um e a mesma fez questão de lhes desejar um ótimo dia antes de se sentar em seu trono.

— É bom vê-las depois de tanto tempo minhas irmãs. - cumprimenta Destino em ver suas duas irmãs mais novas em um bom estado.

— É bom vê-lo também Destino, faz tanto tempo que não fazemos uma reunião. É empolgante! - é a vez de Vida falar toda animada em estar em volta de sua família. A única que não fala nada foi Morte que permaneceu quieta, mas dividia da mesma animação de Vida, só que internamente.

— Qual o assunto para que a nossa presença fosse requisitada tão repentinamente? - pergunta Morte com seu tom de voz sério, não querendo perder tempo e ir logo ao assunto principal.

— Direta como sempre, não é Morte? - brinca Destino, tirando uma risada de Vida e um resmungo inaudível de Morte - Está na hora de continuar com o legado de nossos criadores. - apenas com aquelas palavras fez com que as entidades assumissem uma posse mais seria para prestarem mais atenção na conversa. - Nos últimos anos eu tenho analisado as melhores almas para poder carregar o legado de Sanza e Moi, e eu finalmente achei as almas perfeitas para carregar o legado. - com um acenar de mão duas bolas brilhantes, uma azul escura e outra amarela, flutuam por entre as entidades – Chegou o momento que estávamos esperando para realizar os desejos de nossos criadores, e para honrar a eles quero que juntemos nossos poderes para esses seres serem tão poderosos quanto nossos mestres. Além de que seria uma boa homenagem a eles.

— Eu concordo, eles amariam essa homenagem. - responde Vida animada com toda aquela situação - Eu já consigo imaginar como vai ser o corpo físico deles. - fala em um tom sonhador olhando para nenhum lugar em específico.

— O destino deles já foi decidido? - pergunta Morte curiosa, já que queria saber o momento em que os visitaria.

— Vendo como foi o final de Sanza e Moi, eu achei melhor que a história dessas novas almas ser algo mais pacífico. Então eu montei uma história de amor, que de acordo com os seres mortais, se denominaria um romance clichê. - explica Destino e com outro acenar de mão um livro dourado de capa grossa aparece no meio das entidades - Está tudo registrado no Livro dos destinos.

Essa relíquia magica foi um dos últimos presentes que Destino ganhou de seus criadores, mas não foi o único, todas as entidades receberam um artefato que auxiliaria para concretizar com seus trabalhos. Destino recebeu de presente uma relíquia no formato de um livro, chamado de Livro dos destinos, ele servia para guardar o destino de todas as criaturas mortais que pisaram e ainda pisarão na terra. Vida recebeu um objeto no formato de presilha de borboleta fada com uma mistura de cor entre azul e verde, ela se denominada Vozes da vida, ela era responsável em guiar a Vida nas suas criações. Morte recebeu uma adaga com o cabo branco com alguns detalhes em cinza e a parte cortante era preta com flores desenhadas em dourado, ela se chamava Cativador de almas, ela ajuda Morte para pegar almas das pessoas mortas sem causar ainda mais dor no hospedeiro. Por último era Magia, ela tinha um colar com uma grande safira roxa acoplada, ela se chamava Esclera magica, ela potencializava o poder magico da Magia.

— O próximo Gerhana é daqui oito luas cheias, podemos fazer ele aqui mesmo para ter resquícios dos deuses lunares e solares junto das almas. - aponta Morte - Além do mais, nos daria tempo para aumentar nossos próprios poderes para não correr o erro de algo dar errado no ritual.

— Você está certa. - concorda Destino - Então daqui a oito luas vamos nos juntar novamente para realizar o ritual, temos que ter certeza de que nada vai dar errado.

— Eu acho que seria melhor mandar alguém até ela para ter certeza que continua presa e não nos fornece riscos. - fala Vida preocupada por algo dar errado no ritual assim como deu errado no ritual de Sanza e Moi.

— Não precisa se preocupar, eu mesmo iria averiguar se ela continua presa. - assegura Destino determinado em nada der errado.

Mas as entidades não imaginavam que essa conversa tão importante estava sendo escutada, pior ainda que era um dos lacaios de Magia que não saiu em nenhum momento do lado de sua única e verdadeira mestra. Com um sorriso maldoso o lacaio toma cuidado para não ser descoberto e assim que aquela reunião termina vai o mais rápido possível para o local onde Magia estava aprisionada para contar as novidades. O local onde a entidade exilada estava era um completo escuro, que causava arrepios, para manter presa Magia foi acorrentada por uma corrente que inibia a maior parte de seus poderes, mas não todos. Assim que ela soube sobre a sequência do legado daqueles que mais tinha inveja um plano diabólico se iniciou em sua mente deturbada e invejosa.

— Parece que as coisas vão ficar divertidas. - no escuro um sorriso diabólico e assustador cresce logo em seguida o silencio do local é tomado por uma risada que causar arrepios. 

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