Quatro meses de preparação passaram lentamente para a ansiedade das entidades, mas finalmente havia chegado e poderiam realizar o ritual, mas como nada é perfeito havia apenas um único empecilho. No ritual era necessário a essência divina das quatro entidades juntas, e por conta disso estava faltando a essência de Magia. Existiam duas alternativas para conseguir essa essência, deixá-la participar do ritual com grandes chances de ela atrapalhar mais uma vez e algo de errado acontecer ou extrair a essência sem retirá-la das suas correntes, mas para a segunda alternativa acontecer era necessário algum artefato que extraía a essência. Para a sorte das entidades esse obstáculo foi passado com rapidez.
Morte era conhecida por seus irmãos por ser uma entusiasta de invenções, então nas suas horas vagas do trabalho ela gostava de se infiltrar entre os humanos para assistir as invenções criativas que inventavam todos os dias, algumas vezes até mesmo ela se arriscava em fazer suas próprias invenções. Por conta disso com o auxílio do Vida, ela conseguiu criar um aparato que drenaria a essência divina necessária, além de não correrem o risco de Magia se libertar e causar mais desgraça por onde passar. O aparato tinha uma aparência de uma gargantilha feita de correntes prateadas e no meio tinha uma madrepérola branca acoplada, a essência era absorvida pela pedra preciosa e quando estava completa a madrepérola uma vez branca se tornava dourado, e como último toque esse artefato causava uma dor insuportável em quem usasse. Era o lado nefasto de Morte procurando uma pequena vingança.
Estavam prontos para o ritual.
Destino foi encarregado de conseguir a essência, entre todos os irmãos era o mais forte e, portanto, teria uma chance maior de conseguir controlar Magia caso a mesma fugisse. E para ter mais uma ajuda levaria dois dos seus subordinados mais fortes. Cada entidade havia seus próprios subordinados para auxiliar em suas diversas tarefas, eles eram humanos normais que foram abençoados pela essência que receberam de uma entidade específica, e quando mais essência recebida mais forte o subordinada. Por conta disso e por já ser mais forte que suas irmãs os subordinados de Destino tinham um poder que até mesmo poderia quase se igualar com a mais fraca entre as quatro entidades, Magia.
Viajando pela imensidão do universo e se instalando no mais profundo do cosmo estava a prisão pertencente a Magia, e bem no fundo de toda aquela escuridão estava acorrentada em toda a sua loucura Magia, mas mesmo presa em um lugar como aquele ela estava radiante e com um sorriso no rosto. Para aqueles sem um conhecimento sobre ela pensariam que era uma alma caridosa que foi presa injustamente, mas para aqueles que conviveram com ela sabiam que aquilo não passava de uma farsa, ela não passava de uma alma insana que só se importava com ela mesma e com mais ninguém. Das poucas vezes que Destino teve que ver pessoalmente sua irmã mais nova o rancor que carregava crescia cada vez mais, junto disso vinha o arrependimento por não ter conseguido salvar seus criadores e o principal não ter conseguido salvar sua irmã daquela inveja que possuía. Ele era o mais velho e mais forte, do que adiantava o poder que possuía se não conseguiu salvar nenhum deles?
— Mais que espetáculo, faz tanto tempo que não vejo o meu amado irmão mais velho. - Magia cumprimenta com um bom humor, o que não condizia com a sua situação e com a face de Destino – Me permita perguntar o porquê eu estar em sua maravilhosa presença?
— Não é algo que seja da sua conta. - responde de forma ríspida, apenas querendo acabar com aquilo o mais rápido possível para poder ir embora. - Segurem ela o mais forte que poderem. - ordena para seus subordinados.
— Deixa-me adivinhar. - a mesma não se deixa acabar com seu humor mesmo sendo segurada com tanta força pelos servos de seu irmão, na verdade ela estava apenas vendo graça naquela situação toda – Você está querendo a minha essência para realizar algum ritual importante, acertei? - ela não recebeu nenhuma resposta, mas sabia que era aquilo – Parece que minha intuição continua boa, não são milênios na prisão que iram acabar com ele. - solta uma risada escandalosa que irrita ainda mais Destino.
— Faça-me o favor e cale a sua maldita boca! - fala enfurecido. Estava na hora de pegar e essência e sair dela o mais rápido possível. Com o aparato em suas mãos ele se aproxima de Magia e coloca a gargantilha no pescoço de Magia e com um apertar o artefato começa a funcionar seguido de gritos histéricos da entidade, o pior de toda aquela situação era que enquanto gritava de dor Magia abria ainda mais o seu sorriso. No momento Destino só sentia pena e nojo da sua irmã mais nova - Não se preocupe, já vai passar. - explicação sem realmente estar preocupado com o bem-estar da mesma. Alguns minutos depois a pedra preciosa antes branca se tornou dourado e sem demora Destino tira a gargantilha de Magia – Podemos ir agora.
Antes que pudesse ir embora daquele lugar deplorável Vida o chama por meio de um resmungo dolorido, mas com aquele sorriso detestável ainda em seu rosto.
— Fale de uma vez, eu tenho coisas melhorar para fazer. - olha para a Vida com um olhar sério e frio.
— Não se preocupe eu não vou tomar tanto do seu tempo. - ela estava jogada no chão da sua cela, mas ela parecia tão confortável lá que mais parecia que estava deitada numa cama de ceda – Se eu fosse vocês eu tomaria cuidado com esse ritualzinho. - termina sua fala com um riso debochado. Foi a gota d'água para Destino.
— Você é a criatura mais insuportável que eu já tive o desprazer de conhecer! - com uma força absurda entra novamente na cela e levanta Magia pelo pescoço, mas em nenhum momento ela demonstrou estar com medo, tudo aquilo não passava de uma piada para ela – Você teve tudo dado pra você em uma bandeja de ouro, mas apenas pela sua inveja jogou tudo fora e nem se importou em machucar aqueles ao seu redor, machucar as pessoas que te criaram! - grita enfurecido – Passou pela minha mente que depois de milhares de anos você poderia ter mudado, ao menos ter um pingo de ressentimento, mas vejo que continua a mesma pessoa patética de sempre. - cansado daquela situação joga Magia no chão e sai daquele lugar deplorável para nunca mais voltar.
Destino estava cansado daquela situação, pensou que conseguiria relevar as palavras instigantes de Magia, mas no fundo ele ainda tinha tanto ressentimento sobre ela que sentia que poderia matá-la com suas próprias mãos. Não importava mais, logo ele e suas verdadeiras irmãs fariam o ritual e completariam o desejo de amor de Sanza e Moi. Todo o resto não importava mais.
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Sol e Lua
FanfictionO amor de Sanza e Moi se tornou uma lenda de amor com um final triste. Os lordes não poderiam deixar uma história tão bonito fosse esquecida no tempo como já estava acontecendo, com todo o seu poder realizaram um ritual para poderem honrar a memoria...