Inocência

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Destino estava exausto de tanto estresse que sentiu apenas de estar na presença de Magia, ficando ainda pior de pois de escutar todas as besteiras que saiam da boca da mesma, mas agora com a essência em mãos não importava mais. Em pouco tempo ele estaria ao lado de suas verdadeiras irmãs para realizar o ritual em honra da última memória de seus criadores, depois que tudo isso passassem acabaria com Magia com suas próprias mãos. Não demoraria para a luz do Gerhana ficar sobre eles, era o melhor momento para fazer o ritual e não perderia seu precioso tempo pensando numa pessoa tão deplorável quanto sua irmã mais nova.

Com a essência em mãos junto de outras coisas necessárias Destino manda uma mensagem para sus outras irmãs anunciando que o momento em que esperavam tinha finalmente chegado. O Gerhana chegou e não poderiam se dar ao luxo de perder esse evento tão primordial.

Para os olhos mortais o Gerhana poderia ser chamado como um eclipse, assim como o lunar e solar, mas para as entidades era um fenômeno de muita importância. Para os olhos mortais ele apenas mudava a cor da terra por alguns momentos para uma cor azul acinzentado, uma mistura do amarelo do sol e azul da lua, e fazia com que os astros desaparecessem da visão dos mortais. Mas para as entidades o Gerhana era ainda mais especial, se já possuíam um poder de se invejar apenas ficavam ainda mais poderosos, por causa do seu aumento de poder fazer um ritual como aquele que desejavam era um melhor cenário em se fazer no Gerhana. O único problema era que ele apenas durava nove minutos em ponto, então não poderiam desperdiçar nenhum segundo sequer.

As três entidades se encontraram no mesmo local que a primeira reunião, mas dessa vez no meio deles, onde deveria estar seus tronos, estava um pentagrama circular com o símbolo do yin yang no meio, mas nos circulas do símbolo estava um sol e uma lua crescente. Esse era o primeiro passo do ritual, mas para não perder tempo Destino mandou seus serviçais o deixarem prontos, adiantaria bastante o processo do ritual.

— Minhas irmãs, chegou o momento de realizarmos o ritual. - fala Destino se pondo em um dos lados do pentagrama, suas irmãs o imitando – Em pouco minutos o Gerhana se iniciara e teremos que fazer o ritual em menos de nove minutos, mas temos que ter certeza de que ele saíra o mais perfeito possível. - alerta colocando uma pressão em todos, nele principalmente. Não poderiam cometer nenhum erro.

Em poucos segundos eles foram iluminas por uma luz azul acinzentada, significando que o Gerhana se iniciou. Estava na hora de começar o ritual.

O primeiro passo do ritual era fazer o desenho do pentagrama, mas essa parte já estava pronto e poderiam seguir para o segundo passo sem demora. O segundo passo era um canto em conjunto sobre a história a criação das entidades primordiais, desdou seu nascimento do nada até o seu sumiço do plano visível, toda essa canção deveria ser feita em latim, a língua abençoada pelas entidades. Dizem que o latim foi criado pelas próprias entidades e dada de presente aos humanos, mas os únicos que poderiam responder essa pergunta era Sanza e Moi.


Entia nata ex nihilo pacem fiunt

"As entidades nascidas do nada criaram um mundo de paz"

Sol et Luna statera perfecta, primordiales

"Sol e Lua em perfeito equilíbrio, entidades primordiais"

Sanza grandis pulchritudine clara per noctem ambulat

"Sanza uma grande beleza, caminha pela noite brilhante"

Moi bellator magnus pugnat in sole calido

"Moi um grande guerreiro, luta no sol quente"

Crescens amor animarum perfectarum, desiderium unum esse

"Um amor crescente de almas perfeitas, um desejo de ficarem juntos"

Riruale periurio occasionem dedit, casu segundo

"Um ritual errado deu errado a oportunidade, uma segunda chance"

Amor verus olim oblitus, nunc innovatus

"Amor verdadeiro uma vez esquecido, agora renovado"


As vozes das três entidades parecia um coral cantado pelos anjos que os humanos criaram, uma melodia que faria lagrimas de emoção caírem, até mesmo da pessoa mais amarga. Quando a canção acabou o pentagrama começou a brilhar em branco, sinalizando que o ritual estava caminhando para o lado certo, poderiam seguir para o terceiro passo do ritual. Com um estalar de dedos um serviçal se aproxima segurando uma cúpula de vidro, lá dentro estava as duas almas que foram selecionadas e com um acenar a cúpula foi aberta e as almas jogadas dentro do pentagrama. As duas almas dentro do pentagrama começaram um tipo de dança, um vai e vem como na lenda dos peixes Koi que nadam um em volta do outro, para alguns significava o equilíbrio que um tinha sobre o outro e por isso nadavam num círculo sem começo e nem fim, mas para outros relatava uma cena de amor. Estando lá um para o outro. O terceiro passo do ritual foi um sucesso, agora só falta o quarto e último passo para o ritual acabar com perfeição.

A última parte desse ritual era colocar a essência de cada entidade dentro do pentagrama, se tudo desse certo no final o pentagrama brilharia em um branco de cegar os olhos, e depois as almas iriam direto para a terra a procura de seus novos corpos. Claro que isso só aconteceria se o ritual desse certo.

Com um longo suspiro um a um cada entidade foi colocando sua essência no pentagrama, e por último e rezando para dar tudo certo Destino estende dentro do pentagrama a essência de Magia. Ficaram olhando por um tempo para o pentagrama com esperança que desse tudo certo, mas como no ritual anterior algo deu errado. A luz que se ergueu foi uma preta com detalhes vermelhos, além de conseguirem escutar alguns barulhos de raio, não era um bom sinal. Antes que pudessem pensar no que fizeram de errado no ritual para ter aquele desenredo, a atenção dos três foi puxada por uma risada estridente de um dos serviçais de Destino.

— A senhora Magia foi vingada, a essência estava contaminada! - fala de uma forma musical com a intenção de provocar as entidades. A pele daquele servo estava derretendo e tiveram ali a certeza, aquele serviçal estava sobre comando de Magia e estava disfarçado com um dos servos de Destino. No final mais uma vez Magia conseguiu atrapalhar um ritual.

Percebendo o que aconteceu Morte ordena que seus servos prendam o servo impostor que em nenhum momento parou de rir ou de gritar com todo o ar nos pulmões que sua senhora foi vingada, se irritando cada vez mais de escutar aquela blasfêmia saindo da boca maldita daquele serviçal Magia com um mexer do braço fez com que a cabeça do mesmo caísse com tudo no chão. O mais perturbador é que nem em sua morte retirou aquele sorriso demoníaco da face.

Por terem concluído o ritual, mesmo que ele tivesse dado errado, não poderiam desfazer o que fizeram. O que já se iniciou não poderia ser cancelado no meio, o ritual se acabou junto do Gerhana. As almas foram enviadas para a terra e agora que estavam no mundo mortal as entidades não poderiam interferir em como seriam suas vidas daqui para frente, a única que poderia interferir seria a Morte, mas apenas no momento certo.

— O ritual deu errado mais uma vez. - fala Destino de forma cansado e arrependido com sigo mesmo por não ter pensado em verificar a essência, parece que no fundo ainda pensava que Magia poderia pensar na família que eles eram e não fazer nada de errado, estava amargamente enganado.

— Aquela desgraçada! - grita Morte enfurecida, seus olhos estava vermelho de raiva – Deveríamos ter matado ela de uma vez quando tivermos a chance!

— O que vamos fazer agora? - pergunta Vida cansada de tudo aquilo, apenas queria ir a um lugar tranquilo e beber a bebida alcoólica mais forte que os humanos inventaram, mesmo que não fizesse efeito em se.

— Eu não sei. - responde Destino como se tivesse desistido de tudo de uma vez por todas. 

Sol e LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora