⁰⁹ Pesadelo

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Respira, respira

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Respira, respira.

Eram as únicas palavras que saiam da minha boca, devagar, baixa e de uma forma controlada, pena que falsa.

A sensação é de que estava sendo engolida, ou que um buraco estivesse se abrindo abaixo dos meus pés, como se nessa multidão de pessoas, por um momento fosse apenas eu e o maldito jogador.

Que merda de pesadelo era essa? Eu o ignorava por anos, não pisava em lugares que ele sequer estivesse cogitando ir, não o seguia e tudo que eu via sobre o desgraçado era contra minha vontade. E agora me pergunto, que merda esse homem está fazendo aqui? Lewis teria o convidado? Ou ele estaria me seguindo?

Aqui, nesta boate, com tantas outras pela cidade? Não me fazia pensar que isso era algo aleatório. E eu odiava supor coisas que minha cabeça tentava criar.

Carmen toca em meu braço, me tirando do transe que eu me encontrava.

- Bruna? Tudo bem?- Pisquei algumas vezes, tentando demonstrar com um sorriso repentino que tudo estava sob controle- Vamos pegar uma bebida?

Balancei a cabeça positivamente, e ela segurou em minha mão me guiando até onde estava o barman. Passei a língua entre os lábios, e os dedos entre os cabelos, eu estava nervosa e muito tensa.

Pela forma que meu estômago se revira em um enjôo absurdo, tenho a certeza de que eu não havia superado as coisas que ele havia me feito, e com certeza ter meus olhos sobre ele e os dele sobre mim, só me faziam lembrar o quão forte nosso relacionamento me afetava de uma forma negativa até hoje.

Minha psicóloga tinha razão quando me disse que parar de ir às sessões não era uma boa escolha a se fazer, mas fui teimosa e fiz mesmo assim, apenas porque eu achava que superaria não o vendo no mesmo ciclo social que o meu.

- Pedi dois cosmopolitan, já provou?- Carmen está virada de frente para mim, e com um braço na bancada onde se encontram várias outras garrafas de bebidas.

- Não, eu sempre tomo vinho ou uma caipirinha. Ainda não tive coragem para expandir meu paladar. - Ou talvez eu não tenha sangue forte para álcool. - Você irá para o GP do Brasil?- pergunto, tentando enganar o turbilhão de sensações que estão prestes a me engolir.

Carmen respira fundo, comprimindo a boca e coçando a nuca. Como se estivesse rondando para falar algo que a incomodava.

- Provavelmente não, sempre que vou aos GPS para acompanhar o Russell as pessoas acabam falando demais. Sabe que já falaram que eu era uma desempregada que ficava para cá e para lá e não desgrudava dele?

Franzi as sobrancelhas, e por mais que já estivesse acostumada com esse tipo de situação, das pessoas ficarem opinando sobre nossa vida pessoal ou amorosa, algumas situações sempre me faziam abaixar a cabeça e respirar para não sair agredindo algum dono de página sensacionalista.

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