Bruna sempre foi fascinada pelo teatro e pela atuação, sempre sonhou com a oportunidade de estrear em vários filmes de Hollywood, e quando tudo finalmente parece estar dando certo, uma pessoa do seu passado ameaça voltar para virar sua vida de cabeç...
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Um suspiro súbito saiu da minha garganta profundamente, daqueles que puxamos todo o ar do pulmão para que tenhamos força o suficiente para acordar de um sonho ruim pela madrugada.
Era amedrontador o quanto até dormindo o infeliz do jogador buscava perseguir-me em meu subconsciente. Esse pesadelo parecia tão real que por um segundo, com os olhos arregalados e o corpo sobre a cama, temi que fosse verdade.
Acho que estou enlouquecendo, e se não, não irá demorar muito para que aconteça.
Passei as mãos no rosto, aliviando a tensão correndo em minhas veias, dos pés à cabeça. Com os olhos fechados, pude escutar de fundo a chuva, as gotas de água fazerem um barulho consideravelmente alto, o que só se intensificava ainda mais pelo motivo da janela da sacada estar aberta totalmente.
Olhei para o lado e vi Lewis. O homem dormia como um anjo, com o sono pesado e braços ao redor de mim, segurando firme minha cintura, o piloto parecia estar com medo que eu fugisse entre seus dedos como areia da praia.
Tirei devagar suas mãos, colocando-as em cima de seu corpo delicadamente. Me levantei da cama indo em direção a janela, no intuito de fechá-la o mais rápido que podia, mas tudo isso era terrivelmente dificultoso, porque os ventos a cada segundo se tornavam mais fortes, molhando-me com a chuva de vento que entrava e encharcando a sacada inteira. Levei meus dedos a um lado do vidro, porém, quando iria lacrá-lo, um trovejo terrivelmente alto passou entre meus ouvidos de uma maneira horripilante e assustadora, que a única coisa que fiz foi gritar. Um grito agudo, medroso e exageradamente estrondoso ecoou por todo o quarto, e em poucos segundos notei ter corrido para debaixo da mesinha no meio da suíte, cobrindo meus ouvidos fortemente, os olhos fechados e corpo encolhido murmurando palavras confusas entre os lábios.
- Merda, merda, merda... eu odeio relâmpagos e trovejos, merda...
Eu poderia ficar ali por vários minutos e até algumas horas, poderia ser besteira, mas o pavor que eu tinha dessa força da natureza era fora do normal, e te meus olhos lacrados fortemente fazia-os doer, e teria piorado se não tivesse escutado a voz do piloto.
- Bruna? Amor?- Indagou, seu tom de voz em completa confusão, buscando arrancar-me o que teria me deixado nesse estado.
- Eu odeio .... odeio...
- O que aconteceu? Fale comigo!- Calmo e doce. Suas mãos tocaram as minhas, tirando-as dos meus ouvidos vagarosamente. A sua voz fez com que eu abrisse os olhos devagar, com medo de que outros trovejos, agora, me fizessem enfiar debaixo da cama.
- Eu tenho medo de trovões e relâmpagos, Lewis, principalmente os altos dessa maneira, me assustam mais do que você consiga imaginar! - Proferia baixinho, na altura de seu rosto, sentindo minha respiração se misturar com a sua a cada milésimo de segundos e isso fazia meu coração palpitar baixinho.
- Venha aqui, meu amor!- Senti quando suas mãos tocaram em meu braço, tão firme que me puxou debaixo do móvel em segundos, fazendo com que eu me sentisse segura no calor do seu aperto.
