Bruna sempre foi fascinada pelo teatro e pela atuação, sempre sonhou com a oportunidade de estrear em vários filmes de Hollywood, e quando tudo finalmente parece estar dando certo, uma pessoa do seu passado ameaça voltar para virar sua vida de cabeç...
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- Minha bebida acabou, fique aqui que irei pegar outra. Você também quer?
Minha voz mostrava uma pressa, mas sua feição me dizia que eu não deveria sair por aí. Talvez pela multidão que se espremia a cada minuto, a cada música e a cada passo que eu ameaçava dar quando cogitei ir para mais perto do palco.
- Não, eu vou lá e pego outra para você!
Ele era teimoso e não teria me deixado, então sai dali vendo ele fazer menção de me puxar pelo braço, mas não conseguiu a tempo. Fui desaparecendo na multidão enquanto o via tentar me seguir o mais rápido que conseguia, porém sem sucesso algum. Precisava ficar sozinha nem que fosse por um minuto.
Já longe do palco, eu estava em uma parte meio vazia, encostei minha cabeça na parede me amaldiçoando por esse surto repentino.
Olhei para os meus pés, pensando seriamente se deveria tirar os saltos, porque agora eu tinha certeza que me dariam bolhas. Não havia sido uma escolha prudente para a noite, mas sabia que tirá-los não seria uma opção, não até eu chegar em casa e em mais uma noite pensar naquele homem que anda perturbando minha mente mais que o normal.
Respirei fundo coçando os olhos, e parei segundos depois quando meus pensamentos intrusivos quase me fizeram jogar uma garrafa no Alex, no maldito talentoso Alex Turner.
Everthoughtofcallingwhenyou've had a few? 'Cause I always do
(Já pensou em lugar para alguém depois de beber umas? Porque eu sempre penso)
Eu claramente estava me sentindo observada, eu deveria xingá-lo por cantar algo tão específico assim.
Passo os dedos entre os cabelos, tento respirar para aliviar a tensão que meu corpo deposita em minha cabeça, minhas pálpebras tremem em crise, e eu certamente deveria ir embora, não era? Mas não fui, porque perdi a oportunidade de não agir como uma bêbada que fica maluca quando trisca uma gota de álcool na boca.
Foda-se tudo, porque eu iria deixar algumas malditas palavras saírem pela minha boca.
Pego meu celular na bolsa e segundos depois aperto o botão verde para ligar. Escuto chamar, minhas pernas tremem e minha voz poderia falhar em algum momento. Ando inquieta e estava tão nervosa que tive vontade de sair correndo dali. E eu iria fazer, se não tivesse escutado sua voz e quase ter me rendido, quase.
- Oi?
Eu deveria encerrar a ligação?
Sim, eu deveria.
- Só te liguei para dizer que....- merda, eu quero desligar -...que não paro de pensar em você. Que merda está acontecendo comigo? Vim para Atlanta e sim, eu deveria estar feliz em meu quarto de hotel, mas eu só consigo pensar em você. O que você fez comigo, piloto? Eu te odeio por isso, e ainda fica andando por aí exibindo suas namoradinhas como se eu nem existisse, e talvez para você eu não exista mesmo. Se eu te visse em minha frente iria te estapear todo. Essa é a primeira e última vez que conversamos ou que eu ligo para esse seu número.
