I cannot touch you, never

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                          Já faz dois dias que Cho Hazel está dormindo conosco e isso me deixa agitado.

Saber que ela está logo ali, no quarto ao lado do meu, me dá ideias que ninguém em sã consciência poderia ter. Desde quando ela se instalou aqui, eu não tenho uma noite bem sucedida, gostaria de saber até quando terei de suportar isso.

O mais estranho, é não saber o motivo por trás de tudo, ela e minha irmã sempre mudam o assunto quando estou por perto ou disfarçam. Algo estava errado e eu ia descobrir o que é.

— Cheguei! — falei assim que abri a porta.

Um silêncio se alastrou pelo lugar, a sala estava com a TV desligada e nenhum sinal de alguém por perto. Porém, assim que fui tirar meus sapatos, percebi que os de Hazel estavam ali, significando que ela havia chegado.

Não era comum minha irmã demorar tanto para voltar, mas eu não dei importância. Fui direto para o meu quarto, acendi o interruptor da luz e deixei minha bolsa no chão.

Minha nota não foi péssima, mas poderia ter sido melhor, eu realmente precisava colocar minha cabeça no lugar.

Quando me levantei para pegar meu celular, ouvi o barulho de água caindo, no começo achei que estava chovendo, porém me atentei ao som e não parecia em nada com chuva.

Estava vindo do cômodo ao lado...

Meu coração parou por um instante e eu me senti tentado, ela estava bem ao lado, provavelmente nua e ensaboando o corpo gentilmente com a esponja.

Balancei negativamente a cabeça, estava acontecendo de novo e eu não conseguia fazer parar.

Abri a porta do meu quarto e me convenci de que só iria até lá para ver se estava tudo bem, mas quem eu quero enganar? A probabilidade de ficarmos em uma situação embaraçada é alta, mas eu estou tão curioso que a vontade de vê-la é maior do que a vergonha.

Dei passos lentos até seu quarto, a porta já estava entreaberta, então apenas empurrei um pouquinho com a ponta do pé para conseguir passar. O barulho da água caindo podia ser ouvido mais forte, apenas mais uma porta restava para que eu a visse.

Meus batimentos cardíacos estavam a mil, mas já estava tarde demais para desistir. Era como se a serpente estivesse me induzindo a comer do fruto proibido, não parecia haver nenhum mal apenas dar uma mordida.

Abri mais um pouco a porta do banheiro em que ela estava, me encostando nela para que eu não fosse pego e paralisei com a cena à minha frente.

A garota estava de costas lavando seus cabelos, a espuma corria por todo o seu rosto e caia sobre seu corpo de forma erótica. Mesmo com o box de vidro um pouco embaçado, eu conseguia ver nitidamente as formas que seu corpo possuía, e sinceramente, nunca senti tanto tesão na vida.

Em um movimento brusco, ela se virou para pegar o sabonete, rapidamente eu saí atrás da porta e corri para o meu quarto de volta. Meu corpo todo está em chamas, meu coração acelerado e meus pensamentos vagando por seu corpo mais uma vez.

Tão linda, macia, saborosa.

Eu queria voltar lá, abrir aquele box e tomá-la em meus braços. Eu iria beijar cada parte do seu corpo, tocar de forma íntima e satisfazer esse desejo que vinha crescendo há cada dia que passa.

Olhei para as minhas mãos, eu tremia de forma incontrolável, me sentei na cama para tentar me acalmar. Nunca senti algo assim, é como se a puberdade me acertasse em cheio e todo sentimento que não tinha antes, viesse com tudo em meu corpo.

Abaixei o olhar para o meio das minhas pernas, aquilo doía e incomodava um pouco, coloquei minha mão por cima e respirei fundo. Só havia uma coisa que poderia me saciar e ela está tomando banho ao lado.

Mas seria impossível, Hazel nunca olharia para mim mais do que um irmãozinho que ela precisa cuidar. Pensar nela desse jeito é errado e eu sabia disso. Eu nunca poderei tocá-la, nunca.

Com esse pensamento em mente, eu me acalmava aos poucos e me sentia mais aliviado, porém aquela excitação ainda se fazia presente. Mordi os lábios ansioso, se eu quisesse me livrar disso, só havia uma maneira.

Passei a mão devagar, começando com movimentos lentos de vai e vem, suspirei pesado. Nunca havia me tocado antes, pois meu corpo nunca havia reagido de tal forma.

Mas agora, nada mais me importava a não ser terminar aquele serviço. O quarto parecia pequeno, conforme eu aumentava o ritmo, mais sentia minhas pernas fracas. Meu corpo todo fervia, era como se tivesse pegado o pior resfriado de todos.

Um resfriado com nome e sobrenome.

Assim que uma onda relaxante passou pelo meu corpo, senti um líquido escorrer e aquilo me fez sorrir bobo. Me deitei de barriga para cima na cama e fechei os olhos, a forma de seu corpo ainda perambulava por minha mente, aquela seria a lembrança mais maravilhosa que eu teria na vida.

Duas batidas foram dadas na porta, eu me sentei rapidamente e arregalei os olhos. Se uma delas me visse naquele estado, eu estaria morto. Peguei o travesseiro e coloquei em cima das minhas coxas, tampando qualquer pista do que ocorreu há minutos atrás.

— Entra!

Assim que eu falei, a porta foi aberta, revelando quem eu menos esperava. A garota entrou com um sorriso aberto no rosto e fechou a porta, simplesmente sentou ao meu lado, perto o suficiente para que eu perdesse a sanidade mental.

— Podemos conversar um pouco? — ela perguntou, eu só balancei a cabeça confirmando — Como está na escola? É seu último ano, não é?

— E-Estou indo b-bem. Sim, é meu último ano.

Abaixei a cabeça envergonhado, agora vendo-a de perto, me sentia mais idiota ainda por ter me masturbado pensando em sua figura. Hazel usava um pijama largo, porém o short é curto, por isso suas coxas grossas apareciam bastante enquanto estava sentada. Me forcei a focar em seu rosto, antes que eu fizesse qualquer movimento que me condenasse.

— E namoradas? Está de olho em alguma garota?

Era irônico demais, eu sorri de lado, se ela ao menos soubesse.

— Não estou, noona.

— Por que não está? — me olhou surpresa — Garotos da sua idade estão à flor da pele, é normal querer namorar alguém.

— N-Não t-tem ninguém que me interesse...

Aquela era uma mentira enorme, pois quem me interessa está bem na minha frente. Hazel se aproximou um pouco mais, me fazendo sentir seu cheiro adocicado, ela me encarou intensamente, como se pensasse no que fosse dizer.

— Você é um homem crescido agora e muito bonito, tenho certeza que a pessoa certa um dia chegará.

Ela apenas se levantou e simplesmente saiu do quarto me dando boa noite. Fiquei estático com suas palavras, ela admitiu que eu cresci, quer dizer que não me vê mais como criança?

FEVER - Niki/EnhypenOnde histórias criam vida. Descubra agora