I want to embrace you

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                            Eu não podia deixar de pensar nela e em todos os sentimentos que compartilhamos juntos naquele quarto. A forma que sua boca abria para gemer, seus dedos se perdendo em meu cabelo, a marca deixada de propósito em meu pescoço – que eu só percebi logo depois. 

Porém, também me recordava de seus olhos apavorados quando minha irmã apareceu, a forma como ela se culpava por tudo me fazia sentir mau. Concordamos em manter segredo por enquanto, mas eu não queria isso.

Eu quero abraçá-la quando me der vontade, quero beijar aqueles lindos lábios quando estiver triste e fazer um sorriso enorme aparecer em seu rosto. A noona merece tudo isso e eu estou confiante de que farei até melhor. 

— Ei, Niki! — chamou meu colega de classe, Jake. 

Fui até o garoto e o olhei curioso, nós estamos fazendo um trabalho escolar juntos, mas fora isso, quase nunca conversamos na escola. Desde o ensino fundamental, tenho estado na mesma turma que ele e até éramos amigos naquela época, até ele ficar mais popular no ensino médio.  O mesmo estava junto de um grupinho de outra turma, que eu claramente não me importava.

— Vamos terminar o trabalho na sua casa? — perguntou, eu arregalei os olhos.

— Por que na minha casa? Não podemos nos encontrar na biblioteca como estávamos fazendo? 

— Você não acha que ficar conversando lá é um pouco incômodo? — perguntou, passando uma mão pelos cabelos — Acho que vamos ter mais produtividade em um lugar afastado das pessoas.

Ele tinha razão, a biblioteca da escola sempre tinha pessoas por perto e não conseguir se comunicar direito nos faria perder tempo ao invés de ganhar. Eu olhei para ele, não haveria outra escapatória a não ser concordar, o trabalho já é para essa semana e ainda não terminamos.

— Passa lá em casa amanhã às oito horas e não se atrase!

Ele concordou sorrindo e eu saí de seu campo de visão, revirei os olhos quando estava longe, eu teria menos tempo sozinho com a noona. Quase não conseguimos ficar sozinhos agora que ela está quase todos os dias atrás de trabalho e ocupada ajudando minha irmã, depois daquele dia, não tenho estado tão perto intimamente como antes e isso me deixa louco.

Eu me viciei em seu corpo, seu perfume e até em coisas pequenas como me dar presentes. Ela demonstra de muitas maneiras que sente algo forte por mim e é nisso que me apoio, eu me sinto importante sendo seu porto seguro. 

Quando saí pelo portão da escola, pude perceber algo não muito comum em minha frente. Minha irmã estava encostada no carro, com os braços cruzados e uma expressão fechada.

Engoli em seco e fui até ela, mas assim que me viu, um sorriso de lado apareceu em seu rosto.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, preocupado.

Ela balançou a cabeça negativamente e soltou uma pequena risada, fiquei um pouco mais relaxado ao ver sua expressão.

— Está com fome? — eu balancei a cabeça, afirmando — Vamos comer alguma coisa antes de voltar pra casa.

Ela entrou no carro e eu segui seus passos, não fazendo ideia do que estava acontecendo. Minha irmã raramente aparecia assim na escola, eu sempre ia embora a pé ou pegava um ônibus.

O silêncio no carro estava me deixando agoniado, eu queria fazer muitas perguntas. Será que ela sabia sobre mim e Hazel?

Olhei de relance para a mais velha, ela estava concentrada dirigindo, então eu não queria estragar isso lançando várias perguntas.

FEVER - Niki/EnhypenOnde histórias criam vida. Descubra agora