The more I hurt the more I want you

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                            Acordei com o coração acelerado e a testa com resquícios de suor. Mau consegui pregar os olhos pela preocupação que invadia meu corpo, isso resultou em sonhos estranhos e falta de sono.

Eu me sentia péssimo, foi como se tivesse partido em dois uma parte de mim. Por um lado era bom que minha irmã soubesse sobre nosso caso, mas por outro foi completamente difícil encará-la.

A mesma tem se mantido quieta desde o ocorrido na madrugada, ela não surtou como eu imaginei e simplesmente voltou para o seu quarto sem ouvir minhas explicações.

Não saber o que ela achava sobre a situação me deixava aflito, aposto que a mesma nunca imaginaria que seu irmão mais novo está saindo com sua melhor amiga pelas suas costas. Por isso eu entendia se estivesse com raiva de mim e de Hazel, mas eu precisava conversar com ela.

Não tive quase nenhum tempo para me preparar para a escola, fiz minha higiene no banheiro e vesti meu uniforme habitual, já saindo de casa e implorando para que o primeiro ônibus não tivesse ido embora.

Não consegui terminar nem metade do que faltava para os trabalhos da escola. Mesmo preocupado, eu precisava me manter firme.

Por sorte, eu consegui pegar o ônibus, então não chegaria atrasado. Eu não conseguia parar de pensar em tudo o que ocorreu e lembranças da noite de ontem continuavam aparecendo em minha mente.

Os olhos confusos da minha irmã, Hazel sentindo-se extremamente culpada e toda aquela confusão de emoções. Não poder falar com ambas me deixava inquieto, eu queria poder terminar logo com toda essa história.

Assim que desci do ônibus, fui caminhando até a escola e logo vi o portão gigante aberto em minha frente. Respirei fundo e entrei, indo direto para a minha sala de aula e ignorando qualquer olhar sobre mim.

Porém, antes que eu entrasse, o mesmo grupo de garotos que me ameaçaram ficaram em minha frente, barrando minha entrada pela porta. Eu olhei para eles com um ponto de interrogação no rosto, não entendendo o que estava acontecendo ali.

— Bom dia, Niki. — disse um deles.

— O que foi agora? — perguntei irritado.

Eles riram entre si, revirei os olhos e tentei fazer com que saíssem da frente, mas foi falha minha tentativa.

— Precisamos de mais um favorzinho seu.

— Do que está falando?

Ele se aproximou de mim, sou um pouco maior que o mesmo, mas nossos olhos se encontraram de forma brutal.

— Você também vai fazer nosso dever de casa de álgebra!

Eu arregalei os olhos e neguei com a cabeça desacreditado, eles não iam parar com isso.

— Não vou.

— Como assim “não vai”? — perguntou, se aproximando mais — Acho que você esqueceu o que está em risco aqui, Niki. Seu segredinho pode ser exposto e com certeza você vai sofrer as consequências!

Eu olhei bem para ele e aquele grupinho tosco. O que eu tinha a perder se eles contassem? Minha irmã já sabia e aposto que o diretor só faria uma reunião comigo sobre o assunto. Por isso, reuni toda coragem dentro de mim e mantive a postura ereta, encarando bem suas orbes escuras.

— Então, vá em frente. Fale.

Ele me olhou surpreso, não entendendo onde eu queria chegar.

— V-Você está falando sério?

— Claro que estou. — dei um sorriso cínico — Ou quer que eu conte? Não tenho medo algum da diretoria, se é isso o que você pensa. Ninguém vai me fazer de bobo, nem mesmo você e seu grupinho idiota!

FEVER - Niki/EnhypenOnde histórias criam vida. Descubra agora