FEVER - Niki/Enhypen

Like a fever

                     E mais uma vez eu não conseguia dormir, me virei de um lado para o outro na cama e simplesmente o sono não vinha. Eu me sentia estranho, não conseguia parar de pensar no beijo que demos hoje.

Depois do que fizemos, Hazel agiu como se nada tivesse acontecido e eu acho que é melhor assim. Tem muita coisa em risco, principalmente a amizade dela com a minha irmã.

Porém, eu não estava satisfeito só com aquele beijo, eu queria muito mais. Foi como se acendesse só uma faísca na pólvora e ela estourou por inteiro, meu corpo todo respondia de forma grotesca. Eu estava pelando, minha mente estava uma explosão de pensamentos e eu já podia sentir o volume se formando.

Estava acontecendo de novo e eu não queria, mas não podia evitar.

Só de imaginar Hazel aqui nesse quarto mais uma vez, só piorou tudo o que já estava ruim. Era como uma febre.

Me levantei da cama, o piso frio em contato com a minha meia quente me deu calafrios. Saí do quarto e fui direto para a cozinha, o corredor estava escuro, então tive que tatear até chegar aquele cômodo.

Liguei a luz e peguei um copo no armário, em seguida coloquei água da torneira e bebi de uma vez. Eu tentei respirar fundo várias vezes, achando que isso me acalmaria junto da água, mas não funcionou em nada, eu ainda estava muito quente.

Uma ideia complemente absurda passou pela minha mente, será que funcionaria?

Deixei o copo em cima da pia e desliguei a luz, fui andando devagar até parar de frente com a porta do seu quarto. Respirei e inspirei, aquilo seria loucura.

Abri devagar, tentando não fazer barulho, o abajur estava ligado, então vi sua figura deitada coberta pelo edredom. Achei que ela estivesse dormindo, mas assim que fechei a porta e me aproximei, a mesma se virou para o lado e me olhou assustada.

— O-O que você tá fazendo aqui? — perguntou, arrumando sua postura.

— Noona, eu não consigo dormir.

Ela continuou me olhando assustada, porém fez algo que eu não esperava. A mesma abriu um espaço para que eu deitasse ao seu lado, assim o fiz, ficando grudado em seu corpo, pois a cama não é tão espaçosa. Ela me cobriu também e ficou virada em minha direção, me encarando.

— Você tá pelando, Niki. — passou uma mão por minha bochecha — Por que ficou assim de repente?

Minha boca ficou grudada, eu não sabia se poderia ser sincero com ela e me abrir totalmente ou continuar fingindo que esse desejo não existe.

— Noona, e-eu... — abaixei um pouco o olhar — Tenho sentido coisas estranhas desde que você veio morar com a gente.

— Como assim?

— Eu... Eu... — respirei fundo, precisava ser forte — Fico quente desse jeito e não consigo dormir pensando em você, na verdade, pensando nas coisas que poderíamos fazer juntos. Eu sei que pra você é difícil, ainda mais por ter me visto crescer, mas eu sinto desejo por você, noona! — ela estava quieta, me observando — Esse sentimento já vinha crescendo conforme o tempo passava, mas como você é amiga da minha irmã, eu decidi guardar pra mim. Mas... Depois que nos beijamos hoje, eu achei que talvez... Eu tivesse alguma chance.

Um silêncio se instalou naquele cômodo, fiquei preocupado que ela me achasse um pervertido ou algo assim. Meu olhar estava abaixado, fiquei brincando com o fio solto daquele edredom, ainda me sentindo quente, mas agora de nervoso.

— Niki, olha pra mim.

Fiz o que foi mandado, ela segurou meu queixo com a ponta dos dedos, senti um frio na barriga por isso. Nossos olhares se encontrando me deixou ainda mais nervoso.