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Na entrada do imponente edifício hospitalar, um manobrista de sorriso acolhedor aguardava, chave em punho, pronto para guiar o carro de Jonathan. O trajeto pela alameda arborizada fluiu tranquilo, com tráfego leve. Ao cruzar um sinal vermelho, Jonathan observou um jovem magro, roupas preto com listras brancas, que se posicionava no centro da faixa. Com movimentos graciosos, ele lançava bastões brancos para o alto, criando um espetáculo acrobático singular.

Antes que o sinal verde liberasse a passagem, o artista se aproximou dos carros, chapéu na mão, pedindo algumas moedas. O motorista ao lado, receoso, apressou-se em fechar a janela.

Jonathan, no entanto, agiu de maneira diferente. Abaixou o vidro e, com um gesto de gentileza, estendeu uma nota de vinte dólares. O artista de rua, surpreso e emocionado, esboçou um sorriso radiante e expressou sua gratidão. Ao abrir o sinal, Jonathan seguiu seu caminho, levando consigo a imagem do jovem talento e a sensação de ter feito a diferença.

No estacionamento do hospital, Jonathan estacionou o carro e caminhou com passos lentos em direção à entrada. Ao chegar ao balcão de informações, deparou-se com uma figura familiar: o Dr. Norman, em conversa animada com outro médico.

― Que bom encontrá-lo! Este é o tio da paciente que mencionei, Jonathan Blackwell ― disse Norman, apresentando-o ao Dr. Dean Williams, o infectologista.

Jonathan apertou a mão de Dean com firmeza, notando sua altura um pouco superior à sua. Com um sorriso educado, dirigiu-se ao médico: "Bom dia, Dr. Williams! Agradeço a conversa anterior, mas preciso transmitir algumas informações importantes ao Sr. Blackwell."

Despedindo-se do rapaz que atendia no balcão, envolvido em uma conversa animada com as recepcionistas, Jonathan seguiu o Dr. Norman em direção à sua sala no terceiro andar. O corredor era amplo e bem iluminado, adornado com cartazes informativos nas paredes.

Ao entrar na sala, Jonathan foi recebido com um gesto acolhedor do Dr. Norman. Sentados à mesa, os três homens se preparavam para uma conversa crucial, onde informações vitais seriam compartilhadas, decisões tomadas e, quem sabe, o destino de uma jovem paciente seria reescrito. A tensão pairava no ar, misturada à esperança de um desfecho positivo.

Dr. Norman abriu a porta da sala e convidou Jonathan a entrar, fechando-a cuidadosamente em seguida, como se criasse um espaço de confidencialidade e tranquilidade. A atmosfera era séria, mas carregada de esperança.

― Jonathan, fico feliz em informar que Ava teve uma melhora significativa. Se continuar nesse ritmo, podemos considerar a possibilidade de alta em breve ― disse Norman, com um sorriso reconfortante.

― Desculpe interromper, doutor, mas ela pode receber visitas? ― perguntou Jonathan, ansioso por ver sua sobrinha.

Norman, com um olhar sério, fez uma solicitação importante:

― Evite mencionar o falecimento dos pais, pois crianças tendem a fazer muitas perguntas sobre a mãe. ― O médico prosseguiu: ― Também peço que não a afaste de sua tia, que é com quem ela mais se identifica. Isso pode afetar negativamente sua recuperação futura em casa.

Jonathan franziu a testa, confuso com a solicitação. Ele não entendia por que o médico pedia para evitar que Ava se afastasse da tia. Parecia uma piada de mau gosto. Ele absorveu as informações, ainda intrigado, antes de se despedir e seguir para o quarto onde Ava estava internada.

Ao entrar no quarto, Jonathan encontrou Samantha sentada à janela. Ela parecia distraída, perdida em pensamentos profundos. Ele bateu na porta, fazendo-a se virar bruscamente, com a mão sobre o coração. Rapidamente, sua expressão mudou para uma postura mais fechada. Ela o encarou de cima a baixo, avaliando-o minuciosamente.

O BlackwellOnde histórias criam vida. Descubra agora