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A manhã de domingo despontou radiante, banhando o quarto com uma luz dourada. Ainda na cama, ele se deliciava com o canto melodioso dos pássaros que saudavam o novo dia. Com cuidado, retirou o braço que envolvia a cintura da loira adormecida ao seu lado, tentando não perturbar seu sono tranquilo.
Mas, para sua surpresa e infortúnio, um movimento desajeitado o fez despencar da cama. Um estrondo estrondoso ecoou pelo quarto quando o abajur tombou sobre o criado-mudo, vítima da queda acidental. O barulho certamente despertaria até mesmo o sono mais profundo.
Hannah, ainda sonolenta, não pôde conter uma risada diante da cena cômica. Enquanto isso, Jonathan se levantava, ainda zonzo após o impacto do abajur em sua cabeça. Resmungando de dor, ele massageou a testa e não pôde evitar um sorriso ao contemplar a beleza de Hannah, com seus cabelos bagunçados e a maquiagem ligeiramente borrada pelo sono.
— Rindo porque ainda não se viu no espelho, né? — ele provocou, com um tom divertido na voz.
A jovem, impulsionada pela curiosidade, praticamente saltou da cama e correu para o banheiro, trancando a porta com pressa. Jonathan caiu na gargalhada, deitando-se novamente na cama desarrumada. Cruzou os braços sob a nuca e fitou o teto por alguns instantes, aproveitando a descontração do momento.
O som da porta do banheiro se abrindo o tirou de seus pensamentos. Ele se virou para admirá-la: Hannah havia vestido uma das camisas que ele deixara no banheiro, realçando suas curvas com elegância. Um olhar provocante e um sorriso malicioso nos lábios completavam o quadro sedutor.
— Uau, você está divina — ele disse, encantado com a beleza da mulher à sua frente. Levantando-se rapidamente, ele caminhou em sua direção e a envolveu em um abraço apertado, puxando-a para perto. — Essa camisa fica muito melhor em você do que em mim.
Encurvando seu rosto na direção dos lábios dela, ele a beijou de forma lenta e apaixonada, pressionando seu corpo contra a parede fria.
Ao se afastar por um segundo, seus olhos se encontraram em um olhar profundo e cheio de significado. Havia admiração, desejo e um amor incondicional que transbordava de seus corações.
Hannah sorriu de forma encantadora, intensificando ainda mais sua beleza estonteante. Com um gesto brincalhão, beliscou o abdômen de Jonathan e lançou-lhe um olhar travesso.
— Agora não é hora para pensamentos pecaminosos, senhor Blackwell — ela disse, com um tom divertido na voz. — Estou morrendo de fome! E juro que nunca mais vou tomar bebida alcoólica em toda a minha vida — completou, esfregando a barriga com uma expressão exagerada de fome.
Jonathan observou Hannah caminhar até a cama com um sorriso nos lábios. Ela se deitou de forma relaxada na maciez dos lençóis, enquanto ele se aproximava, parando próximo aos seus pés.
Curvando-se sobre seu corpo, ele se apoiou nos lençóis e seus olhares se encontraram novamente, em um silêncio carregado de cumplicidade e afeto.
— Por um segundo, pensei que a tinha perdido — ele cochichou, sua voz carregada de emoção. Ela abriu os olhos e o fitou com ternura, um sorriso radiante iluminando seu rosto. — Aliás, gostaria que conhecesse alguém muito especial hoje.
Hannah assentiu com a cabeça, acariciando seu rosto com carinho. Sem hesitar, ele beijou sua mão delicada e se ergueu.
— O que acha de algumas torradas com geleia de morango? — ele perguntou, com um toque de humor na voz.
— Estou faminta, me surpreenda! — ela respondeu, ansiosa.
Estendendo a mão, ela o convidou para se sentar ao seu lado. Juntos, caminharam até a cozinha, unidos por um abraço caloroso. Com um gesto gentil, Jonathan acomodou Hannah na cadeira e começou a preparar o café da manhã.
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O Blackwell
RomanceJonathan Blackwell, um empresário de boa aparência e humor péssimo, recebe a devastadora notícia da morte de seu único irmão e sua esposa em um acidente de carro. Para piorar, a única filha do casal, uma criança de seis anos, pode ser entregue à gua...