Unsung hero

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Unsung Hero by for KING and COUNTRY

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Rosamaria POV

Talvez se eu fingir que não estou ouvindo ela para de me chamar. Suspirei quando ela continuou tocando meu ombro e chamando meu nome. Virei a cabeça pra ela e cocei o olho.

"Oi, amor." Falei com carinho, segurando minha vontade de extravasar. Ela tinha uma mão nas costas e fazia careta, já me sentei ficando em alerta. "Tá com dor?"

"É só a posição, me ajuda a virar e coloca um travesseiro nas minhas costas, por favor." Ela pediu apontando pros lugares que doía.

"Claro, vida." Me levantei, coloquei os cabelos atrás das orelhas e fui pro trabalho, mesmo estando exausta, arranjei energia de algum lugar do meu ser pra conseguir levantar ela momentaneamente pra conseguir mudar sua posição. "Assim?"

"Sim, obrigada, coloca o travesseiro aqui." Apontou pra parte superior das suas costas. Fiz o que ela pediu e dei um beijo na sua testa. Aproveitei que já estava acordada e fui no banheiro. "Amor, eu também quero!" Ela exclamou do quarto, meus ombros caíram e eu terminei o que estava fazendo e voltei pra cama. "Desculpa, eu sei que você quer dormir." Ela pediu mordendo o lábio quando eu a levantei, me perguntava se ela continuava sentindo dor e se aquilo era normal.

"Já te disse, não precisa pedir desculpa." Beijei seu ombro e ela sorriu, o sorriso mais lindo, mesmo no meio da noite quando eu só queria estar desmaiada na cama.

A coloquei no vaso e encostei a cabeça na parede tendo talento pra cochilar sem realmente dormir e cair. O barulho da descarga me acordou e quando vi ela já estava em pé, a olhei brava e ela soltou uma risadinha, mulher arisca! Andei devagar com ela até a cama, meus braços já sentindo a diferença de peso da academia pra ela. Finalmente a deitei do jeito que ela queria, quase sentada e dei a volta pronta pra voltar a dormir por mais algumas horas, quando subi com meu joelho na cama escutei um barulho vindo de fora do quarto, era o Josh chorando. Eu mesma choraminguei quando pensei que não ia conseguir dormir agora.

"Se ele der muito trabalho, dá a chupeta." Carol falou e eu neguei, eu odiava a ideia de dar chupeta, ele já estava com os dentinhos tortos porque provavelmente chupava chupeta com sua mãe, ainda desconfiamos que é por isso que ele acorda tanto de madrugada. Calcei meu chinelo me arrastando pra sair do quarto até que escutei uma batida no chão, um silêncio e depois seu choro ficando mais alto. "Ele caiu!" Carol exclamou e eu corri.

Dito e feito, ele estava deitado no tapete, e estava quase roxo de tanto choro guardado, respirou fundo e soltou todo aquele choro quando me viu. Esticou os braços pra mim e mexeu suas mãozinhas me chamando. "Mamãe." Chamou por Carol.

"Mamãe não pode vir, amor." O apanhei do chão e o ninei em meus braços, ele parou de chorar imediatamente e deixou sua mãozinha gelada entrar na minha blusa pra ficar alisando meu peito, sua mania preferida.

Ficou me olhando enquanto eu o balançava e tentava fazer ele dormir de novo, sem sucesso, quanto mais eu balançava mais seus olhos ficavam grandes e espertos. Eu estava ferrada! Me sentei na poltrona de balanço e fiquei confortável pra dormir ali mesmo se precisasse, não estava com energia pra ficar brigando com ele pra que ele dormisse no berço. Senti ele se mexendo e quando abri os olhos, ele estava escorregando do meu colo e indo pro seu cesto de brinquedos.

"Josh, não é hora de brincar, é hora de nanar." Falei sem sair de poltrona, ele parou, me olhou e voltou a mexer nos brinquedos. "Joshua!" Falei mais alto e ele soltou os brinquedos e levou dois dedos a boca ficando todo desconfiado, eu achava uma graça como ele ficava quando a gente brigava com ele, era uma manteiga derretida, qualquer voz mais grossa magoava ele.

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