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when the party is over

when the party is over by Billie Eilish
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Rosamaria POV

Abracei meus joelhos encostando no banco acolchoado do carro que aluguei. Me escondi de Carol no banco de trás do carro pra conseguir chorar e pensar em tudo o que tinha acabado de acontecer. Meu coração só conseguia chorar, eu sentia que ele estava literalmente chorando de dor. Como vou passar um ano longe dela? Como?

Isso que dá fazer surpresa, Rosamaria! Recebeu uma baita surpresa de volta pra deixar de ser idiota! Exclamei pra mim mesma socando meu joelho pra tentar fazer aquela raiva passar, raiva dela, de mim mesma, de tudo o que estava no meio entre Texas e BH. Raiva do meu destino, de qualquer posicionamento estelar que fez minha vida acontecer dessa forma. Perdi minha chance de ser mãe e agora vou perder meu amor também? Que mundo injusto é esse? Talvez deveria mesmo querer ir embora dessa terra.

Levantei a cabeça assustada quando ouvi uma batida na janela de vidro. Vi Carol com as mãos em volta dos olhos, me observando colada no vidro. Ela abriu a porta antes que eu pudesse reagir e trancar.

"Como você me achou?" Perguntei fungando e limpando minha bochechas.

"Tenho sua localização, lembra?" Mostrou o celular e entrou no carro, fechando a porta. Respirou fundo enquanto olhava pra frente. "Desculpa, Rosa, não achei que você já teria assinado." Ela subiu sua mão por minha perna até encontrar minha mão, deixei que ela entrelaçasse nossos dedos.

"Você não devia ter deduzido nada, Carol, foi o que nós combinamos, foi sua ideia ficar e você simplesmente vai e assina contrato em outro país!" Ela acariciava minha mão com o polegar e tinha o cenho franzido provavelmente se sentindo mal por tudo o que estava acontecendo. "Como você faz isso comigo, Carol?! Um ano é muita coisa!" Voltei a chorar e ela tentou se aproximar pra tentar me abraçar mas não tínhamos espaço suficiente e eu não queria dar o braço a torcer ainda.

"Amor, me desculpa, eu achei que estava fazendo a melhor escolha pra nós duas! Eu sei que você quer continuar com sua carreira internacional, que ficar aqui mais um ano era só um sacrifício pra ficar comigo." Abaixei minha cabeça pra esconder meu choro e ela começou a acariciar meus cabelos soltos. "Me deixa consertar isso com o Minas, eu falo com eles, se você quiser vir comigo." Não respondi. "Pensa comigo, nós duas morando lá fora, com os melhores profissionais pra nos ajudarem com nosso bebê."

"Não tem mais bebê! Não tem mais nada disso, Carol!" Falei levantando a cabeça, ela arregalou os olhos. "Você não entende que sua falta de responsabilidade comigo acabou com todo nosso plano?! Eu já assinei meu contrato, Carol! Eu não vou com você! E eu não vou te fazer engravidar depois com 45 anos temporada que vem!" Gritei fazendo minha voz ecoar nas portas do carro.

"Eu fico, então." Ela sussurrou.

"Não, Carol!" Afastei suas mãos de mim, já estava começando a ficar claustrofóbica com ela tão perto de mim. Coloquei meus pés no tapete do carro e me sentei virada pra frente. Ela na outra ponta, tão perto mas tão longe. "Parece que a gente voltou pra 2022! Não acredito que você fez isso de novo!" Exclamei voltando a chorar, me referia a quando terminamos porque ela tentou se meter na minha carreira pra eu não ir pro Japão. Eu odiava essa maneira dela de conseguir o que ela quer, essa falta de comunicação, esse achismo tolo, o fato dela decidir coisas por mim por pensar que me conhece muito bem. Eu sentia que o controle da minha vida escapava pelas minhas mãos quando ela escolhia por mim, por mais que eu saiba que é por um motivo bom, ela sempre faz da maneira que mais me machuca.

"Deixa eu resolver isso." Ela ignorou meus pedidos passados por espaço e se arrastou pro meu lado me abraçando de lado. Confesso que seu calor me confortou um pouco.