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Eu Sou Você

Eu sou você by Eu, Trovador

Esse capítulo tem quase o dobro de palavras dos capítulos normais e isso é porque eu queria retratar esse dia continuamente, pra que vocês possam sentir cada horinha.

Boa leitura, se abram pra sentir as emoções.

...

Rosamaria POV

"Caroline Gattaz." Falei sem nem cumprimentar a recepcionista do hospital universitário, somente chegando aqui que eu me toquei que nem sabia pra onde elas tinham levado a Carol, só deduzi que seria aqui já que é o mais perto de casa.

"Você é a mãe?" Uma outra voz falou enquanto a menina da recepção olhava em seus registros. Eu olhei de lado e vi uma mulher que parecia estar em seus vinte e poucos anos, jaleco rosa e estetoscópio ao redor do pescoço, estudante, com certeza! "A Carol está esperando a mãe do bebê, é você?"

Ela tá esperando? Meu Deus, ela tá vivinha! Mas que cabeça obscura de pensar uma merda dessa hein, Rosamaria!

"Sim, sou eu, sou eu! Ela tá bem? Eu posso ver ela só um pouquinho?" Senti que tinha que implorar como via em filmes. Ela soltou uma risada engraçada e começou a andar em direção ao corredor.

"Ela falou que não ia fazer nada sem você." Sorri largo com essa informação. "Ela chegou sentindo muitas contrações, teve um pequeno acidente com a pressão alta e tivemos que medicar ela pra isso." Ia explicando como se eu fosse idiota e era isso que eu precisava. Desisti de arrastar Josh andando e o peguei no colo, ele queria tocar em todos os desenhos das paredes que passávamos. "Ela está com, em média, 7 centímetros de dilatação, o que é bom mas não é suficiente." Por fim parou na frente de uma porta e eu quase atropelei ela pra entrar. "Tá tudo correndo normalmente." Segurou no trinco e abriu a porta.

Eu entrei quase como um raio, tanto que mal tive tempo pra analisar seu corpo deitado na cama. Ela me olhou assustada, provavelmente porque uma pessoa estava correndo pra cima dela mas seu rosto relaxou quando me reconheceu. Ela abriu os braços e eu coloquei o Josh no chão imediatamente, aquele momento era meu e dela. Trombei meu corpo no dela e acho que foi até forte demais, mas o que me concentrei foram seus braços ao redor do meu pescoço, seu cheiro invadindo meu nariz, sua respiração no meu ouvido, sua pele suave encostando na minha bochecha, seu corpo quente e vivo.

"Como foi lá?" Ela me perguntou já fazendo menção de me soltar mas eu não deixei ela sair do abraço.

"Por que vocês não atendem o celular? Eu achei que você tinha morrido!" Falei séria me separando somente o suficiente pra olhar em seus olhos e ter certeza, mais uma vez que ela estava ali. Soltou uma risada curta.

"Quantas vezes eu tenho que te falar que eu não vou morrer?" Ela falou rindo mas eu ainda não estava achando graça da situação, talvez daqui uns dias eu iria rir do dia de hoje. Deve ter percebido meu olhar sério e preocupado. "Ei, amor, eu tô bem, aquele sangramento não era pra acontecer mas agora já tá tudo bem, o Tomás tá perfeito, eu também tô bem." Ela tirou uma mão do meu pescoço e alisou meu rosto. "Me conta como que foi lá, deu certo?!"

Perguntou animada e eu estranhei tamanha animação pra quem deveria estar sentindo dor e contração.

"Por que você tá assim? Sorridente? Não tá mais sentindo contração? Ele já nasceu? Cadê?" Perguntei com os olhos arregalados e olhando em volta, só agora percebendo que Grace e Lara estavam com Josh no canto do quarto. Mas não vi nenhum bebê.

Ela riu. "Amor, você tá mais afobada que eu, calma, respira um pouco. Eu te falei que ele não ia nascer enquanto você não chegasse!" Ela respirou fundo algumas vezes me orientando a fazer o mesmo. Segurou minha mão e levou até sua barriga, eu senti o volume, senti que não estava nada diferente de como estava antes. Me curvei e beijei sua barriga por cima da bata de hospital.