Say You Won't Let Go

1.8K 169 17
                                    

Say you won't let go by James Arthur

VAMO ACORDAR MEU POVO!!!

...

Rosamaria POV

Eu alisava os cabelos de Carol enquanto a olhava cochilar, era a primeira vez nessa madrugada que ela estava dormindo sossegada, não queria ter que acorda-la tão cedo. Quando chegamos, ela foi quase arrancada de mim pra fazer uma bateria de exames, eu expliquei o que aconteceu e eles fizeram o resto, nossa médica chegou pouco tempo depois e informou a equipe mais detalhes importantes que eu não saberia.

Agora, uma hora depois, o sol já brilhava forte lá fora e eu conseguia ver pela janela do quarto de Carol que alguns estudantes da universidade faziam exercícios matinais nas ruas ao redor do hospital. Ela conversou pouco comigo, quando fui liberada pra entrar, ela já tinha sido medicado e estava grogue, não demorou muito pra cair no sono.

Me recusei a sentar enquanto os médicos esperavam os resultados dos exames, me apoiei na sua cama e inclinei minha cabeça em seu travesseiro, no topo da sua cabeça. Com uma mão fazia cafuné em seus cabelos e com a outra segurava a dela que repousava em sua barriga. Parecia que eu estava vivendo um dejavu só que ao contrário, mais de um ano atrás era eu no lugar dela, ela repetia as mesmas frases que eu pensava na época, pedia desculpas sempre que podia, falava que sentia vazia, que queria voltar no tempo, que podia ter escolhido diferente. Eu tentava conforta-la mas deixava ela dizer o que vinha em seu coração.

No meio do silêncio, o barulho da porta abrindo e voz única da médica ficaram absurdamente altos e Carol se remexeu começando a despertar. Que ódio!Não era pra vir agora. Ela abriu os olhos quando ouvimos suas vozes ecoando no quarto e franziu o cenho claramente incomodada. Levantei minha cabeça e senti minha coluna doer pela posição que eu estava.

"Bom dia, meninas!" Nossa médica foi a primeira a falar. "Como você tá se sentindo, Carol?"

"Um lixo." Ela respondeu em português e eu ri.

"Ela tá bem." Expliquei pra médica que assentiu.

"Os médicos vão te explicar o que os exames acusaram." Ela deu um passo pro lado e deixou os dois rapazes de jaleco branco tomarem a frente. Suas palavras já me deixaram nervosa, então os exames tinham acusado alguma coisa...

"Bom, Srta. Gattaz,  acreditamos que você infelizmente teve um aborto espontâneo," Carol apertou minha mão e eu acariciei seus cabelos em forma de conforto. "Seus níveis de HCG vinham crescendo segundo os relatórios da Dra. Marshall e agora eles acusaram uma grande queda. Ainda era muito cedo pra te confirmar com toda a certeza que você estava grávida, mas de acordo com esses hormônios e com o que vocês nos relataram, essa é a alternativa mais correta que temos."

"Alguma coisa aconteceu pra ela ter abortado?"

"Para de falar essa palavra, amor." Carol pediu baixinho em português e eu beijei sua testa me desculpando.

"Ela teve um pico de pressão, o que é muito perigoso em uma gravidez, principalmente na idade dela. Seus batimentos estavam acelerados e a pressão sanguínea era tão alta que afetou seus nervos óticos no momento, mas não é um dano permanente." Explicou e eu levei a mão dela pra minha boca pra beijar, eu queria tanto que ela entendesse que não deveríamos tentar mais, sua saúde está sendo colocada em risco, não vou aguentar outra dessa.

"É a opinião de todos nós que você não está em condições saudáveis pra engravidar." O outro médico se adiantou e eu olhei pra Dra. Marshall que assentiu concordando. Carol fungou já voltando a chorar. Voltei a deitar sobre ela em forma de abraço. Olhei pra eles como quem pedisse licença.

PartilharOnde histórias criam vida. Descubra agora