De Volta pro Aconchego

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De volta pro aconchego by Elba Ramalho

...

Caroline POV

Eu segurava Josh sentado em meu colo enquanto ele tinha fones de ouvido e assistia desenho na tela do iPad. Rosa trocava a fralda do Tomás enquanto ele dormia, ela fazia tudo bem devagar pra ele não acordar, mas foi impossível quando ela passou o lenço gelado nele. Se remexeu e abriu o berreiro. Eu suspirei e ela colocou a nova fralda e o tirou da cestinha que ficava presa no avião. O segurou contra seu peito mas ele ainda estava chorando. A aeromoça apareceu na frente da nossa poltrona e Rosa levantou a mão como se pedisse desculpas.

"Você pode levantar com ele se quiser, só precisa ficar sentada se essa luz do cinto estiver acesa." Nos avisou gentilmente e saiu. Rosa logo tirou seu cinto e se levantou com ele.

"Quer colocar o canguru? Pra ele se sentir mais em casa?" Dei a ideia e ela negou com a cabeça, desaparecendo no corredor com ele, eu já não escutava mais ele chorando, o que me deixava mais tranquila. "Josh." Tirei um pouco seu fone e ele resmungou. "Senta na cadeira da mami." Eu o coloquei na cadeira vazia e ele olhou em volta.

"Where mami?" Perguntou assustado.

"Mami foi passear com o Tommy, filho."

"No, quer mami!" Ele fez bico e coçou o olho já começando a chorar. Agora percebia o quanto seus olhos estavam pesados, ele estava assistindo aquele desenho por mais de 1 hora e normalmente ele não assistia tudo isso. "Mami!" Chorou mais alto e eu o peguei no colo de novo.

O abracei pra abafar seu choro e ele ficou mais calmo aos poucos, seus bracinhos me apertando como se me necessitasse. "Quer dormir com a mamãe?" Ele se afastou e me olhou confuso. "Dormir igual o baby Tommy dorme, aqui." O posicionei em meus braços como se eu fosse dar de mamar pra ele e ele sorriu. Peguei um dos paninhos do Tomás e coloquei de travesseiro pra ele que logo se aconchegou e levou seu dedo até a boca. Ignorei porque a situação não era an ideal.

Passei meu dedo na ponte do seu nariz algumas vezes até ele fechar os olhos, depois comecei a dar batidinhas em sua bunda, colocamos fralda com medo dele ter algum acidente no voo. Rapidinho e ele já estava adormecido em meus braços, engraçado o pensamento que me veio a mente mas eu lembrei de um dia, ainda na seleção, que a Rosa estava se tremendo de dor de madrugada e eu sentei com ela na cama e a segurei desse mesmo jeitinho, nem éramos namoradas na época. Por um instante era como se eu visse todas as semelhanças que Josh tinha com ela, como se fossem relativos sanguíneos. Não era o físico que era parecido, apesar dele ter os mesmos olhinhos sapecas que ela tinha, mas era a sensação de estar segurando a mesma pessoa, se eu fechasse os olhos, eu conseguia me ver segurando ela, por que era a mesma sensação de proteção que eu tinha sobre os dois. Tomás era diferente, cada vez que eu o segurava, era como se ele ainda fizesse parte de mim, como se fôssemos um só, ainda não compreendia completamente que ele não está mais ligado a mim. Mas com Rosa e Josh, é como se estivéssemos sempre muito longe um do outro e quando eu os seguro nos braços, eu relembro como é bom tê-los comigo, sinto que meu objetivo na vida é ser deles.

Rosamaria logo voltou pra sua cadeira com o Tomás adormecido em seu colo, sorriu quando me viu com o mais velho, da mesma forma. Tirou o iPad e se sentou do meu lado, encostando sua cabeça no meu ombro.

"Que ideia maluca viajar com dois bebês." Ela sussurrou, eu sorri.

"Que ideia maluca ter dois bebês quase ao mesmo tempo." Completei e ela assentiu, se inclinou e beijou os cachos de Josh que tinha boquinha aberta igual ela dormia, os dois dormiam igual a ela, roncando e com a boca aberta. "Não quer tentar colocar ele na caminha de novo? Não acho que ele acorda, e acho que vou colocar o Josh na cadeirinha do Tomás, será que ele cabe?"

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