6.⠀incrível, perfeita e grandiosamente..

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DANIEL pov

— E você, o que pensa que tá fazendo e quem você pensa que é, japonêszinho?

Algumas palavras. Isso é o suficiente pro Yoon meter um murro no cara na frente dele.

Foi tudo muito rápido, em poucos segundos o moleque já tava caído no chão, segurando o próprio nariz e com uma expressão de dor, enquanto o Yoon balançava a mão direita no ar.

Aqui e agora, ele parece outra pessoa.

— Qual foi, cara! — O menino que foi atingido grita do chão. — Nós só estamos ensinando uma lição pra essa bicha. Ou.. vai me dizer que você é amiguinho desse traveco?

Ele e os amigos riem. Eu travo.

Homofobia.

Esses garotos bateram e, aparentemente, humilharam uma pessoa por puro ato de ódio.

E eu odeio, com todas as minhas forças, gente assim.

— Seu desgraçado..

Yoon ameaça bater no cara novamente, mas para a si mesmo e respira fundo, passando as mãos no cabelo até a nuca, antes de dizer:

— Olha aqui, ouçam bem. — Aponta o indicador pra cada um deles, então se agacha no chão, ficando cara a cara com o menino em que bateu. — Não tô afim de sujar as mãos com gente como vocês. Então, tá vendo meu amigo ali? — Se refere a mim, o garoto me olha de relance e acena a cabeça positivamente pro Yoon. — Ele e eu vamos sair daqui com aquela pessoa, e você e seus cachorrinhos não vão fazer nada sobre isso, sabe por quê?

O garoto, morto de medo, não fala nada, então Yoon finaliza sua fala.

— Porque vocês não tão afim de conhecer Jesus hoje, seus filhos da puta.

Se o menino não tinha feito xixi antes, certeza que agora ele fez. O tom de voz que o Yoon usou desconcertou até eu.. porém não foi exatamente de medo.

Diz isso, ele se levanta, e apenas um olhar dele é suficiente pros outros dois garotos se afastarem da pessoa machucada. Vou até ela e apoio seu braço direito em meus ombros, enquanto o Yoon faz o mesmo só que do outro lado.

Assim, a tiramos daquele banheiro e a carregamos até a enfermaria da escola. O caminho até lá demorou um pouco e também recebemos alguns olhares pelos corredores, mas nada disso importa agora.

Assim que adentramos a enfermaria que cheira a álcool, deitamos devagar a pessoa em cima de uma das macas e chamamos a médica que fica por ali. Ela se assustou um pouco com o estado da garota — ou garoto —, mas logo começou a cuidar dela, nos pedindo pra pegar uma coisa ou outra de vez em quando.

Doyoon em momento algum abandonou a feição preocupada, enquanto estralava os dedos a cada cinco minutos e mexia a perna sem parar. Ele parece realmente preocupado.

Não que eu não esteja, mas.. ele parece mais. Como se isso fosse algo pessoal, ou sei lá.

— Bom.. — A médica diz, enfim, fechando a cortina da maca em que a pessoa está e se virando pra nós. — Dei para ela um calmante pra que possa dormir, agora é só esperar. E eu também limpei o rosto dela, fiquei com dó de que acordasse e visse aquilo.

— Ela vai mesmo ficar bem? — Yoon questiona, ainda preocupado.

— Vai sim. — E sorri, tentando nos confortar. Meu amigo solta o ar, aliviado. — Vocês fizeram muito bem de ajudá-la. Ela tem um físico frágil, o que quer que tenha acontecido pra ficar assim, se continuasse, as consequências seriam piores. Muito piores.

Eles São Eles, Nós Somos Nós | ⚣Onde histórias criam vida. Descubra agora