1. Um primeiro dia meio ruim

338 23 84
                                    

Não sou mestre em criar fotos então fiz bem básico, só para compôr a fotinha 🫶

Boa leitura 💞💞

----------♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎♥︎----------

Lee Know 》

Era quase hora de ir para a escola e eu estava deitado na cama. Enquanto meu irmão, Lee Minho, estava avoado dentro do quarto repetindo o tempo inteiro que iria se atrasar.

Então, me chamo Lee Know, tenho dezesseis anos, estou no segundo ano do ensino médio, sou coreano e tenho um irmão - dois minutos - mais velho, Lee Minho.

E introduzindo um pouco de nós dois, Minho e eu nascemos no dia vinte e cinco de outubro, como eu já disse antes, com dois minutos de diferença.
Muitas pessoas dizem que éramos super conectados desde novos, e me lembro de algumas situações que passamos por culpa dessa "conexão".
"Então quer dizer que vocês sentem a dor um do outro?!" Bom, basicamente, mas não é bem isso. Vou contar um exemplo:

Minho ainda não tinha diagnóstico, tínhamos três anos de idade, e ele começou a ter uma sobrecarga sensorial, estávamos em um lugar diferente do habitual, e muitas pessoas passavam e comentavam sobre nós dois, o clássico: "Nossa! São gêmeos?! Que lindos! Sabia que eu tenho dois sobrinhos que são gêmeos também?", sim, foi extremamente específico, mas é porque é exatamente assim, inclusive, não cansavam de cutucar na gente, alisando nosso cabelo e apertando nossa bochecha.
Isso começou a incomodar o Minho, já incomodava antes, mas ele passou a ficar mais incomodado e foi quando eu passei a reparar e me sentir incomodado também. E comecei a afastar as pessoas e gritar para elas manterem distância, já que o Minho foi não-verbal até os cinco anos, ele não conseguia se expressar como eu conseguia.
Então naquele dia, fiz o "favor" por ele, afinal, eu estava incomodado também.

Mas não é que eu sinto as dores dele, ou sinto que ele sente - até porque acho que se eu sentisse exatamente o que ele sente, em todos os momentos que ele fica mal, eu também seria diagnosticado com autismo -, mas acho que é diferente de empatia e compaixão. Apenas sinto que algo está errado, ele me disse que acontece a mesma coisa com ele.

É difícil explicar, mas com o tempo vai ficando mais fácil de entender.

Foi aos quatro anos que Minho recebeu o diagnóstico, sim, tardio.
Nossos pais têm a mania de nos comparar, e quando foi preciso realmente comparar e enxergar que era necessário investigar, não o fizeram. Mas prefiro não pensar nisso e nem desenvolver esse pensamento, sempre fico com raiva.

Após o diagnóstico, meio que nossos pais tentaram nos distanciar, porque, supostamente, nós não nos daríamos bem, porque "o seu irmão é mais devagar do que você e precisa de mais cuidados", mas lembro que desde que me entendo por gente, nunca entendi esse pensamento deles, sempre os contrariava e nunca aconteceu de me distanciar de Minho.
E é algo que sempre nos perguntam, como nos entendemos tão bem, e minhas respostas são sempre baseadas em: "pergunta idiota tolerância zero", afinal, não é como se o fato de Minho ter autismo fizesse ele automaticamente falar outra língua.

E, voltando a cena atual, tirei o olhar do celular quando senti a presença do meu irmão mais velho na minha frente. É o nosso primeiro dia de aula, não estamos em uma escola nova, então não estou nem um pouco animado ou preocupado em manter as aparências, mas no caso do meu irmão, é por conta da rotina dele, não para "fingir ser um aluno esforçado".

You are my dear brother - STRAY KIDS (Lee Minho & Lee Know)Onde histórias criam vida. Descubra agora