Num mundo onde a liberdade é uma ilusão subjetiva, Lizzie Schwartz experimenta sua verdadeira essência ao se tornar prisioneira do infame Vince Hutton, o maior gângster dos Estados Unidos. Em meio a traumas e dores, ela descobre uma liberdade surpre...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Angel Cooper 🧚
Fecho a porta e suspiro olhando para Lizzie. Me sento ao seu lado, sem me importar com o chão molhado, apenas me sento e espero.
Em todas as crises de Lizzie, não há muito o que fazer a não ser esperar que passe, que ela se acalme. As vezes 15 minutos, as vezes 40. Tudo é relativo de acordo com o que ativou suas memórias.
Olho em volta imaginando o que teria ativado dessa vez, há várias coisas nesse banheiro, mas nada que eu já tenha visto. Em sua casa, tudo que a lembra de Logan, ou de algo relacionado à Logan, nós já retiramos.
Tudo mesmo. Depois de um tempo, percebo que o choro que antes era muito mais intenso, agora já estava mais contido. Ela volta a chorar intensamente e eu suspiro.
Eu sinto tanto ódio de Logan. Para mim é inadmissível uma pessoa entrar na vida de outra e destruir tudo dessa forma. Isso me revolta muito. Ficamos assim por um bom tempo, eu mexia em meu machucado no joelho quando escuto ela falar.
- Foi o sabonete roxo. - Ela sussurra baixinho, com a cabeça ainda entre suas pernas.
Olho para os lados e vejo um vidro de sabonete líquido. Coisa besta. Sempre era coisa besta. A mente humana realmente é muito complicada, uma coisa simples podia fazer com que ela fosse longe.
- Vamos tirá-lo daqui e amanhã pediremos outro à Helena, certo?
Ela levanta a cabeça pela primeira vez e eu vejo seu rosto todo vermelho e os olhos também, deixando seus olhos num tom de azul mais claro. E concorda.
Eu me levanto e pego a toalha, estendo para ela, que se levanta também e eu vejo seus braços arranhados. Suspiro de novo. Eu quero matar Logan. Eu quero muito que o Logan morra.
Em todas as crises ela se arranha.
Todas.
Ela se enrola na toalha.
- Olha, Chaz e Nolan estão aí fora. - Eu digo à ela.
Abro a porta e coloco a cabeça pra fora.
Ambos me olham preocupados.
- Algum de vocês pode me emprestar uma blusa?
Chaz sai em passos largos e em poucos segundos volta com uma blusa em mãos.
- Aqui - Ele me entrega e eu agradeço.
Lizzie já havia colocado a mesma calcinha e sutiã que estava antes, e eu pego suas roupas sujas, as colocando no cesto. Ela veste a blusa de Chaz que fica muito larga nela, o que eu acho ótimo pois ela não tem uma calça ou um shorts para colocar por baixo.
Abro a porta e dou espaço para ela sair.
Chaz e Nolan estavam no canto do quarto sentados no chão e olhavam nossos movimentos. Lizzie se deita na cama. Eu me dirijo até seu closet e pego um cobertor. A cubro e fico passando a mão em seus cabelos molhados, enquanto ambos os meninos nos olhavam.
Em poucos minutos sua respiração fica pesada e eu percebo que ela havia dormido. Após as crises, ela fica extremamente cansada e adormece muito rápido.
Olho para os meninos e os chamo com a mão, fazendo sinal de silêncio. Entro no banheiro, retiro o frasco de sabonete líquido, apago a luz do quarto, e saio, dando espaço para os meninos saírem também, e tranco a porta, como eles queriam.
Vou até o meu e eles entram junto comigo. Me sento na cama, e olho para eles.
- Isso é normal, sempre acontece. - Digo os acalmando.
- Acontece todos os dias? - Chaz pergunta.
- Não todos, mas em vários sim. Esse era um dos motivos que eu queria muito ficar no mesmo quarto que ela, mas tudo bem... Porém com a falta dos remédios isso vai piorar.
- Quais remédios ela toma? Eu posso comprá-los. - Nolan afirma.
- São remédios com prescrições. Mas tem alguns na casa dela, teríamos que pegá-los.
- Amanhã vejo com Vince. - Chaz diz.
Todos ficamos em silêncio por um tempo, apenas nos olhando.
- Ela passou por uma situação... um pouco traumática.
- O que ela tem?
Eu suspiro.
- Depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós traumático.
Eles me olham com uma feição de surpresa.
- Qual foi a situação? - Chaz pergunta e eu engulo seco.
- Acho melhor deixar que ela conte caso ela se sinta confortável algum dia. - Eu digo de forma doce - Vocês podem por favor sumir com isso aqui? - Pergunto entregando o frasco de sabonete.
- Claro - Afirma Chaz, pegando o frasco.
- Bom.. Vamos deixar você dormir, amanhã é um longo dia. - Nolan diz - Boa noite, Angel.
- Boa noite, Angel - Chaz diz também.
- Boa noite, meninos. - Eu digo, apago a luz e me deito, escutando a porta ser trancada.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Chaz Somers 🐦
- O que foi isso, cara? - Nolan pergunta e eu respiro fundo.
- Pois é..
- Vou ao meu quarto, boa noite irmão.
- Boa noite.
Entro em meu quarto e me dirijo ao banheiro com o frasco em mãos. Será que ela é alérgica? O que será que este sabonete pode ter a ver com algum trauma? Quebro minha cabeça tentando pensar, mas não consigo.
Deixo o sabonete em cima da pia, tiro minha roupa e me jogo na cama. Antes de dormir fico pensando em Lizzie. O que será que há com ela. Qual será o grande segredo que ela carrega? Qual o peso que ela leva nas costas? Pensando em tudo isso, sinto meus olhos pesarem.
