Nolan Murray
⚡️Suspiro fundo e jogo minha garrafa no chão.
Ryan estava pirando. Eu realmente me atraí muito por Angel, muito mesmo.
Mas pelo amor de Deus, eu nunca faria isso com ela, não sabendo o quanto ele gostava dela. Somos uma família.
Tomo um banho rápido e me jogo na cama apenas de cueca. Hoje o dia havia sido longo, e amanhã seria o grande dia. Começo a repassar todo nosso plano em minha cabeça quando escuto a porta se abrir, vendo uma Caitlin sorridente passar por ela.
Ela se deita ao meu lado e repassamos o plano juntos, como todas as vezes.
- Até que esse está leve, você não acha? - Ela diz se aproximando um pouco mais de mim.
- Ah, até que sim. Se este momento com Ryan não nos atrapalhar amanhã, realmente faremos com os pés nas costas.
- Qual era a sua com Ryan? - Ela me pergunta analisando minha face.
- Ele acha que eu estou dando em cima de Angel.
- E você está?
- É claro que não. - Digo simples, mas ela me olha com uma sobrancelha arqueada - O que? Ela é realmente bonita, muito bonita mesmo, mas não. Ryan é meu irmão.
- E se não fosse? - Ela me pergunta e eu me imagino beijando aqueles lábios rosados, e só de pensar sinto meus pelos se arrepiarem, mas rapidamente afasto esses pensamentos.
- Mesmo se não fosse, eu não ficaria com ela. Acho ela bem bonita, mas apenas isso. - Minto e sorrio.
- Ótimo.
Ao dizer, ela se senta em meu colo e começa a me beijar. Retribuo, mas por alguma razão não estava com vontade de fazer nada hoje, bom, pelo menos não com Caitlin.
Continuo a beijando, enquanto a mesma forçava minha camisa para cima.
- Caitlin, acho que não estou muito afim hoje, tudo bem? Amanhã cedo temos compromisso e eu já estou com dor de cabeça.
- Dor de cabeça de novo, Nolan? - Ela me pergunta saindo de meu colo.
- Sim. - Digo arrumando minha camisa.
- Está certo. - Diz se levantando e indo em direção à porta - Ah, só mais uma coisa, você mente muito mal, mas fique tranquilo que não direi à Ryan.
A porta se fecha e e eu respiro fundo.
Vai à merda, Caitlin.
Lizzie Schwartz
💌Me levanto para checar se a porta já havia sido trancada ou não, e me deparo com ela aberta. Olho para o corredor e não havia mais ninguém, o silêncio estava absoluto.
Desço as escadas com meus pés envoltos por uma meia azul. Quando estava perto de chegar à cozinha, escuto vozes, e elas vinham de uma sala que eu nunca havia ido, porém sabia que era o escritório de Vince. Me aproximo e vejo a porta aberta.
- Está tudo certo para o roubo de amanhã, acho melhor já irmos dormir. - Chris diz.
- O carregamento de armas chegou correto ontem? - Vince pergunta com sua voz agora mais próxima, e Chris concorda.
Aproveito para correr dali o mais rápido possível, antes que eu seja pega.
Então amanhã eles farão mais um roubo, meu Deus.
Me dirijo para meu destino anterior, que era a grande cozinha para pegar meu copo de água. Chego lá quase caindo por ter corrido com as meias pelo piso liso. Me sirvo com uma linda jarra de vidro e bebo, percebendo que minha sede ainda não havia acabado.
Enquanto enchia mais um copo me assusto com uma voz grossa em meu ouvido.- Acho muito feio bisbilhotar a vida alheia.
Com o susto quase deixo o copo cair, e graças à Deus eu não o fiz. O mesmo era de vidro e teria se espatifado. Olho para o dono da voz vendo um pequeno sorriso de divertimento.
- Do que está falando? - Pergunto me fazendo de sonsa.
Ele se aproxima ficado centímetros do meu rosto, me fazendo prender a respiração.
- Você sabe muito bem. - Vince diz olhando para meu seios, e só neste momento percebo que desci com babydoll - Eu e Chris conversando em meu escritório. Eu só vou dizer uma vez: você e sua amiga, fiquem bem longe do meu escritório.
- Com prazer. - Digo firme, e se antes era centímetros de distância, agora já eram milímetros.
Ele vai me beijar.
- Pode me dar licença? - Ele pergunta, e ao me afastar percebo que ele estava apenas querendo pegar um copo que se localizava no armário logo atrás de mim. Ele pega a jarra que eu estava bebendo e dá um pequeno sorriso.
Filho da puta.
- Ah propósito, Vincent.. - Ele me olha esperando que eu fale, mas eu acabava meus últimos goles de água bem lentamente, enquanto me aproximava dele, tanto quanto ele havia se aproximado - Boa sorte em seu roubo amanhã.
Digo e coloco o copo na pia atrás dele, dando meia volta e me preparando para voltar ao meu quarto, mas sinto meu braço ser puxado com ferocidade, me fazendo arfar.
- Não faça joguinhos comigo, Schwartz. - Diz com uma mão em minha cintura e outra em minha face, com nossos olhares queimando, um bem próximo ao outro. Seu corpo colado ao meu.
- Nunca, Hutton. - Digo me fazendo de sonsa, com um sorriso irônico.
Nos olhamos por um bom tempo até que sinto sua mão se afrouxando, e me solto rapidamente, dando um sorrisinho de leve, me virando novamente.
Porém ele me pega ainda mais forte e quando vou reclamar, ele encosta sua boca na minha. Inicialmente, eu tento o empurrar, mas depois de alguns segundos eu cedo e aproveito o beijo.
Estava sendo a primeira pessoa que eu beijava depois de tudo. E surpreendentemente o beijo estava me agradando, e muito. Uma de suas mãos sobem por baixo do babydoll e apertam minha bunda, me trazendo para mais perto de seu corpo. Ele me puxa para seu colo e me coloca em cima da bancada da cozinha, continuando a me beijar.
De repente ele se separa de mim e sorri ironicamente.
- Não conte a ninguém. - Ele diz e eu abro a minha boca em completa surpresa, mas logo a fecho e desço da bancada com raiva.
- Pode deixar, estou sentindo um clima entre mim e Chaz, é melhor nada sair daqui mesmo.
Digo e me retiro com muita raiva, não sem antes o olhar e ver sua cara fechada. É claro que eu não quero Chaz, mas eu não podia o deixar sair por cima. Que ódio. Entro em meu quarto e escuto a porta sendo trancada.
Tomara que esse roubo dê errado amanhã, também.
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Between shadows
RomanceNum mundo onde a liberdade é uma ilusão subjetiva, Lizzie Schwartz experimenta sua verdadeira essência ao se tornar prisioneira do infame Vince Hutton, o maior gângster dos Estados Unidos. Em meio a traumas e dores, ela descobre uma liberdade surpre...