Angel Cooper
🧚Abro meus olhos com dificuldade e não reprimo a vontade de colocar a mão em minha cabeça. Tentando fazê-lo sinto que meus pulsos não se mexem e percebo que estão amarrados.
Me desespero, e me lembro de tudo.
Olho para os lados desesperada tentando achar Lizzie e não a encontro em canto algum.
- LIZZIE??? - Grito.
Fico pelo menos uns 5 minutos gritando e nada.
- Ei garota, calma aí, para de gritar, porra. Vai acordar a casa toda.
Olho para a porta e vejo um garoto parado, e acabo me assustando. Ele entra e fecha a porta atrás de si.
O garoto passa as mãos em seus cabelos pretos e caminha em passos lentos até mim. Quando chega se abaixa me deixando de cara com seus olhos azuis.
- O que eu estou fazendo aqui? Cadê a minha melhor amiga? Por favor, não nos mate.
- Não vamos matar vocês, pelo amor de Deus. - Ele revira os olhos - Sua amiga está desacordada, parece que meu amigo bateu com muita força na cabeça dela.
- Eu posso vê-la? Por favor.
- Depois. Agora eu preciso saber seu nome.
- Angel. - Ele fica me olhando como se esperasse algo e eu não entendo.
- Do que, linda? Preciso de sobrenomes.
- Ah sim, Angelina Cooper. - Ele para por um momento como se estivesse tentando se lembrar de algo e depois de alguns segundos arregala os olhos.
- Só um instante. - Diz se levantando repentinamente.
Sai da sala e tranca a porta novamente, deixando pra trás uma garota impaciente que apenas queria ver se a melhor amiga está bem.
Logo começo a colocar meu plano em ação. Se ele está achando que eu vou ficar parada esperando ele matar a minha amiga e sumir com o corpo, ele está muito enganado!
Olho para todos os cantos e vejo bem no fundo da sala alguma coisa brilhando. Aperto os olhos e percebo ser um canivete. Sorrio com meus pensamentos.
Com muita dificuldade rolo aos poucos até o fundo do cômodo e fico de costas para o utensílio, tentando cortar as cordas.
Depois do que pareceu ser um século, consigo desatar as cordas e com minhas mãos agora livres, corto com mais facilidade as cordas de meus pés.
Quebro uma cadeira velha que havia na sala também e fico em pé atrás da porta, com a madeira em mãos, esperando que alguém entre.
Eu vou fugir daqui sim!
Nolan Murray
⚡️Saio da sala e dou de cara com Vince.
- Reunião em 5 minutos na minha sala. - Ele diz.
Assinto com a cabeça, me dirijo pra lá, e me sento na minha cadeira de sempre.
Nossa gangue é composta por 6 pessoas. Vincent é o chefe, o criador disso tudo, e depois temos nós: Christian Beadles, sua irmã Caitlin Beadles, Chaz Somers, Ryan Butler e eu.
Temos uma forte ligação com a gangue dos irmãos Lil Za e Lil Twist.
Absorto em meus pensamentos, nem percebo que todos já estão presente, menos Vince. Como todas as vezes ele é o último a chegar.
- Ryan, você já está quase curado, certo? - Caitlin pergunta enquanto ele mexia em seu celular.
Ele nem se mexeu para responder, nem olhou para ela.
- RYAN! - Com o grito da ~morena, ele se assusta e a olha - Está surdo?
- Me desculpa, estou preocupado com a minha namorada, faz horas que ela não me responde. Ela nunca foi disso.
- Está coçando a cabeça aí, já sentindo os chifres nascerem? - Chaz zoa.
- Não, nada disso. Confio nela, o que me preocupa é que ela sempre me avisa se vai ficar horas sem me responder ou algo assim, nunca liguei, mas gosto que ela me avise, sabe como existem pessoas perigosas por aí.
- Como nós? - Chaz ironiza.
- Não, você sabe como somos, nunca matamos inocentes.
- É, mas nossos capangas matam, dependendo da situação.
- É, mas nós não, Somers.
- É, mas eles sim - Diz dando de ombros.
Reviro os olhos e me intrometo, falando mais alto.
- Mas NÓS não.
- É... Mas sequestramos - Chaz rebate novamente.
- Pela primeira vez.
Olho para ele que parecia que ia falar algo.
- Charles, qual a sua? - Solto primeiro.
- Eu só acho que a maioria dos namorados tem medo de falta de resposta por causa de traição, e Ryan tem medo de gente ruim... Porque somos ruins e imagina como seria se fosse com ela.
- Estou te pagando para ser meu psicólogo, porra? - Ryan revira os olhos e todos na sala riem - Okay, somos ruins. E sim, tenho medo que algo aconteça com ela. Tudo seria mais fácil se ela pudesse conviver com a gente, saber quem eu sou de verdade.
- Ei, está tudo bem? Você tá meio quietinho - Caitlin sussurra no meu ouvido e eu assinto com a cabeça dando um leve sorriso.
- Sim, seria. E aí nossos inimigos saberiam que ela é sua namorada e ela nunca mais estaria segura. - Caitlin diz, agora alto - Você sabe muito bem o que aconteceu com Tristan.
- E é exatamente por isso que eu não tenho coragem de contar tudo pra ela.
- Eu acho que não é só por isso... - Chaz cantarola.
- E lá vem o psicólogo novamente. Sim Chaz Somers, eu também tenho receio de ela ter medo de mim, ou de se afastar por eu ser parte de uma gangue, feliz?
Chaz ia responder mas Vince entra no exato momento em que ele abre sua boca. E o silêncio começa a reinar.
A regra é clara. Se estivermos na sala de reunião, todos presentes, silêncio absoluto para tratarmos de assuntos específicos. Da porta para fora, qualquer assunto, mas a partir do momento em que entrarmos aqui, silêncio sepulcral.
Ele anda calmamente até seu assento, enquanto acabava de digitar em seu celular.
Ao se sentar, ele coloca o celular na mesa e nos olha um a um.
- Bom, a garota que eu sequestrei é filha de Josh Schwartz. - Todos o olham chocados, menos Ryan.
PUTA QUE PARIU.
Esse cara é um dos mais fodas, ele tem dinheiro pra cacete, se duvidar o planeta inteiro está atrás da gente.
- Nolan - Vince me chama - O que descobriu sobre a outra garota?
- Bom, é... Vocês ficariam chocados se eu contasse... É até uma história engraçada se pararmos pra analisar bem..
- Nolan, simplifica! - Ele diz seco me olhando de cara fechada.
- A garota é Angelina Cooper, a namorada do Ryan. - Digo apontando para ele.
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Between shadows
RomanceNum mundo onde a liberdade é uma ilusão subjetiva, Lizzie Schwartz experimenta sua verdadeira essência ao se tornar prisioneira do infame Vince Hutton, o maior gângster dos Estados Unidos. Em meio a traumas e dores, ela descobre uma liberdade surpre...