CAPÍTULO 01

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O alarme despertou, mostrando que eram 08:00 da manhã. Desliguei e fiquei olhando para o teto, lembrando do pesadelo que tive há um ano sobre a morte dos meus pais. Não consigo me livrar desse pesadelo horrível que me assombra todas as noites. Saí do transe de pensamentos quando meu telefone tocou.

- Bom dia, Anastácia.

- Bom dia, Paulo. O que precisa?

- Te liguei para lembrar que hoje, às 10:00, você tem uma reunião importante com o nosso novo sócio.

- Certo, fique tranquilo que logo chego aí. Caso ele chegue primeiro que eu, peça para esperar na sala de reunião, por favor. Após meus pais morrerem, nossa empresa teve uma queda nas vendas e alguns funcionários pediram demissão. O Paulo disse que havia alguém interessado em investir na empresa e fazê-la voltar a ser como era antes. Quero saber o que esse homem tem a dizer a mim. Peguei meu telefone e vi uma mensagem de Maria: "Amiga, vamos tomar café? Vou estar te esperando naquela mesma cafeteria."

Estacionei o carro e fui em direção à cafeteria, tive uma sensação estranha e olhei para trás, mas parecia estar tudo normal, todos vivendo suas vidas, e voltei em direção ao café.

- Chefe, encontrei ela, o que eu faço?

- Não faz nada, essa peça eu resolvo.

Abri a porta da cafeteria, um sino tocou e procurei a Maria com os olhos até que ela levantou a mão, e fui em direção a ela.

- Bom dia, amiga, aonde você está indo chique desse jeito? Anastácia era uma amiga e tanto, me ajudou muito quando eu precisei, mas depois da tragédia, ela mudou completamente, não era mais a mesma menina que conheci no colegial.

- Tenho uma reunião na empresa com um novo sócio. O Paulo disse que ele está interessado em levantar a empresa novamente. Quero saber o preço disso.

- Amiga, cuidado com essas pessoas, abra seus olhos, nem todos são confiáveis.

- Após a morte dos meus pais, não confio nem mesmo na minha própria sombra. Bom, deixando esse papo de sócio de lado, descobriu alguma pista? Maria é delegada e está me ajudando a achar pistas.

- Então, tirei da minha bolsa algumas fotos tiradas pelos policiais. Encontramos um carro embaixo daquele rio perto da sua casa que bate com a descrição no dia do roubo. Ao mostrar as fotos para Anastacia, vi seus olhos arregalados.

- Sim, sim, é este o carro que vi pela janela de casa. Lembrei do dia que vi pela janela do meu quarto eles chegando, eram quatro carros da mesma marca. - Mas só encontrou esse e os outros?

- Encontramos só esse por enquanto, achamos alguns objetos que podem te ajudar a lembrar de algo.

- Cadê? Fiquei olhando para a bolsa dela para saber o que ia sair dali.

- Shhh fala baixo. Disse olhando para as mesas ao lado. - Não poderia nem estar mostrando essas fotos aqui no meio de gente estranhas não posso tirar as provas da delegacia mas posso levar você até a elas.

- E como vai fazer isso sem sermos vistas?

- Anastácia, você está falando com uma profissional. Me espera atrás da delegacia às 00:00. Disse voltando para o encosto da cadeira.

- Quem diria, você, delegada. No colegial, você era mão leve. Dei um sorriso de canto de boca.

- Opa, mão leve não. Todas as vezes que fui assim foi por me provocarem.

- Você roubou o dinheiro da nossa formatura. Realmente, Maria está certa, nós duas sempre fomos muito injustiçadas no colegial.

- Sim, fiz isso, pois aquela metida precisava levar uma lição para nunca mais ousar mexer com a gente. E não vem pagar de santa, porque você usou o dinheiro também. Mas pense para um lado bom, gastamos com coisas úteis, invés de apenas uma festa.

- A conversa estava boa, mas precisava ir para essa reunião. Me despedi da Maria e fui em direção à empresa. Estacionei o carro na garagem da empresa e, assim que desci, vi um carro desconhecido todo preto e com vidro fumê. Tive uma sensação estranha, mas fui até o elevador. Não passava essa sensação, mesmo olhando para todos os lados, e o lugar não tinha uma alma viva. O elevador abriu, entrei apertando o botão de subir e fiquei olhando enquanto a porta fechava.

- Ela já subiu chefe.

- Ok.

Assim que o elevador subiu, Paulo já me esperava na entrada.

- Bom dia, Senhora Anastácia.

- Pare de me chamar assim, Paulo. Paulo era um braço direito e tanto para mim; ele foi o único que não duvidou da minha capacidade de tocar essa empresa para frente.

- Desculpe, senhor... Anastácia. Ele olhou para mim e baixou a cabeça.

- Continue o que iria falar.

- Infelizmente não consegui puxar nenhum histórico desse homem; ele parece um cofre de sete chaves.

- Como assim não conseguiu nada? Parei no meio do saguão e voltei a andar.

- A única coisa que consegui puxar é que ele viajou para muitos países e realmente conhece seus pais teve uma ligação com eles há um tempo e, se não me engano, teve negócios com eles.

- Que tipo de negócios? Fiquei curiosa em saber.

- Não tenho muitas informações, mas sei que tem a ver com muito dinheiro. Desculpe por não conseguir obter muitas informações, senhora.

- Fique tranquilo, Paulo. Vou descobrir quem é esse homem por mim mesma. Me acompanhe até a sala de reunião. Entramos no elevador e fiquei pensando no que o Paulo tinha dito. Que dinheiro seria esse com o qual eles estavam tão envolvidos e por que nunca me disse nada sobre ele.

Assim que o elevador mostrou que estávamos chegando no andar, minhas mãos começaram a suar, mas mantive minha postura. Saí do elevador e fomos em direção à sala. Assim que Paulo abriu a porta, ele me apresentou e, ao olhar nos olhos do homem que estava à minha frente, tive um flashback do mesmo cara que matou os meus pais.

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